“Dizendo:
quando passar a Lua Nova para vendermos o grão?
E o Sábado para abrirmos o celeiro de trigo?”
(Am 8:5)
Como última das
acusações proféticas, Amós denunciou a usura que estava escondida sob a
observância das práticas cultuais. A lua
nova, bem como o sábado, interrompia as transações comerciais. Os ricos comerciantes fraudulentos seguiam
estritamente tais práticas, mas para o profeta isso não adiantava nada se ela –
a guarda dos rituais – não fosse capaz de gerar um novo procedimento e uma nova
atitude.
O povo tinha
abandonado a essência da religião, estava zeloso para conservar a forma
exterior: observava os descansos religiosos, mas os empregava para sonhar com
mais lucros vis. Viviam impacientes para
começar o expediente de fraude com medidas falsas. Nas palavras de J.A. Motyer, eles vendiam
menos do que prometiam por um valor maior do que declaravam. E nas transações menores, sempre ajustavam as
balanças para seu próprio proveito.
Nesse caso, a
falta de justiça no meio do povo sobrepujava o próprio culto. É nesse sentido que palavra profética de
condenação foi buscar na boca de Javé a referência à própria religião: chegaria
o dia em que esse cultuantes sentiriam fome, não a fome de pão que eles faziam
os pobres sentir, mas sim fome da Palavra de Deus (veja Am 8:11-12). E o pior é que não encontrariam como se
saciar, pois haveria de chegar fatalmente o fim dos dias de glória de Samaria e
de opulência do culto narcótico.
Leia
mais sobre Amós e a Palavra Profética –
→ Assim fala o Eterno (Amós
1:3) – link
→ Vacas de Basã (Amós 4:1) – link
→ Odeiam na porta (Amós
5:10) – link
→ Desprezo suas festas (Amós 5:21) – link
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