sexta-feira, 28 de abril de 2017

EU MATEI JESUS

Mesmo já tendo passado o momento das celebrações da Páscoa, volto a refletir sobre o tema da cruz.  O que me trouxe de volta hoje a ele foram as palavras do apóstolo Pedro em seu discurso na manhã do Pentecostes: "Este homem, vocês o mataram, pregando-o na cruz" (leia todo o discurso em At 2 – a citação é do verso 23).
A acusação é forte e desafiadora (mesmo tendo em vista a Ceia memorial)!  As palavras proferidas há cerca de dois mil anos ainda soam como uma sentença inapelável e de uma crua realidade: não foram os judeus, nem foram os romanos, eu matei Jesus! 
Com este peso na alma é que me volto às páginas sagradas para ser confrontado com a certeza de que sou um pecador.  Não somente por que sou herdeiro do pecado original (como disse Paulo em Rm 5:12), ou por que viva entre pecadores (como se sentiu Isaías em Is 6:5).  Sou pecador por que eu pequei contra os céus e contra Deus (veja a ênfase na primeira pessoa na confissão do filho pródigo em Lc 15:21).  É por isso que eu matei Jesus.  Foi meu pecado que o levou ao madeiro e por minhas culpas eternas foi sentenciado.
É claro que não posso deixar de falar sobre o amor de Cristo que escolheu assumir a minha culpa de sangue livrando-me da condenação.  Mas isso só torna mais relevante a minha sentença de que levei aquele santo à crucificação.
E tem mais.  O autor aos Hebreus me acusa mais ainda de que torno a cravar Jesus na cruz quando me enlameio e me envolvo em pecados.  Sou novamente réu cada vez que desprezo a graça e me entrego ao pecado sujeitando-o à vergonha pública pelas minhas faltas e pecados (leia com cuidado Hb 6:4-6).
Contudo, glória ao Senhor que a história não acaba com a acusação apostólica.  Embora o pecado tenha sido real e tenha efetivamente provocado o Gólgota, mas Deus com isso provou que seu amor é maior que minha culpa, livrando-me dela e resgatando-me da morte (veja o tamanho da graça em Rm 5:8-11).
Diante desta acusação que pesa sobre mim e a grata constatação de que, mesmo tendo abundado em pecado, superabundou a graça (expressão de Paulo em Rm 5:20), que devo fazer?  Leio na Bíblia duas respostas: a primeira vem do sábio que diz para assumir diante de Deus o pecado – confissão – e abandonar esta atitude – arrependimento (em Pv 28:13); e a segunda sobre glorificar a Deus porque, apesar do pecado, em todos as coisas somos mais que vencedores e isto somente por meio daquele que nos amou (em Rm 8:37).  Vivamos para sua glória!

(Publicação original em ibsolnascente.blospot.com em 16/04/2010.  A imagem lá em cima é óleo sobre madeira pintada pelo alemão Matthias Grunewald no século XVI e atualmente encontra-se Museu de Unterlinden – França)

6 comentários:

  1. Paz querido irmão. Discordo de sua frase. Ninguém matou O Mestre! Ele, a Si mesmo se entregou como Cordeiro Santo de Deus para remissão dos pecados do mundo! Ninguém tirou a Vida de Jesus, porque a nenhum de nós foi dada tal autoridade. Mas O Senhor, segundo as Sagradas Letras, já havia preparado o plano (Gn 3.15) de Salvação por Cristo Jesus.(Veja Jo 19.11a; Tt 2.14; Fp 2.7). Acho esse título da postagem um tanto contradizente das Escrituras, talvez o irmão, não tenha escrito, na intenção de contradizer as Sagradas Letras, mas é o que passou. Talvez alguns convertidos, possam sentir-se amargurados. Ou o Espírito Santo se entristecer, pelo fato de o irmão tornar trazer a culpa ao coração de quem já foi remido pelo Sangue de Cristo Jesus, que entregou, Sua Vida, ninguém tomou dEle, ou A tirou. Graciosa Paz. Abraços.

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    1. Querida. Entendi suas colocações. Elas são pertinentes. Mas me permita algumas colocações. Quando afirmo que eu matei Jesus não arvorando para mim nenhuma autoridade ou poder, pois todo ele pertence ao Senhor. Além do mais foi o próprio Mestre afirmou que somente ele poderia dispor de sua vida para tirar e retomar - é o que está escrito em Jo 10:17. Por outro lado ao afirmar que o que levou o Amado à cruz foi a culpa do meu pecado eu assumo que tenho sim responsabilidade pelo Gólgota - e não somente eu, mas todos pecaram. Já no que diz respeito ao sentir-se amargurado pela culpa, creio piamente na graça do crucificado que fez exatamente isso: levou a minha culpa e livrou-me das penas eternas tirando o peso, amarras e tristezas da minha alma. logo não sinto remorso pelo pelo que fiz, mas sou chamado ao arrependimento, que me fez leve e traz alegria. Por que nenhuma condenação há pera os que estão em Cristo (leia Rm 8:1-2). Sim: eu matei Jesus! Mas não me resta nenhuma condenação por tal absurdo. Aleluia!!!

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  2. Se desejar, convido o amado irmão, a visitar também meu site: http://www.costumesbiblicos.com , também há outros 4 blogs, cujo endereços estão na página inicial do Costumes Bíblicos. Queira receber meus melhores cumprimentos.

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  3. Parabéns pelo texto, seu blog é excelente. Lhe convido a visitar o meu blog:
    Desembainhar a Espada

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    1. Obrigado pela citação. Aproveitei e já visitei seu blog. Deus os abençoe e os fortaleça na continuidade das postagens.

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