Uma mulher em especial me chama a atenção nas narrativas iniciais do Evangelho. Ana, a quem eu atribuo o título de a fiel.
Lucas, em sua narrativa, ocupou apenas três versículos para citá-la. Não parece muita coisa. Mas se você quiser vir comigo para a porta do Templo em Jerusalém naquele dia, penso que poderemos conhecer essa mulher extraordinária.
Vamos lá.
Junto com o povo que se dirige ao Santuário e ao pátio que circunda está o casal José e Maria trazendo o seu filho para uma primeira visita àquele lugar de adoração. Eles vão oferecer ao Senhor a oferta devida pelo nascimento do seu primogênito Jesus.
Entre outros tantos, está também Ana. Algumas características me chamam logo a atenção: ela já é bastante idosa e é bem conhecida por aqui por sua vida de devoção e por sempre ter a palavra de Deus em sua boca.
Todos que a conhecem dizem que o próprio Deus fala pela boca daquela mulher. Então é aconselhável sempre ouvir o que ela tem a dizer. Assim ela tem se tornado uma referência a ser consultada por peregrinos e fieis ao se dirigirem à Casa de Oração em busca de ouvir conselhos e consolo.
Mas, buscando saber mais sobre a vida daquela senhora, identifico que ela deve ter se casado muito jovem ainda – as mulheres de Israel por aqui são entregues muito cedo!
Ana, porém, não viveu muito a vida de casada. Após apenas sete anos de casada, seu marido veio a falecer e ela foi levada a uma viuvez precoce.
Acontece que tal condição não fez dela uma mulher triste, rabugenta, amarga. Ela não vive resmungando ou maldizendo. Pelo contrário, sempre é possível ouvir dela palavras de adoração a Deus.
Aqui, agora olhando aquela velha senhora, eu imagino ela passando pelos desejos da juventude, pelos calores da menopausa, pelas fadigas da velhice, mas sempre se mantendo fiel a Deus em tudo.
Por mais de oito décadas aquela mulher viu a vida passar, os anos se sucederem, pessoas irem e vivem. E ela ali, fiel a um Deus que ela passou a conhecer a cada momento com mais intimidade.
Não duvidaria se ela dissesse que algumas vezes sua mente duvidou e seu corpo cansou. Só que ela se manteve fiel dia e noite. Adoração, jejum e presença constante diante do Altíssimo se tornaram o seu jeito próprio de levar a vida.
E o Pai Eterno olhou para ela. Eu sei que é sempre assim.
Ela agora tem o menino Jesus em seus braços. Então consigo notar entre as rugas que testemunham a fidelidade de anos, bem ali num canto qualquer de sua face, uma alegria que ninguém sabe explicar, nem disfarçar – é contagiante. Valeu o sacrifício de ser fiel todos esses anos: chegou a redenção de Jerusalém!
Então posso voltar a minha vida e expectativa de história com o padrão que essa fiel mulher deixa para mim. Os anos de fidelidade podem trazer para meus braços o acalanto de Jesus de Nazaré. Isso sim, vale a pena!
Que eu possa também aprender com ela.
Leia mais sobre as mulheres da Bíblia –
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