Voltando sua perspectiva para os que estavam ao seu lado no ministério, Jesus aproveita a palavra de um intérprete da lei para, a partir dela, ensinar suas lições.
No rápido diálogo, o homem queria saber como herdar a vida eterna, ao que Jesus respondeu sobre a observância dos mandamentos: amar a Deus e ao próximo. Quando lhe foi então questionado sobre quem seria o próximo, Jesus aproveitou para contar a parábola que conhecemos como O Bom Samaritano (leia-a em Lc 10:30-35).
Na história, o que Jesus propunha era um aparente absurdo aos olhos do doutor da lei que o interrogava. Os senhores da religião e da fé não acudiram o moribundo, mas um samaritano, tido com impuro e indigno, foi o único que deu atenção ao viajante.
Com a parábola Jesus estava ensinando que mais importante que uma vida de religiosidade é uma atitude de comprometimento com os mais indefesos e carentes.
A seguir, um outro episódio na casa de Marta é a oportunidade de Jesus mostrar o contraponto da parábola do Bom Samaritano. Ao receber Jesus, a anfitriã se manteve extremamente ocupada com os afazeres domésticos a ponto de reclamar com o Mestre pela desatenção de sua irmã Maria (leia a narração em Lc 10:38-42).
Aqui se precisa compreender melhor a situação. Jesus não recriminou Marta pelo trabalho – ele pode ser a demonstração do cuidado citado na parábola – o problema é a prioridade. O serviço é importante, mas não é um fim em si mesmo, e não pode ser dissociado da fé piedosa. Cristo deve estar sempre em primeiro lugar.
O que acontece é que se corre o risco de viver uma vida piedosa sem atentar para os necessitados – o que é errado – ou, no outro extremo, se sobrecarregar com os cuidados e negligenciar a vida espiritual. Ambos são importantes.
(Da revista Lucas – Editora Sabre)
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