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terça-feira, 30 de maio de 2023

ELE NOS FEZ UM

 


Tenho visto e lido várias coisas sobre temas da última pauta das mídias.  Até me sinto atraído por comentar algo que está nos trending topics – confesso.  Mas nem quero apenas reproduzir posts alheio nem, muito menos, me apresentar como expert em generalidades.

 

CPMI, fake news, racismo, big techs, democracia, redes sociais, justiça, meio ambiente ... hashtag ... hashtag ... hashtag ...

 

Mas, como disse, não sou expert em generalidades – mesmo sendo tentado a dar pitaco em tudo – então vou me ater em citar do que posso falar: do texto sagrado.

 

Num mundo de divergências, onde o discurso de ódio parece encontrar eco, e o diferente passa a ser visto como algo a ser extirpado, procuro na Revelação alguma indicação segura sobre como me posicionar.  E encontro as palavras apostólicas que dizem:

 

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um;
e, derrubando a parede de separação que estava no meio
(Ef 2: 14).

 

Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
(Gl 3:28)

 

E, para visualizar o contexto primitivo das citações, observe: os primeiros cristãos estavam tendo problemas com uma tendência tida espiritual (ou conservadora) de separar os eleitos – judeus e prosélitos – dos gentios e pagãos.  Como se a graça e a verdade coubessem aos primeiros e o ódio restasse aos demais (o nome disso é racismo e xenofobia, ou seja: pecado).

Foi contra essa postura virulenta anticristã que o apóstolo se posicionou.

 

A regra é clara.  Em Cristo não há discurso de intolerância (mesmo que seja disfarçado de zelo espiritual), pois ele acatou a todos sem distinção.

Judeus, gregos, europeus, africanos, americanos e cubanos.

Doutores, analfabetos, ricos, pobres, proprietários, sem-terra, empresários e assalariados.

Casados, solteiros, ajuntados, virgens, sisudos, alegres, iguais e diferentes.

Por que todos igualmente pecaram e por isso precisam todos imensamente da graça de Cristo (na linha de Rm 3:23).

 

No evangelho inaugurado por Cristo e anunciado por Paulo, o outro e o diferente são, em primeiro lugar, amados e acolhidos.  Nunca julgados e segregados.

Todas as nossas eventuais diferenças, frutos da etnia, da cultura, das posses – ou das escolhas que sejam – foram subjugadas na cruz de Cristo e nele fomos todos reconciliados de modo a nos tornarmos um só corpo em Cristo (sugiro ainda a citação de Cl 3:11).

Essa é a nova, grande e surpreendente verdade do Evangelho. ELE NOS FEZ UM.  Para a graça divina todos são igualmente atraídos e por essa mesma graça somos todos feitos irmãos.

E pelo projeto da cruz, deve haver uma só humanidade.

É por isso que qualquer atitude de separação, racismo, xenofobia, intolerância ou arrogância é tão ofensiva para Deus: pois é um pecado que despreza a cruz e a sua obra e graça.

Cristo morreu para nos fazer UM nele.  E que nada nos separe de uma graça assim.

 

domingo, 15 de janeiro de 2023

PREVISÕES DO FIM DO MUNDO – séculos XIX e XX

 

Preciso não perder de vista a afirmação de Jesus que sobre a data fixada em calendário para o fim do mundo e sua volta gloriosa ninguém sabe (confira em Mt 24:36).

Retomando: já apresentei duas listas de previsões erradas do fim do mundo pregadas desde o início do cristianismo (reveja aquilink).

Continuando a relação.  Com a chegada dos séculos XIX e XX as profecias sobre o fim do mundo prosseguiram estabelecendo datas (e consequentemente errando!).  Também não faltaram esquisitices.

Veja aí uma relação extremamente resumida dessas previsões que eu listei.

 

1805 – Christopher Love, pregador presbiteriano inglês, previu a destruição do mundo por um terremoto em 1805, seguido de uma era de paz eterna em que Deus seria conhecido por todos.

1806 – Em Leeds, Inglaterra, uma galinha começou a botar ovos com a frase "Cristo está vindo" escrita. Posteriormente, foi descoberto que se tratava de uma farsa. A dona da galinha, Mary Bateman, tinha escrito nos ovos com uma tinta corrosiva para causticá-los e então reinseriu os ovos no oviduto da galinha.

1814Joanna Southcott, de 64 anos de idade, afirmou que estava grávida (com Cristo em seu ventre), e que ele nasceria em 19/10/1814.  Ela morreu no final daquele ano sem ter dado à luz a uma criança; e uma autópsia provou que ela não estava grávida.

1844 – William Miller, líder adventista, com base em seus estudos do livro bíblico de Daniel, afirmou que o fim do mundo se daria com a volta de Cristo em 21/03/1844.  Como o fim não chegou – o que ficou conhecido como o “Grande Desapontamento”, seus seguidores reinterpretaram suas profecias e recalcularam as datas sucessivas vezes.

1853 – O início da Guerra da Crimeia, nos Balcãs, levou muitas a acreditar que essa seria a Batalha do Armagedom citada no Apocalipse.

1862 – John Cumming, clérigo escocês, afirmou que em 1862 havia passado 6000 anos desde a Criação e que o mundo acabaria.

1874 – Charles Taze Russell, fundador das Testemunhas de Jeová, previu o retorno de Jesus para 1874; e após esta data, reinterpretou a previsão e disse que Jesus tinha de fato voltado numa forma invisível.

1910Camille Flammarion previu que a chegada do Cometa Harley naquele ano impregnaria a atmosfera terrestre levando a extinção da humanidade.  Por conta disso "Pílulas de cometa" foram vendidas para proteção contra gases tóxicos.

1925Margaret Rowen, uma adventista, afirmou que o anjo Gabriel teria aparecido a ela numa visão e dito que o mundo acabaria à meia-noite do dia 13/02 daquele ano.

1935Wilbur Glenn Voliva, defensor da terra plana e criador de sua própria versão da Igreja Católica americana, anunciou que o mundo "explodiria e desapareceria" em setembro de 1935.

1967 – George Van Tassel, baseado em seus contatos com OVNI, afirmou que o dia 20/08 marcaria o começo do terceiro mal do Apocalipse, em que o Sudeste dos EUA seria destruído por um ataque nuclear soviético.

1969 – Charles Manson, famoso criminoso norte-americano, previu que uma guerra racial apocalíptica ocorreria naquele ano.

1977 – William Marrion Branham, televangelista americano, previu que o Arrebatamento ocorreria no máximo até 1977.

1980 – A seita brasileira conhecida como “Borboletas Azuis” anunciou em 1978 que em 13/05/1980 haveria um dilúvio que poria fim na humanidade.

1982 – John Gribbin, astrofísico britânico, escreveu que forças gravitacionais combinadas com planetas alinhados causariam diversas catástrofes, incluindo um enorme terremoto na falha de Santo André em 10/03.

1982 – Pat Robertson, pastor pentecostal afirmou em 1976, num programa de TV chamado Club 700, que o mundo acabaria em 1982.

1990 – Elizabeth Clare, mística norte-americana, disse que uma guerra nuclear começaria em 23/04, e refugiou-se com seus seguidores com estoque de suprimentos e armas.

1991 – Louis Farrakhan, líder americano da “Nation of Islam” afirmou que a Guerra do Golfo seria o Armagedon e ela seria a guerra final da humanidade.

1993 – David Berg, líder dos “meninos de Deus”, previu que a Grande Tribulação começaria em 1989 e a Segunda Vinda ocorreria em 1993.

1994 – Harold Camping, radialista norte-americano, publicou um livro onde afirmava que Jesus voltaria em setembro desse ano.  Depois recalculou a data para outubro de 2011.

1999 – Segundo Nostradamus (1503-1556), o mundo acabaria em setembro de 1999.

 

 

Sobre o ano 2000; bem, foram tantas e tão diversas as profecias, previsões, vaticínios, cálculos etc. que fica difícil numerar.  Até tentei começar uma lista, mas desisti...

Além de interpretações bíblicas e apocalípticas (algumas sinceras, mas erradas e outras esdrúxulas), a sociedade tecnicista aguardou o bug do milênio.  Mas a vida insistiu em continuar na Terra...

E não pense que o século XXI fez arrefecer o ímpeto dos oráculos.  Passamos pelo Calendário Maia, por luas de sangue, pela inversão dos polos planetários terrestres, pelo HAARP (Colisor de Partículas), pelo aquecimento global e camada de ozónio e...

E eu agora posso olhar pela minha janela e ver que chegamos a 2023.  Hoje o sol amanheceu e ainda estamos aqui.

 

O que posso dizer para terminar?

 

– E o fim do mundo?

 

Jesus disse: – Não andem aperreados com o dia de amanhã [nem com o fim], o mal de cada dia já lhe é suficiente! (Mt 6:34).

 

Você pode rever algumas relações de PREVISÕES DO FIM DO MUNDO:

Do início do Cristianismo até a Reformalink

Da Reforma ao século XVIIIlink

 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

PREVISÕES DO FIM DO MUNDO – da Reforma até o século XVIII

 

Ainda lembrando que Jesus afirmou que sobre a data fixada em calendário para o fim do mundo e sua volta gloriosa ninguém sabe (confira em Mt 24:36).

Já apresentei uma lista de previsões erradas do fim do mundo pregadas desde o início do cristianismo (reveja aquilink).

Para continuar nossa relação, é importante observar que a partir do advento da Reforma Protestante no século XVI, multiplicaram profetas e adivinhos do fim do mundo. 

Aqui eu trago uma relação bem resumida de previsões (nem sei dizer quantas outras foram afirmadas).

Veja aí:

 

1524 – Um grupo de astrólogos de Londres previu que o mundo acabaria com um dilúvio que começaria em Londres.

1525 – O anabatista Thomas Müntzer (1490-1525) afirmou que o ano de 1524 marcaria o começo do milênio.  Seus seguidores se mostraram irredutíveis e acabaram morrendo numa batalha contra tropas do governo alemão.

1533Melchior Hoffman (1495-1544), um visionário alemão, previu que a segunda vinda de Cristo ocorreria em Estrasburgo nesse ano e somente 144 mil seriam poupados.

1533 – O matemático alemão Michael Stifel (1487-1567) calculou o dia do julgamento final em 19/10/1533 as 8h.

1534 – O carismático Jan Matthys (1500-1534) corrigiu a data de Stifel para 05/04/1534 e acrescentou que somente a cidade alemã de Munique seria poupada.

1585 – O espanhol Miguel Servet (1511-1533) afirmou que o reinado do diabo começou com o Concílio de Niceia (em 325) e por isso o mundo acabaria 1260 anos depois.

1624 – Os astrólogos londrinos recalcularam suas previsões para o dia 01/02/1624 (sob as mesmas condições).

1657 – Cristãos do grupo inglês denominado de “Homens da Quinta Monarquia” previram que a batalha apocalíptica final e a destruição do Anticristo ocorreriam entre 1655 e 1657 e que esse desaparecimento definitivo do poder terreno dos seres humanos ocorreria em 1666.

1658 – Cristóvão Colombo (1451-1506) afirmou que o mundo foi criado em 5343 a.C. e duraria 7000 anos. Partindo do pressuposto que não há ano zero, isto significa que o fim aconteceria em 1658.

1666 – O número 666 no ano e a morte de centenas de milhares pela peste e incêndio em Londres, fez reascender as afirmações do fim mundo naquele ano.

1688 – Estudando Apocalipse, o matemático escocês John Napier (1550-1617) previu que o mundo acabaria naquele ano.

1694 – Johann Alstedius, um filósofo e teólogo alemão, afirmou que o milênio começaria nesse ano.

1697 – O puritano americano Cotton Mather (1663-1728) previu que o mundo acabaria nesse ano. Após a previsão falhar, ele corrigiu a data duas outras vezes.

1719 – Com a vista de um cometa em 05 de abril, o matemático suíço Jakob Bernoulli (1654-1705) previu a destruição da terra.

1736 – Novamente por um cometa, o matemático inglês William Whiston (1667-1752) que o fim viria em 16 de outubro.

1792 – A seita milenarista inglesa dos "Shaking Quakers" previu que o mundo acabaria nos anos 1792 ou 1794.

 

Realmente nunca faltaram previsões escatológicas com marcação para o fim (e continuo pensando que não é preciso dizer que todos erraram bastante!).  Afinal, já chegamos a 2023 e ainda estamos aqui. 

 

 

Tem mais.  Atente para mais relações de PREVISÕES DO FIM DO MUNDO:

Do início do Cristianismo até a Reformalink

Séculos XIX e XXlink

 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

PREVISÕES DO FIM DO MUNDO – do início do Cristianismo até a Reforma

 

Jesus afirmou que sobre a data fixada em calendário para o fim do mundo e sua volta gloriosa ninguém sabe (confira em Mt 24:36).

O que vem acontecendo, porém, ao longo da caminhada cristã é que alguns (ou muitos) não levaram muito a sério as palavras de Jesus.  Então, a ideia de tentar marcar uma data para o fim do mundo sempre povoou o imaginário de clérigos piedosos, pretensos estudiosos e aventureiros a profetas.

Veja aí uma relação resumida de algumas datas quando o mundo deveria ter terminado (aqui limitada aos prognosticadores anteriores à Reforma Protestante):

 

365 – O bispo francês Hilário de Poitiers (300-368) foi o primeiro cristão a marcar a data do fim do mundo.  Segundo ele, o imperador Constâncio II seria o Anticristo e Jesus voltaria quatro anos após sua morte.

400 – Martinho de Tours (316-397) propagou que o mundo teria fim antes do ano 400. Ele dizia que o Anticristo já havia nascido e que em pouco tempo iria tomar o poder.

500 – Com base em seus estudos sobre a arca de Noé, um tal de Sexto Júlio Africano estabeleceu o ano de 500 como sendo a data do retorno de Cristo.  Como isso não aconteceu, ele recalculou para o ano 800.

995 – No ano de 992 as celebrações da Anunciação e da Sexta-Feira Santa ocorreram no mesmo dia, então criou-se a crença de que este seria o evento que traria o Anticristo e consequentemente o fim dos tempos dentro de três anos e meio.

1000 – Segundo o Papa Silvestre II (946-1003), o fim do primeiro milênio do calendário cristão marcaria também o fim do mundo e a volta de Jesus no primeiro dia ano.  Por conta disso, revoltas ocorreram pela Europa e peregrinos viajaram para o leste em direção a Jerusalém.

1033 – A data referente ao fim do milênio foi recalculada para computar os anos do ministério terreno de Jesus.

1284 – O Papa Inocêncio III (1160-1216) previu que o mundo acabaria 666 anos após a ascensão do Islã.

1346–1351 – Com a proliferação da peste negra, diversos europeus a interpretaram como o sinal do fim dos tempos.

1504 – O famoso pintor Sandro Botticelli (1445-1510) acreditava que já estava vivendo a Grande Tribulação e em 1500 afirmou que o mundo acabaria três anos e meio depois.

 

Ou seja, essa coisa escatológica de agendar o fim é antiga (e penso que não é preciso dizer que todos erraram bastante!).  Já chegamos a 2023 e ainda estamos aqui. 

 

Vou continuar essa relação de PREVISÕES DO FIM DO MUNDO:

Da Reforma ao século XVIII – link

Séculos XIX e XXlink

 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

E O FIM DO MUNDO?

  

Já chegamos a 2023 e ainda estamos aqui.  Depois de inúmeras previsões apocalíptica e de crenças mirabolantes, a verdade é que já chegamos a 2023 e ainda estamos aqui!

 

– E o fim do mundo?

 

Bem, eu comecei a rascunhar esse texto ainda estava em meados do ano passado, em plena efervescência política, e o guardei para ver o que haveria de acontecer.  Também fiz listas de previsões históricas sobre o fim do mundo. 

 

Agora estou retomando.

 

De início, devo relembrar que – talvez por teimosia – sobrevivi ao fim do mundo no ano 2000 e ao seu bug do milênio, depois de já ter insistido em viver, mesmo sob o temor da guerra fria e a ameaça comunista do fim do mundo.  E sem falar das hecatombes nucleares.  Afinal nasci no fim da década de ’60 do século passado!

Sim. Continuo aqui.

Ah.  E depois teve o 2012 Maia – mas aí já pende para argumentos quase folclóricos.  Deixa pra lá...

 

Então eu não sei se estou ficando razinza ou cético, mas já ando avesso a isso tudo.  As previsões vão se sucedendo e o mundo continua aqui.  Talvez porque nós, seres humanos criados por Deus com maestria e primazia, tenhamos a fantástica capacidade de sobreviver ao caos e ao “apesar de”.

 

Lembro com assombro, ainda pequeno, de ouvir sobre o comunismo soviético que iria dominar o mundo antes do fim do milênio e que isso precipitaria o final da história humana cristã.  A verdade histórica, porém, é que quem acabou foi o regime soviético, e os profetas do apocalipse secular – com suas interpretações bíblicas fajutas – erraram feio em suas previsões.

E o mais trágico é que eles insistem em reatualizar suas escatologias!

 

E tinha a tal de Nova Era – a Era de Aquário!  Acho que até deixaram de falar nisso...

 

Teve (ou ainda tem) o terror tecnológico e a preocupação das inteligências artificiais que dominariam a terra e que acabariam por inviabilizar a vida.  Também verdade é que esses pregoeiros devem ter ficado frustrados quando a catástrofe prevista para o ano 2000 não impediu de a vida seguir no século XXI.

 

As questões do clima também causam preocupação.  Já dizem que o mundo acabará num montão de lixo e sem água para se beber.

Nesse caso, preciso dizer que realmente é preciso cuidar da casa (ecologia literalmente significa isso).  Mas continuo acreditando que, apesar do lixo humano, o desafio de Mardoqueu a Ester citado na Bíblia ainda é relevante e atual: “a situação vai mudar e de alguma parte o livramento vai chegar, quem sabe se não foi para um tempo assim que você está aí!” (em Et 4:14).

A questão é saber se vamos nos juntar nesse processo como parte produtiva e construtiva ou vamos só apontar a desgraça.

 

E me referindo a profecias fundamentalistas (confesso que já me dá até asco só de pensar nisso!): volta escatológica de Jesus(!), milênio(!), Armagedom(!), Anticristo(!), Nova ordem mundial(!), números e representações da besta(!), Nova Jerusalém e velha Israel(!).  E sei lá mais o quê!

 

– E o fim do mundo?

 

A verdade é que já chegamos a 2023 e ainda estamos aqui. 

 

Mas, por honestidade, não posso parar o texto aqui.

Que Cristo vai voltar para resgatar sua igreja, eu creio piamente e não tenho a menor dúvida – até porque o nosso Credo Apostólico afirma que “Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus ... Virá outra vez com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu Reino não terá fim”.  E essa crença é fundamental para me fazer cristão.

E citei a pouco as palavras bíblicas de Mardoqueu e reafirmo que elas são marcas de sabedoria para cristãos desse tempo.  Precisamos levar elas a sério.

 

Quanto as tribulações e aperreios do presente?  Realmente esse tempo tem sido ruim.  Mas já calcularam que também outras eras foram trágicas?

Veja, por exemplo: os 100/150 anos que viram a Reforma Protestante acontecer na Europa e que podem ser muito bem descritos nas palavras de 2Tm 3:1 – tempos trabalhosos ou tempos terríveis.  Penso que, na história ocidental, não há outro momento em que as mudanças tenham sido tão radicais e profundas – nem os dias atuais! (ofereço uma cronologia desse período no link – veja lá!).

 

Sobre o que fazer com o Apocalipse bíblico.  Sincera e honestamente recomendo a leitura de meu livro “TU ÉS DIGNO” onde eu afirmo que “nenhuma passagem no Novo Testamento, texto ou livro é tão festivo ou apresenta tantos registros de adoração e louvor.”  Apocalipse é “um brado de adoração a partir das vozes de todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar” (disponível aqui).

 

Para terminar:

 

– E o fim do mundo?


Jesus disse: – Não andem aperreados com o dia de amanhã [nem com o fim], o mal de cada dia já lhe é suficiente! (Mt 6:34).

 


Como citei, aí vão os links das listas de PREVISÕES DO FIM DO MUNDO:

Do início do Cristianismo até a Reformalink

Da Reforma ao século XVIIIlink

Séculos XIX e XXlink

 

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

UMA CAMISA DO SUPER-HOMEM

 


 

Ontem fui trabalhar com uma camisa estampada da logo do Super-Homem.  Tenho ela desde que, para compor o figurino em uma festa infantil cujo tema era o herói, me vi na necessidade de acrescentá-la ao meu guarda-roupa.  E, de vez em quando, eu a uso...

Dada a explicação inicial, não é sobre a posse da camisa que eu quero falar, então vou voltar para o começo.

 

Ontem fui trabalhar com uma camisa estampada da logo do Super-Homem.  E embora as atividades estivessem correndo tranquilamente (como de costume), devo lhes narrar o que me aconteceu.

Já pelo final da manhã, eis que um cidadão entrou na sala para tratar de questões burocráticas junto a um outro colega com quem também divido a sala. 

Ele tratou do que foi preciso e ao sair, passou diante de minha mesa, olhou e fez o seguinte comentário:

 

– Você é torcedor do Bahia?

 

Confesso que, num primeiro momento, até tive dificuldade de entender a pergunta – e a justificava dela.

Passado o impacto inicial, eu me lembrei de já ter notado a referência de que torcedores do time do Bahia usam com alguma frequência o uniforme do herói da americana DC Comic, uma vez que as cores são similares.

E a resposta de primeira que veio à mente me pareceu objetiva e direta:

 

– Não sou não, mas também isso não me ofende!

 

E o dia seguiu. 

Mais tarde, já em casa, conversando em família sobre o dia de trabalho, lembrei-me do episódio e pude conversar sobre ele.

Boa conversa, e saudável, sempre nos leva por bons caminhos, traz boa luz e areja as ideias.  E foi isso que aconteceu.

É claro que não chegamos a nenhuma conclusão técnica, científica ou filosófica sobre o tema – até porque não sou especialista em psicologia social ou coisa parecida e nem, principalmente, seria o objetivo ali.

Mas, em linhas gerais, veja aonde chegamos:

 

Em primeiro lugar, que o povo nota – faz leituras – de quem somos e de como nos vestimos e nos comportamos.  Por mais que se queira adotar um estilo peculiar e independente, a vida em sociedade sempre vai trazer a conta das relações interpessoais (eita termo técnico!!!). 

É ingenuidade achar que minhas atitudes e comportamentos não são percebidos ou lidos por quem está comigo.  E faz isso com seus próprios olhos – quer eu queira ou não.

 

Depois, e quase como esticando o anterior.  Minhas atitudes, até as mais simples como uma inocente camisa que vesti, pode estar gritando mensagens inconscientes (às vezes subliminares, para usar uma expressão que já foi “cavalo de batalha”). 

Num tempo de imagens e superexposição, uma logo (ou postagem) pode comunicar muito mais que apenas arte ou figurinha. E sempre continuo dialogando com o mundo.

 

Antes de mais uma observação na conversa em casa.  No meu perfil no Instagram eu me identifico com a seguinte frase:

 

– Hoje em dia, em tempos de imagens e vídeos, eu insisto em continuar postando palavras.

 

E uma última linha de raciocínio que a observação do cidadão nos trouxe na conversa em casa foi: por mais que se disfarce (se é que disfarçam!) os seres humanos vivem buscando sinais de pertencimento. 

Continua sendo importante saber que temos companhias na caminhada e que fazemos parte de algo maior e que pode dar sentido e direção à vida.

 

E como sou pastor e escrevinhador (assim também está no Instagram), vou aproveitar para beliscar o tema: seguir a Cristo e caminhar na Igreja sempre vai me fomentar esse senso de pertencimento e sentido de vida.

 

Quanto ao final da história: 

Bem.  Hoje, meio que aleatoriamente, eu escolhi uma camisa rosa-avermelhada e vim trabalhar com ela.  Mas aí já seria uma outra conversa...

 


sexta-feira, 24 de junho de 2022

A PERFEIÇÃO É UM FARDO

 


Lembrei-me de uma citação que Elda me passou certa vez, de um romance que ela estava lendo.  Sabia dela, e não foi difícil ir buscar num arquivo onde estava gravada.

Então, na magia do ctrl C + ctrl V, aí vai a citação:

 

― Durante toda a vida somos atraídas por uma coisa ou por outra – continuou Mary Clement.  ― As tentações mudam, é claro.  Quando se é jovem, é um rapaz bonito.  Depois, doces ou comida.  Ou quando ficamos velhas e cansadas, apenas a oportunidade de dormir mais uma hora pela manhã.  Tantos pequenos desejos e somos tão vulneráveis a eles quanto qualquer um.  Apenas não nos é permitido admitir isso.  Nossos votos nos proíbem.  Usar o véu pode ser uma alegria, dra.  Isles.  Mas a perfeição é um fardo que nenhuma de nós pode suportar.

 

Na verdade, nunca li o livro de onde a citação foi tirada ("O Pecador" de autoria de Tess Gerritsen), mas sei que a Mary Clement – da citação – é uma abadessa.  O que enche de carregamento as palavras!

 

Da primeira vez que ouvi Elda lendo para mim, o que me chamou a atenção foi a constatação de como, no rio da vida, as coisas estão sempre fluindo, mudando para, no fim, dar tudo no mesmo.

 

Agora, relendo, o rio das ideias está indo noutra direção: a perfeição é um fardo!

― Mas como ser perfeito quando a beleza, a doçura ou o conforto me convidam ao desejo?

Ora, ninguém é menos vulnerável aos prazeres e alegrias que quebram a cinzenta austeridade da vida de compromissos e que nos amarram religiosamente ao pesado hábito da perfeição.  Mas mantermos votos cansa.

E o véu – ou o xador – que cobre nossos corpos como mantos sociais nunca desanuvia o anelo da alma.

 

Então o rio das ideias vem banhar outras margens e me pego pensando no homem de Nazaré contemplando belezas, deliciando-se com doçuras e aproveitando do conforto.

E se para a sua fé sisuda isso é heresia, paciência!  Foi ele mesmo quem propôs trocar os votos que proíbem, a dor da atração escondida, os pequenos desejos – trocar o fardo da perfeição insuportável por uma vida leve e descansada.