“Odeiam
aqueles que os repreendem na porta e abominam aqueles que falam corretamente.”
(Am 5:10)
A entrada da
cidade era o lugar onde se reuniam os anciãos para tratar de queixas, apelos,
comércio, política e lei local. Mas,
por conta da decadência moral de Israel, esse dispositivo básico da justiça e
do direito estava deturpado.
A denúncia do
profeta foi contundente, pois não encobriu a injustiça que negava direitos
iguais a todos. Se Israel via a justiça
como o critério das relações, e isso como uma necessidade indispensável para a
própria sobrevivência do povo, a desigualdade social trazia dentro de si o
germe que iria minar e fazer sucumbir toda a sociedade.
O profeta clamou
contra aqueles que aborreciam o juízo nas portas das cidades pois via aí um
pecado que traria como consequência a destruição de ricos e pobres e a
decadência da nação.
Segundo Antonio
Bonora, no tempo de Amós o estado impunha uma determinada quantia que devia ser
paga, como taxa, pela aldeia. Quando
ocorria uma assembleia local, os cidadãos se reuniam e dividiam as
contribuições com o que cada um deveria pagar.
Como os juízes haviam sido “comprados” pelos ricos comerciantes e
latifundiários, essa quantia era dividida de modo desigual fazendo com que a
cada dia o abismo crescesse entre ricos e pobres.
Então o castigo
seria inevitável: Javé deveria passar e, por conta disso, em toda praça haveria
pranto no mesmo lugar onde o juízo foi aborrecido. Se um dos principais pecados de Israel era a
opressão dos pobres, o castigo seria que estes que agora oprimem haveriam de
chorar pela destruição de tudo o que construíram com o suor dos oprimidos.
Leia
mais sobre Amós e a Palavra Profética –
→ Assim fala o Eterno (Amós
1:3) – link
→ Vacas de Basã (Amós 4:1) – link
→ Desprezo suas festas (Amós 5:21) – link
→ Quando passar a Lua Nova (Amós 8:5) – link
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