sexta-feira, 30 de abril de 2021

VENHAM COMIGO

 


Acredito que uma das passagens do Evangelho que transpira mais ternura pode ser lida em Mt 11:28-30.

Mesmo numa leitura simplista, o convite é tocante e atrativo.  Sim, ele demonstra uma força de atração como se efetivamente nos estivesse chamando para um aconchego, um abraço, um colo e um cafuné.

Mais eu sei que ao nos ater às palavras evangélicas, muita riqueza ainda pode ser extraída delas.

Assim, eu o convido a se aprofundar comigo.

 

Aprocheguem-se – A passagem começa com um convite.  Não há aqui um verbo no imperativo. Mas um chamamento ao convívio.

Não é um conjunto de regras a serem observadas.  É um aceno para um relacionamento livre.  O Mestre nos atrai com ternura.   E a sua oferta de amor e carinho não deve ser imposta, mas aceita a partir de uma disposição de responder favoravelmente ao convite.

— Venham! Aprocheguem-se! Cheguem aqui! Vamos caminhar juntos!

 

Todos – O convite é para todos.   Em especial os que se sentem exauridos na caminhada da vida.

Aqui eu percebo a admirável atualidade das palavras de Cristo.  Ele está convidando aos estressados, aperreados, ansiosos – conhece algo mais século XXI?

— Venha aqui você que está pesado com sua síndrome de Burnout! É para você esse convite!

 

Carga – Isso mesmo, Jesus está falando de uma carga, um fardo, um peso, uma canga como aquelas que se coloca sobre as parelhas de bois.

E é coisa que ele conhece bem.  Viveu como homem de dores.  Sabia o que é o padecimento da vida.   Cansado e entortado pelo peso da existência humana.

Então, isso que sobrecarrega meus passos, ele propõe levar sobre si para que eu seja inundado com seu coração humilde e gentil enquanto transcorro esse percurso.

— Antes que se quebrem ante o peso na lide, considerem meu convite!

 

Macia e leve – Certamente é esse o paradoxo e o absurdo do convite: um peso leve e um abuso agradável.

Mas é isso mesmo!  Pode até não fazer sentido, mas é aqui que encontro o desatino da graça que Cristo nos oferece.  Diante do caos e da angústia da caminhada, a graça simplesmente aponta para um convite surpreendente e gentil.

— Troquem seu desespero pela minha incerta esperança! Deixem comigo seu esgotamento e se encham de mim!

 

Sossego – Outra palavra maviosa: sossego – quietude – ordem – repouso.

Em meio ao aperreio desesperado, o sossego daquele que oferece uma paz distinta.  Em plena agitação vazia, a quietude plena.  No meio do caos louco, a ordem.  Para o cansado, o repouso gratificante.

Que melhor pode haver que esse convite:

 


 

terça-feira, 27 de abril de 2021

VIDA EM COMUNHÃO – resenha – parte 1

  


Depois de uma rápida observação sobre a experiência de Finkenwalde (reveja aqui - link), entendo que aqui vale uma resenha obra Vida em Comunhão (no original alemão: Gemeinsames Leben) para se compreender melhor o que pensava nosso teólogo alemão sobre o tema da vida em comunidade cristã e como ela deve se refletir nas ações cotidianas de cada crente nesta vida secularizada.

O texto começa com a citação do Salmo 133:1 – “Como é bom, como é agradável habitar todos juntos como irmãos!” – assim como o fará no princípio de cada capítulo, com exceção do segundo que abrirá uma citação de Lutero. 

Já no primeiro parágrafo Bonhoeffer apresenta a sua intenção para com o texto: apresentar “algumas diretrizes e regras que as Escrituras Sagradas oferecem para a vida em comunhão sob a Palavra”, vida em comum esta que ele considerava como um privilégio e uma “antecipação misericordiosa das coisas derradeiras”. 

O que se deve enfatizar neste primeiro capítulo, como também o fez o próprio Bonhoeffer, é que a fraternidade cristã só existe por e quando é fundamentada em Jesus Cristo.  Os cristãos só vivem juntos quando o fazem por amor a Jesus, daí ele concluir que “primeiro: fraternidade cristã não é um ideal, mas uma realidade divina. Segundo: fraternidade cristã é uma realidade espiritual e não psíquica”.

O segundo capítulo tratará da comunhão diária que deve reinar numa fraternidade cristã – certamente o ponto alto da obra.  Para Bonhoeffer “a vida em comunhão sob a Palavra começa com um culto em conjunto na primeira hora da manhã”; e desta comunhão diária deve necessariamente fazer parte três elementos: a) a palavra da escritura; b) os hinos da igreja e c) a oração da comunidade.  Os três igualmente concorrendo para compor “toda devoção em conjunto”.

A comunhão diária da vida cristã comunitária deve iniciar com a leitura do texto bíblico.  E Bonhoeffer alerta ao fato de que “precisamos tornar a conhecer a Sagrada Escritura como os reformadores, como nossos pais a conheciam”.  A comunhão requer que se dê tempo à leitura do texto bíblico, pois é lá que Deus haverá de falar por Jesus à comunidade dos fiéis. 

E neste aspecto, em especial, o texto do Saltério se mostra de uma utilidade ímpar, afinal “o saltério é a oração vicária de Cristo por sua Igreja.  Agora que Cristo está junto do Pai, a nova humanidade de Cristo, o Corpo de Cristo na terra segue orando até a consumação dos tempos”. 

No saltério é possível à Igreja fazer suas as palavras do próprio Cristo em todos os momentos de sua existência, por isso a comunhão diária cristã deve começar com a sua leitura em comunidade para que a voz de Cristo, razão e esperança de todo cristão, possa ser ouvida e desempenhe o seu papel de vicário dos seres humanos neste tempo presente.  O Saltério é a voz da Igreja através de Cristo falando a Deus em todos os momentos; quer de júbilo e alegria, quer de desconforto e agonia.

No seu texto Orando com os Salmos, Bonhoeffer expressou como o uso litúrgico dos Salmos pode ser o elemento fundamental quando o ser humano passa por momentos difíceis de sofrimento e indignação. São as suas palavras:

O Saltério nos ensina amplamente a achegar-nos de maneira adequada a Deus em vista dos múltiplos sofrimentos que o mundo nos traz.

E mais adiante:

Nos Salmos não encontramos nenhuma aceitação precipitada do sofrimento.  Os salmistas repetidas vezes passam por lutas, angústias e dúvidas.  Chega-se a questionar a justiça de Deus, que permite que o piedoso seja atingido por infortúnios, mas que o ímpio saia ileso.  Questiona-se a vontade bondosa e misericordiosa de Deus (Salmo 44:24).  Seu agir é por demais incompreensível.  Mesmo na mais profunda desesperança, porém, Deus continua sendo o único que é invocado.  O sofredor não espera por auxílio humano.  Autocomiseração não o faz perder de vista a origem e o destino de todo sofrimento: o próprio Deus.  Ele se dispõe a lutar com Deus e contra Deus.  O Deus juiz é lembrado inúmeras vezes de suas bênçãos de outrora, da honra de seu nome entre os homens.

 

Leia a continuação dessa resenha - 

Parte 2 - link

Parte 3 - link

Parte 4link

sexta-feira, 23 de abril de 2021

SOBRE O PRÓXIMO E O ACOLHIMENTO

  


Voltando sua perspectiva para os que estavam ao seu lado no ministério, Jesus aproveita a palavra de um intérprete da lei para, a partir dela, ensinar suas lições.

No rápido diálogo, o homem queria saber como herdar a vida eterna, ao que Jesus respondeu sobre a observância dos mandamentos: amar a Deus e ao próximo.  Quando lhe foi então questionado sobre quem seria o próximo, Jesus aproveitou para contar a parábola que conhecemos como O Bom Samaritano (leia-a em Lc 10:30-35).

Na história, o que Jesus propunha era um aparente absurdo aos olhos do doutor da lei que o interrogava.  Os senhores da religião e da fé não acudiram o moribundo, mas um samaritano, tido com impuro e indigno, foi o único que deu atenção ao viajante.

Com a parábola Jesus estava ensinando que mais importante que uma vida de religiosidade é uma atitude de comprometimento com os mais indefesos e carentes.

A seguir, um outro episódio na casa de Marta é a oportunidade de Jesus mostrar o contraponto da parábola do Bom Samaritano.  Ao receber Jesus, a anfitriã se manteve extremamente ocupada com os afazeres domésticos a ponto de reclamar com o Mestre pela desatenção de sua irmã Maria (leia a narração em Lc 10:38-42).

Aqui se precisa compreender melhor a situação.  Jesus não recriminou Marta pelo trabalho – ele pode ser a demonstração do cuidado citado na parábola – o problema é a prioridade.  O serviço é importante, mas não é um fim em si mesmo, e não pode ser dissociado da fé piedosa.   Cristo deve estar sempre em primeiro lugar.

O que acontece é que se corre o risco de viver uma vida piedosa sem atentar para os necessitados – o que é errado – ou, no outro extremo, se sobrecarregar com os cuidados e negligenciar a vida espiritual.  Ambos são importantes.

(Da revista Lucas – Editora Sabre)

terça-feira, 20 de abril de 2021

VIDA EM COMUNHÃO – A EXPERIÊNCIA DE FINKENWALDE

 

Se fôssemos listar os heróis da fé do século XX, como fez o autor aos Hebreus, certamente o nome do alemão Dietrich Bonhoeffer deveria constar ali.  Sua contribuição e testemunho para a fé cristã foi inestimável.

Dietrich Bonhoeffer nasceu em 04/02/1906 em Breslau na Alemanha junto com sua irmã gêmea Sabine, oitavo filho de Karl Ludwig, um médico psiquiatra e neurologista de renome e de Paula von Hase, filha de um pastor-capelão do imperador da Prússia.

(Leia um pouco mais sobre a biografia de Bonhoeffer no seguinte link).

Foi, porém, na experiência de Finkenwalde, com o seu Seminário clandestino para formação de pastores da Igreja Confessante Alemã que Bonhoeffer deixou transparecer toda a sua concepção de liturgia engajada na vida comunitária da igreja e da sociedade. 

Após a divisão da Igreja Alemã, os líderes da Igreja Confessante – ramo contrário à política nacional-socialista dos cristãos alemãs – sentiram a necessidade de criar um Seminário onde os jovens vocacionados pudessem se preparar para as tarefas pastorais naqueles tempos de incerteza nazista. 

O Seminário foi criado em 26 de abril de 1935 ficando sob a responsabilidade de Dietrich Bonhoeffer a sua condução.  A primeira observação sobre o seminário foi que ele representou a vitória sobre a tentação da Igreja Alemã de sucumbir às propostas do Reich e do Führer de fazer da Igreja o braço da política alemã. 

Discorrendo sobre a tentação em si, é o próprio Bonhoeffer quem observa:

Também nós vamos com ele [Jesus], cada um individualmente e juntos com a Igreja ao pé da Cruz, isto quer dizer, sob o véu.  Mas também aqui não podemos fazer outra coisa senão reconhecer que nosso reino não é deste mundo.  Amém.

Em outras palavras, o Seminário de Finkenwalde representou a oposição de parte considerável da Igreja na Alemanha “primeiramente a toda falsa segurança e, em seguida, a toda falsa timidez diante da tentação” – nas palavras de Bonhoeffer. 

Assim Dietrich Bonhoeffer se envolveu no projeto do Seminário – primeiro considerado apenas como extraoficial e depois realmente como ilegal – por acreditar que nele haveria de se manifestar coerentemente a liturgia da comunhão que havia pregado para os jovens alemães em suas prédicas e aulas. 

E desta experiência surgiu em 1939 o que texto que o próprio Bonhoeffer tratou no prefácio como “trabalho em conjunto”: o pequeno livro Vida em Comunhão onde haveria de refletir sobre as experiências nos dias de Finkenwalde, a vida cristã em comum ali vivida e também “oferecer uma ajuda para esclarecer a teoria e de como pô-la em prática”. 

 

Leia uma resenha do livro "Vida em Comunhão" -

Resenha - parte 1 - link

 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

MISSÃO E AUTORIDADE

  


No processo de expansão do evangelho, Jesus enviou os seus discípulos aos pares a divulgar sua mensagem.  Com isso ele abrangeria um número maior de localidades e de pessoas, multiplicando a eficiência do seu ministério. 

O interesse de Cristo era que todo ser humano conhecesse as verdades do evangelho e fosse alcançado pelo seu poder transformador, e enviar discípulo adiante dele contribuiria nesta tarefa.

Mas a missão não consistia unicamente em anúncio, fala ou discursos.  E para tanto, o evangelista Marcos nos informa que Jesus deu autoridade aos discípulos sobre os espíritos imundos (Mc 6:7).  Sobre Jesus estava todo poder sobre demônios e doenças que afligiam homens e mulheres e agora tal poder estava sendo repassado aos discípulos.

E para que ficasse claro que aquela não seria uma missão qualquer, mas uma viagem de trabalho evangelístico, o próprio Jesus instruiu como os apóstolos deveriam se portar durante a ida.

Pelo menos três instruções específicas o texto nos informa: a) levar o mínimo indispensável para sua provisão – o Reino implica em vida simples e não em ostentação; b) insistir numa casa – o que gera resultados consistentes; e c) relegar quem não os receber – não desvalorizando o evangelho.

Então, com a missão devidamente instruída e a autoridade dada, eles foram e pregaram ao povo para que se arrependessem (Mc 6:12).  Este foi o conteúdo da mensagem de João (em Mc 1:4), da pregação de Jesus (em Mc 1:15), e agora era o mesmo conteúdo dos discípulos: um evangelho que implica em arrependimento de pecados e adesão ao Reino de Deus.  E esta Boa-Nova era o que os discípulos estavam espalhando.

Não tardou, os resultados começaram a aparecer.  E junto com o anúncio do evangelho, dois outros sinais miraculosos acompanhavam a missão apostólica: demônios eram expulsos e doentes eram curados (Mc 6:13).

Mais um outro aspecto desta missão dada aos doze e da autoridade repassada para que a cumprissem é que naquele momento ela deveria se constituir em uma espécie de treino para a grande comissão que seria dada aos seguidores de Cristo (os próprios discípulos e, por extensão, a igreja) de pregar o evangelho e testemunhar os sinais que acompanhariam os que cressem (lá adiante em Mc 16:15-18).

Ora, se formos um pouco além, e consideramos ainda que a igreja hoje é a legítima herdeira de tal missão, então haveremos também de compreender que à igreja é, pois, repassada igual autoridade que foi aos primeiros apóstolos.  Logo, em sua missão, a igreja deve ir às pessoas anunciando o evangelho do Reino. 

 

terça-feira, 13 de abril de 2021

ALEXAMENOS ADORA A DEUS

  


Na metade do século XIX, trabalhadores escavavam o Domus Gelotiana, antiga residência do imperador Calígula no Monte Palatino – centro de Roma, quando encontraram um grafite gravado em gesso com a imagem do que seria um crucificado com cabeça de asno e um jovem prostrado diante dele com a inscrição em grego: Αλεξαμενος ϲεβετε θεον (Alexamenos adorando a Deus – numa tradução livre).

Ainda há muita controvérsia entre os principais estudiosos quanto a detalhes importantes do achado.  Quem? Quando? Para quê? Interpretação adequada?

Então, deixando os aspectos técnicos de lado, quis me imaginar naquela sala olhando o grafite recém desenhado (um pouco de imaginação ajuda).

A Seita do Caminho – assim eles chamavam os cristãos na época – ainda era um grupo que se reunia escondido e, como tudo que não se sabe exatamente do que se trata, era alvo de toda sorte de perseguições, calúnias e bullying populares.

Acho todo brasileiro gaiato por natureza!  E foi assim que olhei ali.  Com o viés satírico e debochado de minha alma brasileira, até parece que estou vendo alguém querendo tirar onda(!) com esse tal de Alexamenos e, sem muita base nas evidências e fatos, implica com sua fé, acusando de adorar um asno.

 

— Quem seria o verdadeiro burro no caso?

 

E, cá entre nós, ando meio assustado com tantos grafites on line por aí de tantos que, em nome da fé no establishment dito cristão, têm postado suas asneiras acusando a outros irmãos.

 

Mas há um detalhe.  Continuando as escavações, encontraram uma outra câmara pouco adiante com uma inscrição em latim que dizia: Alexamenos fidelis (o fiel Alexamenos – também numa tradução livre).  Provavelmente uma resposta à primeira imagem.

Assim, penso naquele cristão como alguém que entendeu e vivenciou o dito apostólico:

 

O que nós estamos pregando, porém, é Cristo crucificado,
e isso é armadilha para os crentes e asneira para os entendidos
.

(livre a partir de 1Co 1:23)

 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Série Mulheres da Bíblia – ANA, A FIEL

  


Uma mulher em especial me chama a atenção nas narrativas iniciais do Evangelho.  Ana, a quem eu atribuo o título de a fiel.

Lucas, em sua narrativa, ocupou apenas três versículos para citá-la.  Não parece muita coisa.  Mas se você quiser vir comigo para a porta do Templo em Jerusalém naquele dia, penso que poderemos conhecer essa mulher extraordinária.

Vamos lá.

Junto com o povo que se dirige ao Santuário e ao pátio que circunda está o casal José e Maria trazendo o seu filho para uma primeira visita àquele lugar de adoração.  Eles vão oferecer ao Senhor a oferta devida pelo nascimento do seu primogênito Jesus.

Entre outros tantos, está também Ana.  Algumas características me chamam logo a atenção: ela já é bastante idosa e é bem conhecida por aqui por sua vida de devoção e por sempre ter a palavra de Deus em sua boca.

Todos que a conhecem dizem que o próprio Deus fala pela boca daquela mulher.  Então é aconselhável sempre ouvir o que ela tem a dizer.  Assim ela tem se tornado uma referência a ser consultada por peregrinos e fieis ao se dirigirem à Casa de Oração em busca de ouvir conselhos e consolo.

Mas, buscando saber mais sobre a vida daquela senhora, identifico que ela deve ter se casado muito jovem ainda – as mulheres de Israel por aqui são entregues muito cedo!

Ana, porém, não viveu muito a vida de casada.  Após apenas sete anos de casada, seu marido veio a falecer e ela foi levada a uma viuvez precoce.

Acontece que tal condição não fez dela uma mulher triste, rabugenta, amarga.  Ela não vive resmungando ou maldizendo.  Pelo contrário, sempre é possível ouvir dela palavras de adoração a Deus.

Aqui, agora olhando aquela velha senhora, eu imagino ela passando pelos desejos da juventude, pelos calores da menopausa, pelas fadigas da velhice, mas sempre se mantendo fiel a Deus em tudo.

Por mais de oito décadas aquela mulher viu a vida passar, os anos se sucederem, pessoas irem e vivem.  E ela ali, fiel a um Deus que ela passou a conhecer a cada momento com mais intimidade.

Não duvidaria se ela dissesse que algumas vezes sua mente duvidou e seu corpo cansou.  Só que ela se manteve fiel dia e noite.  Adoração, jejum e presença constante diante do Altíssimo se tornaram o seu jeito próprio de levar a vida.

E o Pai Eterno olhou para ela.  Eu sei que é sempre assim. 

Ela agora tem o menino Jesus em seus braços.  Então consigo notar entre as rugas que testemunham a fidelidade de anos, bem ali num canto qualquer de sua face, uma alegria que ninguém sabe explicar, nem disfarçar – é contagiante.  Valeu o sacrifício de ser fiel todos esses anos: chegou a redenção de Jerusalém!

Então posso voltar a minha vida e expectativa de história com o padrão que essa fiel mulher deixa para mim.  Os anos de fidelidade podem trazer para meus braços o acalanto de Jesus de Nazaré.  Isso sim, vale a pena!

Que eu possa também aprender com ela.

 

Leia mais sobre as mulheres da Bíblia

Priscila, a artífice link

Abigail, a sábia – link

Hulda, a profetisalink

Lídia, a empreendedoralink

Abisague, a cuidadora link

Dorcas, a dedicadalink

quarta-feira, 7 de abril de 2021

CONTINUOUS ESCREVINHANDO: A DECADE LATER

  


On April 6th, 2011, a Wednesday, I opened Escrevinhando with the post VOLTEI A ESCREVER.  Then, on April 5th, 2016, a Tuesday, I celebrated CINCO ANOS ESCREVINHANDO.  Now, April 6th, 2021, again a Tuesday, CONTINUO ESCREVINHANDO: UMA DÉCADA DEPOIS.

 

— Even I'm impressed!

 

In the past few months I have come to plan to do something to celebrate the 10 years I have been on the Internet, but the pandemic and other circumstances have not given me the opportunity now to carry out such celebrations. Thus, some ideas I have simply discarded and others I am leaving in stand-by (at some other time it will be possible to realize them).

However, the question of this occasional text of the Escrevinhando decade is now presented. If I can't get people together in person (I wanted a gathering to celebrate); I should at least bookmark the record here in a virtual way.

 

— Ten years is a long time !!!

— And even more between bits, virtual worlds and social media!!!

 

So, let me just point out a few things today:

First. I have now returned to both the initial and the five-year-old texts. In fact, I don't have much to add about the task of working with the text, besides what is already there. And I am happy to see that even though they have grown and matured in several aspects, I managed to be faithful and consistent with the original proposal.

Second. I had read the preface to the book Grace Notes, by Philip Yancey, where he discusses the exercise of being a writer. I even thought about taking those paragraphs as a basis to talk about my writing experience.  But the truth is that now I find this comparison very petulant. So I decided to leave Yancey with his craft as a writer while I continue to be a scribbler.

Third. Escrevinhando continues to be an amateur job – a term purposely used in two senses. I love the task of weaving the words in the plot of the text. And here, I do it not as a professional duty.

Also, Taking advantage of the advertisiment. PARÁBOLA DAS COISAS is the first collection of texts by Escrevinhando and is already available as a book (sales directly on the internetlink). And there are other titles already triggered to be released soon.

 

So I close this decade of Escrevinhando with the apostolic words:

 

"For everything starts with him, proceeds according to him and is destined for him, then all the glory be to him forever. Amen"

(Rm 11:26)

 

Translation by: André Linhares Lima Nogueira - @andrellnogueira

terça-feira, 6 de abril de 2021

CONTINUO ESCREVINHANDO: UMA DÉCADA DEPOIS

 


No dia seis de abril de 2011, uma quarta feira, eu abri o Escrevinhando com o post VOLTEI A ESCREVER.  Depois, em cinco de abril de 2016, uma terça feira, eu celebrei CINCO ANOS ESCREVINHANDO.  Hoje, seis de abril de 2021, novamente uma terça feira, eu CONTINUO ESCREVINHANDO: UMA DÉCADA DEPOIS.

 

— Até eu estou impressionado!

 

Nesses últimos meses cheguei a planejar fazer algo para festejar os 10 anos em que estou na internet, mas pandemia e outras circunstâncias não me deram a oportunidade agora de levar adiante tais celebrações.  Assim, algumas ideias eu já simplesmente descartei e outras estou deixando em stand-by (em algum outro momento vai dar para realizar).

Mas, apresenta-se agora a questão desse texto ocasional da década Escrevinhando.  Se não posso reunir gente de forma presencial (queria aglomerar para celebrar); devo, pelo menos, marcar o registro aqui de modo virtual.

 

— Dez anos é muito tempo!!!

— E entre bits, mundos virtuais e mídias sociais então!!!

 

Então, me permita apenas pontuar algumas coisas hoje:

Em primeiro lugar.  Voltei agora tanto ao texto inicial como ao dos cinco anos.  Na verdade, não tenho muito a acrescentar sobre a tarefa de labutar com o texto, além do que já está ali.  E me alegro em ver que, embora tenham crescido e amadurecido em vários aspectos, mas consegui ser fiel e coerente com a proposta original.

Em segundo lugar.  Tinha lido o prefácio do livro Sinais da Graça, de Philip Yancey, onde ele aborda sobre o exercício de ser escritor.  Cheguei a pensar em tomar como base aqueles parágrafos para falar sobre minha experiência Escrevinhando Mas a verdade é que agora estou achando muita petulância essa comparação.  Então resolvi deixar Yancey com seu ofício de escritor enquanto eu vou continuar como escrevinhador.

Em terceiro lugar.  Escrevinhando continua sendo um trabalho de amador – termo propositalmente usado em dois sentidos.  Amo a tarefa do alinhavo das palavras na trama do texto.  E aqui não o faço como dever de ofício profissional.

E ainda, aproveito a propaganda.  PARÁBOLA DAS COISAS é a primeira coletânea de textos do Escrevinhando e já está disponível em livro (vendas diretamente na internetlink).  E há outros títulos já engatilhados para breve.

 

Então fecho essa década Escrevinhando com as palavras apostólicas:

 

"Por tudo começar nele, prosseguir de acordo com ele e se destinar a ele, então toda a glória seja a ele para sempre. Amém"
(Rm 11:36).