terça-feira, 28 de abril de 2015

As 24 palavras mais frequentes do AT

Estas são as palavras que mais aparecem no texto hebraico do Antigo Testamento.  Em primeiro lugar está o verbo dizer – em suas mais diversas formas.  Começando em Gn 1:3 "Disse Deus".  Veja a lista a seguir:

sexta-feira, 24 de abril de 2015

ADORAÇÃO NO LIVRO DE APOCALIPSE

... os vinte e quatro anciãos se prostram diante daquele que está assentado no trono e adoram aquele que vive para todo sempre.
(Ap 4:10)
O Livro de Apocalipse narra a visão que João teve dos fatos que se desenrolaram para a vitória final de Cristo na História, e nesta visão o canto de júbilo dos redimidos merece destaque.  No texto sempre são os que estão nos céus ao lado do Cristo vitorioso que adoram.  São sempre os que temem, "tanto pequenos como grandes" (Ap 19:5) que louvam a Deus.
Um segundo destaque é o reconhecimento de que todo louvor deve ser dedicado exclusivamente ao Cordeiro.  Somente no capítulo 5 por quatro vezes é dito que ELE é digno.  Reconhecer a Cristo como merecedor exclusivo de nossas palavras de adoração faz parte da essência do louvor no Livro de Apocalipse.  Neste livro, adorar é em verdade atestar a Cristo como merecedor de dignidade.
Se o Livro de Apocalipse é a antecipação da realidade da Igreja em seu destino final, vamos desde já exercitar a nossa adoração e louvor como salvos e reconhecedores da pessoa de Cristo Jesus e sua obra. 
Faça-nos Deus assim!

(do livro "No Baú da Adoração" publicado em 2004)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Igreja e Estado na América Latina

Uma análise da relação entre a Igreja e o Estado na chegada do cristianismo ibérico na América Latina
As instituições da Igreja e do Estado na península ibérica durante os anos finais do século XV e iniciais do século XVI apresentavam características peculiares.  A chegada das caravelas e naus portuguesas e espanholas ao Novo Mundo neste período, assim, revestiu-se de uma singularidade tão marcante que influenciou toda a formação não só desta nova terra como, de volta, influenciou a cristandade européia.
O cristianismo europeu se fez herdeiro da relação entre a Igreja e o Império Romano iniciado por Constantino e daí se tornou a religião oficial do império, atraindo para si poder e prestígios nunca vistos.  Viu-se também envolvido em guerras reconhecidas como santas durante toda a Idade Média contra os mouros muçulmanos na tentativa de demonstrar a supremacia européia e cristã contra os pagãos.  Destas experiências, o cristianismo europeu acabou por atribuir aos reis – principalmente ibéricos – um poder de caráter temporal e espiritual, chegando a rivalizar ao papado, como executor da mão de Deus na consecução do seu projeto para o mundo.  A soma destes fatores resultou no que ficou conhecido como a teologia da cristandade.
Neste espírito, esta cristandade liderada pelo papado criou o Tribunal do Santo Inquérito para julgar os desviantes, organizou ordens monásticas para a consecução dos seus objetivos evangélicos de fé e objetivos de poder, distribuiu terras entre os seus reis católicos e estabeleceu o sistema do padroado que consistia em reconhecer o direito de poder temporal de administrar as questões eclesiásticas com poderes inquestionáveis.
Foi este cristianismo que foi transplantado para a América Latina.  E foi motivado pelo desejo de expandir a fé que portugueses e espanhóis se lançaram ao mar para empreenderem a atividade conquistadora.  Mesmo havendo interesses culturais e econômicos – este mais que aquele – mas certamente o motivo principal era estabelecer novas fronteiras para a fé cristã católica.  Assim não é de se estranhar que os fatores religiosos ligados à pureza da fé católica ligada intimamente ao estado português e ao espanhol tenham ganhado tanta importância e influência na construção da mentalidade latino-americana.  Ou seja, chegando aqui com o objetivo principal de expandir a fé, os colonizadores ibéricos forjaram uma mentalidade que atrelou mentalidade nacionalista nos povos latino-americanos com o ser fiel católico.
Vozes discordantes surgiram desde o princípio do movimento colonizador clamando para que este projeto revestido de cristianismo espiritual, mas que na verdade estava profundamente imiscuído de um espírito explorador, não fosse predominante e que no Novo Mundo, um novo cristianismo livre dos vícios e pecados do cristianismo europeu podesse ser implantado na América Latina.
A compreensão dessa histórica da relação entre a fé e a cidadania na América Latina, hoje desafia-nos então a construirmos uma relação saudável entre estas duas instituições necessárias a existência humana e que, desta relação, possa-se se criar condições de vida mais dignas para toda população ao mesmo tempo tão diversa e tão fiel.

terça-feira, 14 de abril de 2015

DE VOLTA À IGREJA

Na última sexta-feira (dia 10) a Orquestra Sinfônica de Sergipe voltou a tocar no templo da Primeira Igreja Batista de Aracaju.  A noite foi maravilhosa.  Pessoalmente gosto de ouvir a Orquestra – é arte legítima, ao vivo, com tudo que isso implica.  Só senti que se houvesse mais gente ali para também ouvi-los teria sido melhor.
Acontece que aquela noite não foi apenas mais uma noite, e seus antecedentes e contextos merecem destaques, assim como o repertório e músicos.
Veja que disse: ...voltou a tocar.  Sim, é isso mesmo.  Não era uma avant-premiere.  A Orquestra mantém a Série Música nas Igrejas e já havia tocado em nosso templo (sobre isso já falei – leia aqui).  E as peças repetiam a noite anterior no Teatro Atheneu.  Mas a noite da sexta...
Rapidamente: os antecedentes.  No final do ano passado, algumas decisões governamentais aqui em Sergipe quase encerraram as atividades da nossa Orquestra – o que seria uma lástima.  Acompanhei a seqüência de eventos e decretos tentando entender as políticas palacianas, mas principalmente torcendo pela manutenção do grupo.  Ora, ter alguns irmãos e amigos entre aqueles diretamente envolvidos na situação não me dá direito a isenção quanto ao tema, e nem o pretendo.
Mas a Orquestra foi mantida e estreou a temporada 2015 no Teatro Tobias Barreto.  Estive lá.  E notar a casa cheia foi alentador.  Valeu!
Então, na quinta (dia 09), agora no Atheneu, a Orquestra voltou a tocar.  Também fui assistir (falo já do repertório em si).  Apresentou o Conserto da Série Laranjeiras II e deu toda a impressão – acho que certeza – que seguirá a temporada normal de apresentações.  A chamada: cultura clássica de Sergipe só tem a ganhar.
Na sexta, a programação deveria ser a repetição da noite anterior, mas arte ao vivo nunca é cópia, e creio que também nisso está sua grandeza.  Foi bom assistir novamente e, como disse pessoalmente ao Maestro logo após a apresentação, se tocassem mais quatro vezes eu ia querer ouvir todas elas.
Agora uma crítica inevitável: ontem (segunda – dia 13) fui ao site da Orquestra e infelizmente nada há lá de novo ou que valha a pena.  A última notícia é de abril de 2014.  Mas há um atenuante: na página do Facebook há atualizações.
Voltemos à noite musical.
Sob a regência do Maestro Daniel Nery – regente assistente da Orquestra – fomos brindados com uma apresentação de música de câmara.  Sentia falta deste tipo de música em Aracaju e já havia expressado isso a alguns músicos da Orquestra.  Então me dei a ousadia de pensar que eles assim o fizeram por minha causa
— E não precisa me dizer que é pretensão, que eu sei!
É bom destacar ainda o tom didático que o Maestro Daniel deu ao conserto, explicando alguns termos técnicos e situando na história as peças a serem tocadas.  Só abrilhantou a noite.
O local é outro destaque – até porque justifica o título.  Aquele prédio foi construído para ser santuário cristão, e eu particularmente prezo muito por isso.  Mas abrir suas portas para receber arte de primeira qualidade só engrandece ao Criador que concede dons ao homens.  Sei que a distinção entre música sacra e profana traz inúmeras querelas, e isso não é de hoje e nem será aqui que pretendo resolver esta equação.  O que creio piamente é em um Deus se agrada quando os sons alegram os ouvidos de suas criaturas preferenciais: os seres humanos pelos quais ele morreu.
Bem, o repertório.  Tenho que admitir, também com uma elevada dose de pretensão, escolhido a dedo para me cativar.  A noite foi aberta com a Sinfonia nº 29 em lá maior (K 201) de W.A. Mozart.  Uma excelente demonstração da genialidade do compositor austríaco.  Já em seu primeiro movimento é capaz fazer aflorar sentimentos que nos engrandecem com seres humanos.  Grandiosa em cada acorde.
Depois ouvimos, também de Mozart, o Concerto nº 1 em ré maior para trompa e orquestra (K 412) tendo como solista o Emerson Melo – também aqui a isenção e objetividade é impossível e nem pretendo.  Foi brilhante, mesmo sem ostentação.  Que Deus continue abençoando sua arte.
E para fechar a noite, a Suíte nº 03 em ré maior (BWV 1069) de J.S. Bach.  O compositor e a obra se justificam por si mesmos.  Mas o destaque fica por conta do segundo movimento, conhecido como a Ária na Quarta Corda (já o citei em outro texto – leia aqui).  Não há muitos adjetivos para descrevê-la: talvez sublime, magistral, tocante.  E ouvi-la no templo dá à música um tom sacro, mesmo que este não tenha sido o seu propósito original.  É que Deus faz destas coisas!
E se depender de mim, a Orquestra será sempre bem vinda.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

LUZ NAS TREVAS

O Sl 112:4 diz: Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo.  Pensemos sobre ele.  Na história da Filosofia, a luz está associada à aquisição do conhecimento, e isto em vários matizes.  Para nós, contudo, este conceito é pobre para dizer o que o Salmo expressa. Em poucas palavras:
Trevas são ignorância – Luz é sabedoria
Trevas são ódio – Luz é amor
Trevas são desilusão – Luz é esperança
Trevas são tristeza – Luz é alegria
Trevas são solidão – Luz é companhia
Trevas são morte – Luz é vida eterna
Trevas são perdição – Luz é salvação
Contudo, consideremos o texto bíblico – que em última análise é o que realmente nos toca.
Em primeiro lugar não há concordância entre luz e trevas – Paulo diz isso aos Coríntios (2Co 6:14).  No mundo natural há muita área de intercessão entre trevas e luz; nem tudo é branco no preto, há muito cinza; há o ocaso e o nascente onde os dois mundos se tocam.  No mundo espiritual Jesus declara esta impossibilidade (veja o que ele mesmo diz em Mt 12:30).
Um outro ponto importante é que não há como das trevas brotarem espontaneamente a luz.  A luz não nasce das trevas por esforço próprio.  Um não gera o outro nem no mundo natural nem no espiritual.  Isso nos leva a compreender que nenhum trabalho ou crença puramente humana fará a luz divina nascer em nós.
Quanto a isso é bom lembrar da parábola que Jesus contou a cerca de um homem que tendo trabalhado, juntou uma grande fortuna e achou que estava com a vida ganha – só se esqueceu que o tesouro deste mundo não tem valor para salvar a alma (leia toda a história Lc 12:16-21).
Assim chegamos ao ponto principal.  Mais que adquirir conhecimento ou conquistar tesouros, para que a verdadeira luz de Deus nasça em mulheres e homens é preciso entregar a vida a Jesus e estabelecer com ele um relacionamento real e pessoal (veja 1Jo 1:6-7).
Para entender melhor esta última afirmação deixe-me trazer textos: a Bíblia afirma que Jesus é a verdadeira luz de Deus que haveria de vir ao mundo (profetizado em Is 9:2 e cumprido em Mt 4:16 e o próprio Jesus se reconhece assim em Jo 8:12) e somente aceitando o seu convite para um relacionamento pessoal é que nas trevas da vida humana efetivamente nascerá a luz divina: Venham a mim (como é acalentador Mt 11:28-29).
Que esta luz nasça em cada um de nós.

(Este texto foi publicado pela primeira vez no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 28/08/2009.  Para reproduzi-lo aqui eu reescrevi o primeiro parágrafo, que só fazia sentido naquele contexto)

terça-feira, 7 de abril de 2015

MIA FINESTRA MUSICALE – versioni

Listei recentemente músicas cristãs italianas que tenho ouvido (leia aqui).  Mas para abrir mais um pouco la mia finestra musicale devo dar espaço para outras canções entoadas nas chiese italiane, as quais também tenho ouvido.  São versões italianas de letras do mundo à fora.  É o seguinte: à semelhança da igreja brasileira, a italiana tem cantado muita música que eu chamaria de internacional.  Veja uma relação delas:
Inicialmente duas músicas me chamaram à atenção, cantadas pelo Corale di Palmi, ambas versões traduzidas do inglês, mas que não as conhecia nem no original nem em português: Manda il fuoco (original: Send the fire – de W. Booth) e Meraviglioso sei (original: So beautiful – de K. Kuehn, E. Clark e C. Byers).
Mas a relação das músicas versadas em diversas línguas – inclusive português – e que também podem ser cantadas em italiano é bem mais extensa.  Veja alguns exemplos:
=> Luce del mundo – original: Here I am to worship do inglês Tim Hunghes.  Em português a canção tem bastante gravações e é bem conhecida: Vim para adorar-te.
=> Fai piovere su di me – se não me engano é uma composição original em italiano de Marcelo Rodríguez que em português teve a gravação de Fernandinho – Faz chover.
=> Agnus Dei – em italiano também mantém o titulo latino do trabalho de Michael W. Smith.  Sublime em qualquer língua.
=> Dio grande Dio – em português: Quão grande é meu Deus, ambas, versões do inglês  How great is our God de Chris Tomlin.
=> Signore vengo a te – o grupo Diante do Trono gravou em português: No poder do teu amor, de autoria da australiana Darlene Zschech.
=> Mi rialzerai – em português não a conhecia, eu achei apenas uma gravação na voz de Rafaela Pinho intitulada O seu amor.  Em inglês o título é: You raise me up.  Belíssima melodia do norueguês Rolf Lovland.  A letra original é do compositor irlandês Brandan Grahamo.
=> Rinnovami – da obra do americano Marcos Witt cujo título original é Renuévame.  Em português: Renova-me, também bastante conhecida como cântico congregacional e já com diversas gravações.
=> Grande sei tu – Quão grande es tu.  Esta dispensa apresentação.  O tradicionalíssimo hino do sueco Carl Gustav Boberg é cantado pela igreja cristã no mundo inteiro (título original em sueco: O store Gud).
=> Se crederai – também não me lembro de já ter ouvido em português.  Pelo que consta, é obra conjunta do estadunidense Stephen Schwartz e do alemão Hans Zimmer, cujo título original é When You Believe.
Vou parar por aqui esta salada multinacional, mas vou continuar espiando pela janela.  Muita brisa de adoração ainda haverá de passar.  E continuarei bendizendo a Cristo por que sua igreja ainda canta louvores em qualquer língua.  Quem sabe se já não é um ensaio para o grande dia da adoração eterna que João viu em Ap 7:9-10.