sexta-feira, 29 de julho de 2011

COMPARANDO O INCOMPARÁVEL

Há assertivas na vida que são taxativas e representam uma afirmação – ou negação – em si mesma.  Há, porém certas verdades na vida que precisam de uma referência e uma comparação para que possam ser avaliadas, pois elas sozinhas são insuficientes para estabelecer critérios de verdade. 
Dito assim parece complicado, mas deixe-me exemplificar, talvez esclareça melhor o que estou introduzindo aqui.  Por exemplo, posso declarar que sou pai e tenho um filho, então neste caso não há meios-termos – ou é verdade que gerei um filho ou não é, e logo não sou pai.  O outro exemplo é que eu posso dizer que a cidade de Propriá está perto de Aracaju se a comparar com a cidade de Recife, mas vou dizer que está longe se a comparação for com Maruim. Se no primeiro exemplo a afirmação da paternidade é auto-explicativa, no segundo o sentido só se dará na comparação, o longe ou perto sempre é em relação a algo.
Continua complicado!  Então vamos para a Bíblia.  Ao falar com Moisés no Sinai, Deus se apresentou como o "Eu Sou o que Sou" (a citação é de Êx 3:14).  Aquele que falava a partir de sarça que ardia sem se consumir era o absoluto em tudo, o sem comparação.  Isto mesmo!  Para falar sobre o Pai Eterno não é possível usar meios-termos.  Ele é o que é (Tillich o chama de Fundamento do Ser) e basta-se a si mesmo (penso que as palavras de Hb 6:13 valem aqui).
Agora veja como aconteceu com o Verbo Encarnado.  Os contemporâneos de Jesus ao ver suas obras e ouvir suas palavras sentiram a necessidade estabelecer comparações para compreendê-lo melhor.  Assim é que ao compará-lo com os escribas e mestres da lei judaicos que estavam acostumados a ouvir ensinar, foram levados a constatar a verdade de que havia uma distância reconhecível entre ambos (confira em Mt 7:28-29).  Na comparação, as multidões ficaram maravilhadas porque, enquanto os rabinos eram legalistas e redundantes, Jesus conseguia ao mesmo tempo aliar autoridade e compaixão.
Então veja como são as coisas divinas.  Se a glória do Pai é incomparável e inacessível (como dito no verso de 1Tm 6:16), tal glória, quando manifesta no Filho, pode tanto apontar para nós a graça e a verdade do Pai quanto nos permitir compará-la ao pífio brilho humano (compare as palavras evangélicas em Jo 1:14 com as proféticas em Is 40:6-8).
Mas deixe-me ainda concluir esta reflexão mudando o foco.  Como homem, estou longe de ter qualquer valor absoluto e, por isso mesmo, sou constantemente comparado quando observado pelos outros.  Porém se por um lado o padrão de referência é Jesus, ainda há muito que melhorar – estou longe do modelo e devo sempre continuar no caminho (ao que Paulo concordaria em Fl 3:12-14).  Por outro lado, se sou comparado ao mundo que me cerca, devo demonstrar nitidamente que vivo a partir de comparações mais elevadas e isto já deve ser resultado da ação de Cristo em mim (ainda Paulo em Rm 12:2).
Bem, se deixar de me comparar parece impossível: com quem me compararei?  Qual será o meu padrão?  Que eu saiba me comparar com Aquele que é incomparável!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Fruto do Espírito - DOMÍNIO PRÓPRIO

Chego hoje ao último bago da jaca do Espírito conforme foi proposta pelo apóstolo Paulo em Gl 5:22-23.  Ao longo deste verdadeiro manjar espiritual, nos deliciamos com alguns bagos que reproduzem o caráter essencial de Cristo, outros que se misturam maravilhosamente entre si, e ainda alguns outros que nos desafiam e nos confortam.  Todos gostosos e convidativos.  Todos Frutos do Espírito.
Neste bago derradeiro que Paulo me oferece, ele fala em temperança, autocontrole, equilíbrio individual.  Ou seja, quando em mim se desenvolve a jaca do Espírito, controlar os meus ímpetos pessoais é algo que se mostra natural e solidamente constituído em minha vida.
Mas, o que seria este domínio próprio ou autocontrole espiritual?
Sem entrar na discussão sobre a constituição ou divisão essencial da vida humana, temperança é quando o Espírito Santo faz com que cada célula minha, cada nuance emocional, cada estímulo sensorial, cada posse intelectual, cada vivência espiritual possa ser controlado e administrado correta e conscientemente pela minha vontade submissa ao próprio Espírito.
Dito assim, mas parece definição teórica acadêmica – e mesmo reconhecendo seu valor, não quero configurar assim este espaço.  Então vou tentar dizer de outra forma: domínio próprio é quando, na pior das hipóteses, o obeso controla pelo Espírito a sua gula ou o deprimido as suas carências.  E igualmente, nas melhores circunstâncias, quando o estudante domina sua fome de saber ou o espiritual seu apetite de glória e graça.  Isso sim é equilíbrio individual adequado e espiritual.
Venha um pouco mais além comigo, considerando este bago.  Jesus fala que o pecado escraviza, mas no Filho somos verdadeiramente livres (lá em Jo 8:34-36).  Isso quer dizer que não pesa sobre nós nenhuma imposição escravocrata – sou absolutamente livre em Cristo (Paulo aos coríntios repete esta verdade em dois lugares: 1Co 6:12 e 10:23).  Então, fazendo uso de tal liberdade, eu me entrego voluntariamente àquele que produz a jaca, com seus cheiros, seus sabores, suas carnes e caroços, deixando-me ser controlado prazerosamente por ele e me entregando para que ele me faça repleto de tudo isso e muito mais.
Autocontrole espiritual é toda a minha vida, história e vontade impregnada por tudo o que é espiritualmente divino; é deixar consciente e propositadamente que cada aspecto de meu ser seja tomado pela jaca do Espírito.  Que assim seja eu.
Creio que não é por acaso que Paulo deixa este bago para o fim.  Depois de degustar cada um dos anteriores, coroo o carisma da fruta em mim assumindo-me deixar o meu controle sob a tutela daquele que me transforma de glória em glória (palavras de 2Co 3:18).
Que Deus nos dê a santa temperança e domínio de nossa vida em colocá-la no seu bendito controle.  Para a glória dele somente.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fruto do Espírito - MANSIDÃO

Já pensando sobre os últimos bagos da jaca do Espírito, para esta reflexão o apóstolo nos apresenta o tema da mansidão.  O bago da mansidão é daqueles que implicam em similaridade com Jesus, ou seja, ele se desenvolve em mim na medida em que consigo reproduzir as características essenciais dele.  Creio que são bastantes conhecidas as palavras do Mestre quando diz: ... sou manso e humilde de coração (leia toda a declaração em Mt 11:28-30).
Dizendo de outra forma: compreendo que frutificar no Espírito é ser impregnado com as marcas indeléveis de Cristo (gosto desta palavra: indelével = aquilo que não pode ser deletado).  Ora, se Jesus em seu poder e autoridade se submeteu com mansidão e humildade ao seu destino por Deus traçado (compare Jo 6:38 com Lc 22:42), então igualmente eu também, para que minha vida se torne útil, válida e saborosa, como um suave bago de jaca, tenho que ter e manter um coração humilde e manso de submissão e obediência àquilo que Deus tem reservado para minha história.
Distendendo ainda mais este conceito, deixe-me enfatizar que mansidão, como bago da jaca do Espírito em minha vida, não é uma atitude simples e passiva de fuga ou resignação, é antes um posicionamento sincero e corajoso de reconhecimento da vontade soberana de Deus tendo a certeza de que ela é boa, agradável e perfeita para mim (considere Rm 12:2).  E, já que jaca é fruta nossa, me permitam duas expressões bem sertanejas: ser manso não é ser abestado, mas é ser ladino para encarnar a vontade de Deus.
Refletindo ainda sobre mansidão nas páginas da Bíblia, quero destacar uma ordem e duas promessas.  Desfrute comigo deste bago.
No pequeno livro das profecias de Sofonias há uma ordem direta: "busquem a mansidão" (leia em Sf 2:3).  Entre as diversas instruções sagradas – lembre-se: é ordem e não conselho – está a de que todo aquele que espera pelo grande dia do Senhor deve necessariamente buscar tornar-se manso.
As duas promessas eu encontro no livro dos Salmos.  A primeira é repetida por Jesus no Sermão do Monte: "os mansos herdarão a terra" (em Sl 37:11 e Mt 5:5).  Quando em minha vida está presente o bago da mansidão – o que implica em me tornar submisso à vontade de Deus como Cristo é – então posso tomar para mim todas as promessas eternas de paz e herança.
A segunda promessa amplia a primeira: "os mansos comerão e se fartarão" (no Sl 22:26).  A mansidão como fruto do Espírito em minha vida é promessa de saciedade.  Penso que, para melhor entender o que Davi quis dizer neste poema, deixe-me convidá-lo para sentar debaixo da sombra de uma grande jaqueira depois do almoço e, enquanto a tarde se vai caindo lenta e gostosamente (como é lindo o entardecer assim!), vá pegando babo por bago na própria fruta e comendo até que já farto apanhe mais um bago e suspire mansamente: estou satisfeito!!!
Assim é a mansidão na vida dos que são regidos pelo Espírito, eles se sentem fartos, saciados, satisfeitos por desfrutar da vontade de Deus em suas vidas.
Apenas desejo que o próprio Senhor nos farte com os bagos de sua mansidão.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fruto do Espírito - FIDELIDADE

As gerações que me antecederam na caminhada cristã me legaram uma belíssima canção que conclui com uma declaração de louvor e reconhecimento: "Tu és fiel, Senhor, fiel a mim".  Toda vez que a canto, sinto como se os elementos musicais: melodia, harmonia e ritmo se encaixassem de modo perfeito com a letra formando um conjunto que toca profundamente a minha alma.  As velhas canções espirituais repetidas vezes nos fazem isso – e como é bom!
Eu sei que cantar a fidelidade de Deus se tornou mote constante em gravações modernas – e declarar que Deus é fiel reveste-se de absoluta verdade.  Mas nada como deixar minha alma ser embalada na convicção de que desde tempos imemoriais o meu Senhor tem sido fiel, seus servos o cantam com ânimo e fé e eu me junto a eles nesta adoração.
Depois desta constatação introdutória: Deus é fiel, ponto (meu dedo quase foi na tecla de exclamação, mas não é apenas para se admirar, é para escrevinhar concluindo com um ponto de afirmação e convicção: Deus é fiel e ponto).  Depois desta constatação, volto minha atenção a mais um bago da jaca do Espírito: a fidelidade.
Quando abordei a alegria como fruto do Espírito, chamei a atenção ao fato de que a fruta apresenta as características essenciais que absorve da própria árvore (além da base biológica para tal afirmação, o texto de Jo 15 fornece bom subsídio espiritual).  E com isso eu estou dizendo que se Deus é fiel e eu estou ligado a ele, como um ramo é ligado à videira e uma jaca ligada ao tronco pelo talo, então a imprescindível que o DNA divino – aí inclua sua fidelidade – esteja reduplicado em minha vida.
Afirmar a fidelidade de Deus equivale a reconhecer que ele é absolutamente confiável.  Em toda e qualquer circunstância eu posso confiar que ele permanecerá fiel (são literais as palavras de 2Tm 2:13). E distendendo este conceito: o meu Senhor é digno do todo crédito.  Mas abrindo um parêntese: deixe-me dizer que a fidelidade de Deus não significa que seu agir é monotonamente previsível.  Deus é fiel, mas também é maravilhosamente surpreendente.
Estando eu produzindo a jaca do Espírito em mim devo ter a minha vida moldada de modo a reproduzir com exatidão a fidelidade de Deus em minha existência.  Ainda considerando as palavras apostólicas de Gl 5:25, quem anda em Espírito tem que pautar seu padrão de comportamento como alguém digno de crédito.  É assim que a jaca amadurece em mim.
A fidelidade estampada como fruto do Espírito na vida daquele que está ligado ao tronco significa que suas palavras confirmam sua vida e ações, e que seu caráter endossa seu agir.
Fidelidade é caráter essencial de Deus compartilhado com aquele que, estando ligado a ele, produz bagos atraentes do Espírito.  Que a minha vida seja a reprodução precisa da fidelidade de Deus em cada novo dia da minha existência.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Fruto do Espírito - BONDADE


Temos aqui para a nossa reflexão mais um dos bagos da jaca de Espírito.  Continuamos naquela zona onde os limites dos bagos se confundem.  Mas como cada um deles é parte integrante e essencial da mesma fruta, então não resta em absoluto nenhum problema de misturá-los.  Já vimos que a amabilidade no Espírito nos torna agradáveis no trato social, e – como dissemos – sem precisar o limite entre os bagos, devemos destacar a bondade como fruto do Espírito.
Mais de uma dezena de vezes o Senhor Deus é reconhecido como bom no livro de Salmos, e penso que este seja a mais comum referência a ele no Saltério (veja, por exemplo, o Sl 73:1 / 100:5 e 136:1 entre outros).  Para os poetas bíblicos, entre tantas qualidades e atributos divinos, a sua bondade mereceu um destaque considerável.  Com certeza: "o Senhor é bom para todos; a sua compaixão alcança todas as suas criaturas" (cantado no Sl 145:9).  Este deve ser sem dúvida o nosso ponto de partida. 
Neste ponto, eu me permito uma pequena digressão teológica.  Assim como os salmistas, eu sei que Deus é bom não porque seja capaz de esmiuçar a essência do seu ser, traçando-lhe um perfil completo e confiável.  Isto é simplesmente impossível.
Deus é e sempre continuará sendo transcendente, aquele que escapa aos meus conceitos e definições.  Ou seja, nas palavras do suíço K. Barth: Deus é o Totaliter Aliter (totalmente outro).  Isto quer dizer que por mais que eu estude e investigue, jamais chegarei por métodos próprios ao conhecimento de quem é Deus, ele sempre está além.
É por isso que eu preciso da Revelação, preciso da vontade de Deus em se dar a conhecer.  Em outras palavras: eu só posso afirmar a bondade divina por que suas ações para comigo atestam isso.  Por ser alvo preferencial das ações bondosas de Deus eu sei que ele é bom.  Davi sabia disto: "provem, e vejam que o Senhor é bom" (no Sl 34:8).
Voltemos à jaca, aplicando o mesmo princípio.  Sendo a bondade fruto do Espírito, ela não pode ser identificada através de definições teóricas, mas somente por engajamento e ações práticas que a delimitem.
Já lemos que para Paulo, quem vive no Espírito deve assim se portar (confira Gl 5:25), e neste caso a aplicação é completa.  Se sou tomado pelo Espírito – seu gosto, cheiro, visgo e o mais – então isso deve produzir em mim um conjunto de comportamentos que me identifiquem como bom, como Deus o é.  Ou seja,  quem nunca experimentou uma jaca não pode descrevê-la.  Também não é possível ser um bago da jaca sem que todas as suas propriedades estejam intrinsecamente ali presentes.
Bondade não é discurso; não é teoria; nem argumento lógico.  Bondade é cristianismo encarnado (considere ainda Rm 5:8); é o Senhor transpirando em mim.  Que assim nos faça ele.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

ENXERTADOS

De vez em quando as pessoas comentam, tanto pessoalmente quanto por mensagens, o meu uso frequente de figuras, metáforas, alegorias, parábolas e outras estratégias de linguagem.  Confesso: — Gosto de transitar por tais trilhas, mesmo correndo o risco de por vezes me perder entre elas.  E saiba que isso não é de hoje.
Sei também que não estou sozinho.  Toda a Bíblia está salpicada delas.  Jesus as usou como recurso utilíssimo em seu ministério.  Com elas o Mestre podia tornar seus ensinamentos mais claros, leves e belos.  Ainda ajudava a fazer seus discípulos lembrar, compreender, assimilar e encarnar cada aspecto peculiar de sua mensagem.  E como é bom me saber herdeiro de tal tradição!
O apóstolo Paulo foi outro que trabalhou tais recursos.  É lógico que ele não se referiu a jacas ou sorveterias – ele nem as conhecia em seu contexto – mas como soa familiar pensar em corpo de Cristo (como pode ser lido em 1Co 12:12 em diante, por exemplo), ou em vasos de honra (em 2Tm 2:20-21), ou ainda em estrelas brilhantes (em Fl 2:15)!  Além do uso extraordinário de figuras e relatos históricos (como, por exemplo, Sara e Hagar em Gl 4:21-31).
Desta feita, deixe-me dar um destaque especial a uma outra figura que o apóstolo usa escrevendo aos romanos: o ramo bravo enxertado na oliveira cultivada (confira em Rm 11:11-24).  Se formos olhar acuradamente e bem de perto, com certeza vamos perceber que cada detalhe desta metáfora remete a outras figuras e arquétipos já bem conhecidos de judeus e cristãos recém-convertidos de então.  Só que aqui não quero fazer esse tipo de exame clínico; creio que basta apenas deixar o texto falar para que ele próprio se faça brotar.  Em resumo, Paulo está nos dizendo:
Deus cultivou a nação de Israel e a preparou para ser habitação cultivada e a portadora da revelação maior do amor do Pai a toda humanidade e agora – independente da rejeição ou não dos judeus – nós fomos enxertados na lavoura divina.
Na qualidade de enxertado que sou, pois nasci gentio e fui acolhido na oliveira, quero só fazer três apontes às palavras apostólicas:
Em primeiro lugar que Deus, como agricultor soberano, tratou com carinho, paciência e determinação aquele povo que ele mesmo escolheu para plantar, tornando-o pronto e aceitável aos desígnios eternos de amor, graça e bondade (note que Jesus usa uma metáfora similar em Jo 15:1-5).
Segundo, reafirmo que em tal enxerto nada mais há que demonstração de graça e benevolência imerecida.  E no meu caso muito mais.  Nada havia em mim para que Deus se dignasse a me colher entre outras oliveiras bravas e me colocasse com eficiência e prontidão no meio dos seus planos (considere Ef 2:1-9).
E por conta destes anteriores, um terceiro aponte é que, como ramo enxertado na oliveira cultivada, hoje sou igualmente herdeiro de toda sorte de bênçãos espirituais que ao longo da história Deus prometeu e garantiu aos seus (ainda é Paulo quem enfatiza tal assertiva em Rm 15:27 e Ef 1:3).
Assim, hoje me aproprio desta metáfora com grande alegria e motivos infindáveis de louvor a Deus por saber que ele mesmo, tendo me encontrado perdido entre oliveiras bravas, tudo preparou para, pela sua graça, me outorgar bênçãos perenes, enxertando-me na sua história da salvação.  Aleluia!