No processo de expansão do evangelho, Jesus enviou os seus discípulos aos pares a divulgar sua mensagem. Com isso ele abrangeria um número maior de localidades e de pessoas, multiplicando a eficiência do seu ministério.
O interesse de Cristo era que todo ser humano conhecesse as verdades do evangelho e fosse alcançado pelo seu poder transformador, e enviar discípulo adiante dele contribuiria nesta tarefa.
Mas a missão não consistia unicamente em anúncio, fala ou discursos. E para tanto, o evangelista Marcos nos informa que Jesus deu autoridade aos discípulos sobre os espíritos imundos (Mc 6:7). Sobre Jesus estava todo poder sobre demônios e doenças que afligiam homens e mulheres e agora tal poder estava sendo repassado aos discípulos.
E para que ficasse claro que aquela não seria uma missão qualquer, mas uma viagem de trabalho evangelístico, o próprio Jesus instruiu como os apóstolos deveriam se portar durante a ida.
Pelo menos três instruções específicas o texto nos informa: a) levar o mínimo indispensável para sua provisão – o Reino implica em vida simples e não em ostentação; b) insistir numa casa – o que gera resultados consistentes; e c) relegar quem não os receber – não desvalorizando o evangelho.
Então, com a missão devidamente instruída e a autoridade dada, eles foram e pregaram ao povo para que se arrependessem (Mc 6:12). Este foi o conteúdo da mensagem de João (em Mc 1:4), da pregação de Jesus (em Mc 1:15), e agora era o mesmo conteúdo dos discípulos: um evangelho que implica em arrependimento de pecados e adesão ao Reino de Deus. E esta Boa-Nova era o que os discípulos estavam espalhando.
Não tardou, os resultados começaram a aparecer. E junto com o anúncio do evangelho, dois outros sinais miraculosos acompanhavam a missão apostólica: demônios eram expulsos e doentes eram curados (Mc 6:13).
Mais um outro aspecto desta missão dada aos doze e da autoridade repassada para que a cumprissem é que naquele momento ela deveria se constituir em uma espécie de treino para a grande comissão que seria dada aos seguidores de Cristo (os próprios discípulos e, por extensão, a igreja) de pregar o evangelho e testemunhar os sinais que acompanhariam os que cressem (lá adiante em Mc 16:15-18).
Ora, se formos um pouco além, e consideramos ainda que a igreja hoje é a legítima herdeira de tal missão, então haveremos também de compreender que à igreja é, pois, repassada igual autoridade que foi aos primeiros apóstolos. Logo, em sua missão, a igreja deve ir às pessoas anunciando o evangelho do Reino.
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