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terça-feira, 30 de maio de 2023

ELE NOS FEZ UM

 


Tenho visto e lido várias coisas sobre temas da última pauta das mídias.  Até me sinto atraído por comentar algo que está nos trending topics – confesso.  Mas nem quero apenas reproduzir posts alheio nem, muito menos, me apresentar como expert em generalidades.

 

CPMI, fake news, racismo, big techs, democracia, redes sociais, justiça, meio ambiente ... hashtag ... hashtag ... hashtag ...

 

Mas, como disse, não sou expert em generalidades – mesmo sendo tentado a dar pitaco em tudo – então vou me ater em citar do que posso falar: do texto sagrado.

 

Num mundo de divergências, onde o discurso de ódio parece encontrar eco, e o diferente passa a ser visto como algo a ser extirpado, procuro na Revelação alguma indicação segura sobre como me posicionar.  E encontro as palavras apostólicas que dizem:

 

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um;
e, derrubando a parede de separação que estava no meio
(Ef 2: 14).

 

Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
(Gl 3:28)

 

E, para visualizar o contexto primitivo das citações, observe: os primeiros cristãos estavam tendo problemas com uma tendência tida espiritual (ou conservadora) de separar os eleitos – judeus e prosélitos – dos gentios e pagãos.  Como se a graça e a verdade coubessem aos primeiros e o ódio restasse aos demais (o nome disso é racismo e xenofobia, ou seja: pecado).

Foi contra essa postura virulenta anticristã que o apóstolo se posicionou.

 

A regra é clara.  Em Cristo não há discurso de intolerância (mesmo que seja disfarçado de zelo espiritual), pois ele acatou a todos sem distinção.

Judeus, gregos, europeus, africanos, americanos e cubanos.

Doutores, analfabetos, ricos, pobres, proprietários, sem-terra, empresários e assalariados.

Casados, solteiros, ajuntados, virgens, sisudos, alegres, iguais e diferentes.

Por que todos igualmente pecaram e por isso precisam todos imensamente da graça de Cristo (na linha de Rm 3:23).

 

No evangelho inaugurado por Cristo e anunciado por Paulo, o outro e o diferente são, em primeiro lugar, amados e acolhidos.  Nunca julgados e segregados.

Todas as nossas eventuais diferenças, frutos da etnia, da cultura, das posses – ou das escolhas que sejam – foram subjugadas na cruz de Cristo e nele fomos todos reconciliados de modo a nos tornarmos um só corpo em Cristo (sugiro ainda a citação de Cl 3:11).

Essa é a nova, grande e surpreendente verdade do Evangelho. ELE NOS FEZ UM.  Para a graça divina todos são igualmente atraídos e por essa mesma graça somos todos feitos irmãos.

E pelo projeto da cruz, deve haver uma só humanidade.

É por isso que qualquer atitude de separação, racismo, xenofobia, intolerância ou arrogância é tão ofensiva para Deus: pois é um pecado que despreza a cruz e a sua obra e graça.

Cristo morreu para nos fazer UM nele.  E que nada nos separe de uma graça assim.

 

sexta-feira, 5 de maio de 2023

MAIO LARANJA – porque Deus ama nossas crianças


 

Já temos como certa a tradição de marcar o mês de maio como o mês da família – e em especial o segundo domingo como o Dia das Mães.

E na disposição colorida que temos emprestado ao nosso calendário, esse mês desde o ano 2000 é o MAIO LARANJA, em referência ao dia 18 de maio como o Dia Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

 

Segundo a Agência Brasil: A data instituída pela Lei Federal 9.970/00 é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro.  Esse dia foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”.  Ela tinha oito anos de idade, quando foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime até hoje está impune (fonte: agenciabrasil.ebc.com.br).

 

Nessa publicação breve quero apenas me somar na defesa de nossas crianças e adolescentes brasileiras, lembrando de algumas passagens bíblicas sobre o tema:

 

Preste atenção: nem [pense] em desprezar sequer um destes pequeninos
 (
Mt 18:10).

 

Ensine a criança a tomar decisões e, mesmo quando crescer, ela saberá fazê-las
(Pv 22:6)

 

Deixem as crianças vir a mim.  Não as impeçam.  O Reino dos céus pertence aos que se parecem com elas (Mt 19:14)

 

As suas ruas ficarão cheias de meninos e meninas que nelas brincarão
(
Zc 8:5)

 

Quem recebe uma criança em meu nome, a mim me recebe
(Mc 9:36)

 

Javé, nosso Senhor, como é nobre o teu nome sobre a terra toda!
Tu que puseste tua imponência acima dos céus.
A partir de bocas infantis e daquelas que ainda amamentam comandaste a força.
(
Sl 8:1-2)

 

#  Sobre a atenção e o cuidado em relação as crianças – como grupo mais vulnerável e frágil na comunidade – eu fiz a seguinte afirmação (sugiro ler todo a análise sobre Mt 18:10 no artigo: SOBRE OS ANJOS DA GUARDA no link seguinte: Escrevinhando):

 

O que fica em destaque nestas passagens é cuidado zeloso por aqueles que mais precisam: crianças, pupilos e ovelhas.  Deus se importa que eles.

 

# Sobre a disciplina como um ato de amor na formação das nossas crianças, em 2016 eu comentei o tema respondendo a um questionamento a cerca a vara com a seguinte conclusão (pode ler todo o artigo sobre A VARA E A DISCIPLINA no link seguinte: Escrevinhando):

 

Ora se o objetivo primário motivado pelo amor pastoral é trazer a ovelha para o redil, então trazer dor física, moral ou espiritual e deixar sequelas está completamente fora de questão – seria um contrassenso!

 

Que Deus abençoe nossas crianças.

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

IGREJAS PROTESTANTES NO BRASIL – uma cronologia até o século XIX

Os europeus que começaram a chegar ao Brasil a partir nas missões portuguesas eram, em sua maioria, de fé católica romana.

Porém desde o século XVI, outras vertentes cristãs também aportaram por estas terras.

Veja, na relação abaixo, uma cronologia resumida da presença e participação protestante na história do Brasil:

 


1557 – Em 07/03 chegam os primeiros missionários huguenotes (franceses) a Guanabara, enviados por João Calvino;
– Em 10/03 é realizado o primeiro culto protestante nas Américas, tendo à frente o francês Pierre Richier;
– Em 21/03 a primeira celebração de Ceia é realizada sob o rito calvinista.

1630 – Sob ordens do Conde Maurício de Nassau são organizadas igrejas reformadas de rito holandês com a presença de mais de 50 pastores predicantes;
– A Igreja Holandesa oficia batismos a índios e os ordena ao pastorado.

1816 – Chega ao Brasil Robert C. Crane capelão da Igreja Anglicana

1824 – Inaugura-se em 26/05 uma capela (templo) anglicano na cidade do Rio de Janeiro.  Porém somente abriga estrangeiros em seus cultos.
– Começam a chegar ao sul do Brasil luteranos oriundos da Alemanha.

1835 – Em agosto chega ao Brasil o reverendo norte-americano F.E. Pitts e dá início a uma missão Metodista (em 1841 a missão é suspensa).

1855 – A Igreja Congregacional envia seus primeiros missionários – o casal Robert e Sarah Kalley.

1858 – O casal Kalley funda a Igreja Evangélica Fluminense em 11/07 (de linha Congregacional).

1859 – O missionário presbiterano A.G. Simonton chega ao Brasil.

1862 – Acontece a fundação da Igreja Presbiterana no Rio de Janeiro.  Em 12/01.

1864 – É impresso o primeiro jornal protestante pelo missionário Simonton: “Imprensa Evangélica” – no Rio de Janeiro.

1865 – O ex-padre José Manoel da Conceição torna-se o primeiro brasileiro ordenado ao pastorado presbiteriano.

1867 – Junius Estaham retoma a missão metodista e suas filhas fundam a “Escola Newman” (embrião da Universidade Metodista de Piracicaba).

1871 – A partir de setembro começam a chegar à região de Santa Bárbara d’Oeste grupos de batistas fugidos da Guerra da Secessão norte-americana.  Fundam uma igreja liderada pelos pastores Richard Ratcliff e R.P. Thomas, porém os cultos são realizados originalmente em língua inglesa.

1879 – Uma cisão da Igreja Presbiteriana se junta a outros crentes vindos da Igreja Fluminense e fundam a Igreja Evangélica Brasileira em 11/09.

1882 – Os norte-americanos W.B. Bagby (com sua mulher Anne Luther) e Z.C. Taylor (com sua mulher Kate Stevens) e o brasileiro Antônio Teixeira de Albuquerque fundam na cidade de Salvador a Primeira Igreja Batista.

1885 – Bernardo de Miranda é o primeiro brasileiro a ser nomeado pastor metodista.

1886 – É organizado o Sínodo Rio-Grandense da Igreja Evangélica Alemã (em 1968 será renomeada para Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil).

1890 – Na cidade de Porto Alegre – em 01/06 – é fundada a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

 



 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

LOUCO – by JOÃO ALEXANDRE

 

Em 1996 o compositor paulista João Alexandre gravou a canção “Louco” no álbum “Voz e Violão”.

João Alexandre, para quem gosta de música cristã brasileira com qualidade excepcional, é conhecimento obrigatório.  Então dispensa apresentação.  E se você não gostou da locução adjetiva “qualidade excepcional”, eu sinto muito, mas vou mantê-la.

Feito esse comentário inicial, convido você a dar atenção à música.  E a primeira referência que me vem à mente é Jesus concluindo mais uma de suas narrativas:

— Homem!  Larga de tolice!  Essa noite você vai seguir o destino de todos os homens!  E tudo o que você juntou, vai ficar para quem? (Lc 12:20).

Indo adiante da citação quase explícita na canção de João Alexandre, a parábola de Jesus me ajuda a entender nulidade ou despropósito da vida e de como podemos buscar algum sentido e objetivo para nossa existência.

Assim temos um personagem em comum: um louco, um tolo.  E, como bom nordestino que sou, diria: um demente, um abestado!

Porém o desatino cantado pelo brasileiro expande a loucura da lição do Mestre – e o faz de maneira apropriada e significativa (eu diria que faz uma boa hermenêutica do texto). 

Além de que, só com voz e violão – é assim na gravação original – o gingado da melodia nos escancara que loucura mesmo é se deixar escoar no vazio de alma e vida.  Loucura é uma vida inútil.  Loucura é correr atrás do vento (essa expressão é de Ec 1:14).

E nesse oco o homem vai e vem dessa procura e não se encontra.  Insiste.  Continua pé na estrada.  Mochila carregada, mas existência desvairada. Tenta um baseado, mas não sai dessa lontra.

Então, a questão é inevitável: “de que valeu a tua vida?”

Mas certamente há uma loucura maior que pode reverter esse quadro e trazer novo sentido à passagem humana nessa existência.  A expressão ressignificação está na moda! 

Há alguém bem mais louco do que tudo que você já conheceu.  Porque loucura mesmo é o amor daquele que numa cruz morreu. 

O apóstolo Paulo já dizia que isso é pura coisa doida para quem busca sabedoria (leia lá em 1Co 1:23).

Ora, foi na sandice da cruz que Cristo, perdoando os pecados, nova vida ofereceu pra tirar dessa loucura gente como você e eu.

É na loucura da cruz que Deus dá sentido a minha caminhada e me traz de volta para o que ele me criou.

Que a minha loucura vazia se transmude em plenitude na loucura gloriosa da cruz.

 

E se você quiser ouvir uma versão muito boa, sugiro a interpretação do Casal Moraes (@moraes.casal) que você pode achar no YouTube