Ontem
fui trabalhar com uma camisa estampada da logo do Super-Homem. Tenho ela desde que, para compor o figurino
em uma festa infantil cujo tema era o herói, me vi na necessidade de acrescentá-la
ao meu guarda-roupa. E, de vez em quando,
eu a uso...
Dada a explicação inicial, não é sobre a posse da
camisa que eu quero falar, então vou voltar para o começo.
Ontem fui trabalhar com uma camisa estampada da logo
do Super-Homem. E embora as atividades
estivessem correndo tranquilamente (como de costume), devo lhes narrar o que me
aconteceu.
Já pelo final da manhã, eis que um cidadão entrou na
sala para tratar de questões burocráticas junto a um outro colega com quem
também divido a sala.
Ele tratou do que foi preciso e ao sair, passou
diante de minha mesa, olhou e fez o seguinte comentário:
– Você é torcedor do Bahia?
Confesso que, num primeiro momento, até tive
dificuldade de entender a pergunta – e a justificava dela.
Passado o impacto inicial, eu me lembrei de já ter
notado a referência de que torcedores do time do Bahia usam com alguma
frequência o uniforme do herói da americana DC Comic, uma vez que as
cores são similares.
E a resposta de primeira que veio à mente me
pareceu objetiva e direta:
– Não sou não, mas também isso não me ofende!
E o dia seguiu.
Mais tarde, já em casa, conversando em família
sobre o dia de trabalho, lembrei-me do episódio e pude conversar sobre ele.
Boa conversa, e saudável, sempre nos leva por bons
caminhos, traz boa luz e areja as ideias.
E foi isso que aconteceu.
É claro que não chegamos a nenhuma conclusão
técnica, científica ou filosófica sobre o tema – até porque não sou
especialista em psicologia social ou coisa parecida e nem, principalmente,
seria o objetivo ali.
Mas, em linhas gerais, veja aonde chegamos:
Em primeiro lugar, que o povo nota – faz leituras
– de quem somos e de como nos vestimos e nos comportamos. Por mais que se queira adotar um estilo
peculiar e independente, a vida em sociedade sempre vai trazer a conta das
relações interpessoais (eita termo técnico!!!).
É ingenuidade achar que minhas atitudes e
comportamentos não são percebidos ou lidos por quem está comigo. E faz isso com seus próprios olhos – quer eu
queira ou não.
Depois, e quase como esticando o anterior. Minhas atitudes, até as mais simples como uma
inocente camisa que vesti, pode estar gritando mensagens inconscientes (às
vezes subliminares, para usar uma expressão que já foi “cavalo de batalha”).
Num tempo de imagens e superexposição, uma logo
(ou postagem) pode comunicar muito mais que apenas arte ou figurinha. E sempre
continuo dialogando com o mundo.
Antes de mais uma observação na conversa em
casa. No meu perfil no Instagram
eu me identifico com a seguinte frase:
– Hoje em dia, em tempos de imagens e vídeos, eu
insisto em continuar postando palavras.
E uma última linha de raciocínio que a observação
do cidadão nos trouxe na conversa em casa foi: por mais que se disfarce (se é
que disfarçam!) os seres humanos vivem buscando sinais de pertencimento.
Continua sendo importante saber que temos
companhias na caminhada e que fazemos parte de algo maior e que pode dar
sentido e direção à vida.
E como sou pastor e escrevinhador (assim também
está no Instagram), vou aproveitar para beliscar o tema: seguir a Cristo
e caminhar na Igreja sempre vai me fomentar esse senso de pertencimento e
sentido de vida.
Quanto ao final da história:
Bem. Hoje,
meio que aleatoriamente, eu escolhi uma camisa rosa-avermelhada e vim trabalhar
com ela. Mas aí já seria uma outra
conversa...
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