sexta-feira, 23 de abril de 2021

SOBRE O PRÓXIMO E O ACOLHIMENTO

  


Voltando sua perspectiva para os que estavam ao seu lado no ministério, Jesus aproveita a palavra de um intérprete da lei para, a partir dela, ensinar suas lições.

No rápido diálogo, o homem queria saber como herdar a vida eterna, ao que Jesus respondeu sobre a observância dos mandamentos: amar a Deus e ao próximo.  Quando lhe foi então questionado sobre quem seria o próximo, Jesus aproveitou para contar a parábola que conhecemos como O Bom Samaritano (leia-a em Lc 10:30-35).

Na história, o que Jesus propunha era um aparente absurdo aos olhos do doutor da lei que o interrogava.  Os senhores da religião e da fé não acudiram o moribundo, mas um samaritano, tido com impuro e indigno, foi o único que deu atenção ao viajante.

Com a parábola Jesus estava ensinando que mais importante que uma vida de religiosidade é uma atitude de comprometimento com os mais indefesos e carentes.

A seguir, um outro episódio na casa de Marta é a oportunidade de Jesus mostrar o contraponto da parábola do Bom Samaritano.  Ao receber Jesus, a anfitriã se manteve extremamente ocupada com os afazeres domésticos a ponto de reclamar com o Mestre pela desatenção de sua irmã Maria (leia a narração em Lc 10:38-42).

Aqui se precisa compreender melhor a situação.  Jesus não recriminou Marta pelo trabalho – ele pode ser a demonstração do cuidado citado na parábola – o problema é a prioridade.  O serviço é importante, mas não é um fim em si mesmo, e não pode ser dissociado da fé piedosa.   Cristo deve estar sempre em primeiro lugar.

O que acontece é que se corre o risco de viver uma vida piedosa sem atentar para os necessitados – o que é errado – ou, no outro extremo, se sobrecarregar com os cuidados e negligenciar a vida espiritual.  Ambos são importantes.

(Da revista Lucas – Editora Sabre)

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