O
ENCONTRO DE JESUS COM OS NAZARENOS
Quais
os seus costumes espirituais?
Você percebe Jesus no seu cotidiano?
Você consegue ver Jesus mesmo sem o sobrenatural?
O
ENCONTRO DE JESUS COM OS NAZARENOS
Quais
os seus costumes espirituais?
Você percebe Jesus no seu cotidiano?
Você consegue ver Jesus mesmo sem o sobrenatural?
Sobre o cristão e a política é importante destacar que esse sempre
será um tema de interesse e atualidade.
Por isso também devemos observar qual a herança recente da igreja nessa
área específica e como ela tem se posicionado nos últimos tempos.
Em relação a herança e a contribuição dos cristãos para o ocidente
e seus conceitos de civilidade, democracia e humanismo, convém citar as
palavras de Ariovaldo Ramos:
“Nós construímos uma sociedade de direitos, lutamos por e
reconhecemos direitos civis, e não podemos abrir mão disso; não podemos abrir
mão da civilização que ajudamos a construir e a solidificar, onde mulheres,
homens e crianças são protegidos em sua integridade e garantidos em seus
direitos. Na democracia que ajudamos a reinventar, onde cada ser humano
vale um voto, tudo pode e deve ser discutido segundo as regras da civilidade.” (in guiame.com.br)
Ao longo dos últimos cem anos, alguns nomes cristãos se destacaram
por suas atuações políticas e contribuições para suas respectivas comunidades e
nações. Nomes como o do metodista
sul-africano Nelson Mandela que catalisou a liberdade racial no seu país. O diácono batista Jimmy Carter que presidiu
os Estrados Unidos. E o anglicano Tony
Blair que se destacou como premier britânico.
Dois nomes nessa relação, porém, merecem destaque especial: o
pastor batista Martin Luther King Jr. (1929-1968) que liderou a nação
norte-americana no fim de suas leis racistas e a aprovação dos direitos civis a
partir de suas pregações bíblicas em sua igreja em Atlanta e seu engajamento
social e político, sendo reconhecido com vários prémios, inclusive com o Nobel
da Paz.
Também destaque merece o nome do luterano alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945). A partir de
estudos bíblicos e de ética cristã ele se recusou a apoiar a política nazista
alemã, fundou comunidades cristãs no seu país comprometidas com a verdadeira
confissão cristã. E por conta de seu
comprometimento cristão ele acabou preso e morto num campo de
concentração. Porém deixando um
verdadeiro legado de como os cristãos podem – e devem – se posicionar frente às
demandas políticas de sua nação.
(Da Revista DIDASKALIA – 1º quadrimestre / 2023 – IBODANTAS)
Respondendo a uma questão sobre as bases éticas e bíblicas do Aconselhamento Pastoral, eu ofereci a seguinte reflexão:
Inicialmente,
em linhas rápidas, é preciso logo deixar observado que, no Brasil, a atividade
de aconselhamento pastoral só deve ser feita sob a ótica espiritual (ou
religiosa). É vedado por lei o exercício
de atividade de atendimento psicológico / psicanalítico por profissional não
habilitado.
O pastor deve ser graduado em Teologia e, embora
na sua formação acadêmica, tenha estudado sobre noções de
aconselhamento/acolhimento (é assim nas instituições sérias!), ele não tem em
si uma formação científica específica na área.
Em relação à base bíblica do aconselhamento
pastoral: tudo começa com o amor (assim logo cito Cl 3:14). Toda atividade cristã (e o pastor
necessariamente se inclui aqui) deve começar pelo verdadeiro amor (lembre Mt
22:37-39).
A tarefa de aconselhamento pastoral deve ser
exercida como uma forma concreta de acolhimento e vivência de amor cristão,
procurando – através de linhas bíblicas – ensinar, redarguir, corrigir,
instruir em justiça (2Tm 3:16). Sob a
orientação do Espírito Santo.
Acrescente: O apóstolo Pedro na sua primeira carta
instrui aos presbitérios que pastoreiem e cuidem de seus rebanhos sem ganância,
mas com a atitude de serviço. E nunca
ajam como caudilhos daqueles que lhes foram
confiados pelo Supremo Pastor (1Pe 5:1-4).
Indo um pouco mais. Preste atenção que no texto de Ef 4:11 o
apóstolo cita o ministério de pastoreio
entre os dons (carismas) com os quais o próprio Espírito capacita a igreja.
Curiosidade:
o termo em grego no texto citado é ποιμήν que implica literalmente, no
dicionário, um pastor, alimentador, protetor e governante de um rebanho.
Ou seja: o pastorado é um ministério a ser
exercido entre a Igreja de Cristo por homens e mulheres que foram escolhidos, designados
e espiritualmente capacitados por Deus para cuidarem do rebanho a eles
confiados pelo Cabeça da igreja – Cristo.
E para concluir: a passagem da restauração de Pedro e seu comissionamento é bastante significativo nessa compreensão (leia Jo 21:15-17).
—
Pedro, você me ama?
—
Então cuide de minhas ovelhas!
Aproveitando, utilizando da metodologia da oposição de conceito, leia algo que escrevi sobre o que seria exatamente o contrário do ministério pastoral
O CAUDILHO ECLESIÁSTICO – link
Também, sugiro duas respostas que já ofereci a temas similares:
SOBRE MINISTÉRIO PASTORAL – link
O texto bíblico de Eclesiastes
é uma antologia de frases proverbiais e de sabedoria, aforismos e axiomas
atribuída ao mestre (gosto do título em hebraico: קהלת – qohelet – o erudito), rei em
Jerusalém.
O
tema repetido quase como um refrão no texto é que tudo nessa vida é vaidade
(essa palavra em hebraico é הבל – habel
– vazio, nulo – citada quase 30 vezes no livro).
Muitos
comentadores se referem ao texto com um conjunto de citações de “um velho rabugento,
frustrado com a vida”.
Mas não é sobre esses temas introdutórios que
pretendo escrever aqui. Pessoalmente,
sem dúvida, olho para o texto de Eclesiastes como um documento canônico –
inspirado e divinamente autorizado – logo, normativo para minha vida espiritual
e social – regra de fé e prática!
Assim sendo, vou focar num fraseado que ecoou para
mim essa semana a partir de uma postagem recente que vi nas redes sociais:
— Não seja justo demais, nem sábio
demais. Por que você destruiria a si mesmo?
(Ec
7:16)
E como texto sagrado, ele se revela como
extremamente atualizado!
Num ambiente religioso onde há a pretensão de reagir
– e rechaçar – o liberalismo (com destaque a questões morais e de costumes) dos
tempos fluidos, o fundamentalismo investe em firmar posições cada vez
intransigentes.
(eita!! Essa frase ficou bem teórica – vou
refazer)
Hoje em dia, em cada conversa, em cada citação, em
cada pregação, em cada postagem, em cada zap, parece que estão
levantando bandeiras de batalhas, defendendo verdades imutáveis, divinas e
eternas.
Guardiãs da moralidade, da justiça, da verdade –
gente “de bem” – sempre se apresentam como baluartes de valores sagrados.
(Atenção: eu não confundo o religioso com o
fariseu!)
É aqui que o texto bíblico se revela como
extremamente atualizado! Em tempos onde
diferentes justiças e verdades digladiam por primazia. Em tempos de fake news com validade de
conveniência. Em tempos de embates entre
cosmovisões (não achei outra palavra para essa frase!). Nesses tempos, a Palavra continua eterna e
suas lições relevantes.
O mestre bíblico – o qohelet – instrui com
convicção:
— Não seja justo demais. Não seja intolerante com seu senso de
justiça. Não queira ser o martelo da
justiça do mundo (os latinos diriam: malleo mundi). Não seja zeloso demais com o que é
certo. Não seja chato. Ouse abrir exceções! Ouse deixar a vida simplesmente fluir!
— Não seja sábio demais. Não seja o critério da verdade e da sua
interpretação. Não queira ser o detentor
de toda a sabedoria e verdade. Não seja sisudo
demais com o que é certo. Não seja
chato. Ouse não saber! Ouse aprender!
— Afinal, atitudes assim corrompem a vida e
atraem a morte. Pessoas e sociedades definham
e falecem com excesso de justiça e de verdade.
Isso é fatal!
Então, minha atenção é atraída necessariamente a
Cristo – fundamento primário de nossa fé.
Se, em nome do meu cristianismo, eu postulo justiças e conhecimentos que
seriam estranhos ao Jesus de Nazaré, alguma coisa está muito errada.
Jesus foi justo – mas deu abrigo aos injustos e
pecadores em seu grupo mais íntimo. ELE
disse: “vá e não peque mais” – mas só depois de ter dito: “eu também não lhe
condeno”.
Ouse não ser nem justo demais, nem sábio demais! Ouse ser apenas cristão!
Seguindo
a narrativa de Lucas, preso à traição, Jesus foi julgado pelo menos quatro
vezes: pelo Sinédrio sob a acusação de blasfêmia; por Pilatos, acusado de
agitação social e política; por Herodes, sendo por este desprezado e novamente
por Pilatos que, mesmo não encontrando crime, cedeu à pressão dos acusadores e
entregou Jesus ao martírio.
Em
todos estes julgamentos, o mais importante a se destacar é que Jesus era
justo. Ele morreu sem culpa ou
pecado. Isto foi inclusive reconhecido
pelo malfeitor que o acompanhou na cruz (confira Lc 23:41) e pelo centurião na
hora da morte (24:47).
A
morte de Jesus não foi resultado de seus erros e crimes, mas para levar a
efeitos os planos de Deus e cumprir as profecias, e por fim tomar posse
definitiva de sua glória (observe o que o próprio Cristo disse no caminho de
Emaús em Lc 24:26-27).
Outro
detalhe a ser notado é que no trajeto final até a cruz, seus discípulos mais
próximos estiveram ausentes, mas um grupo fiel de mulheres não o abandonou,
lamentando o ocorrido (leia Lc 23:27).
Elas que acompanharam o ministério de Jesus desde o início (reveja Lc
8:1-3) e depois testemunharam a ressurreição (em Lc 24:1-3) não foram ignoradas
por Jesus neste momento de dor (leia 23:27-32).
O método
de execução por crucificação praticado pelos romanos era extremamente cruel e humilhante. O sentenciado era pregado em um madeiro e ali
ficava exposto ante à vergonha pública enquanto sentia suas últimas forças
vitais irem embora lentamente.
Foi
num instrumento assim que Jesus morreu (a narrativa da crucificação encontra-se
em Lc 23:33 em diante). Levado ao monte
Calvário, Jesus foi preso à cruz sob o olhar de todos. Contudo as reações foram as mais diversas: o
povo apenas observava com curiosidade; as autoridades e o soldados zombaram, e
dos dois malfeitores que também foram crucificados, um blasfemou e o outro
suplicou por clemência.
Mas
é preciso destacar e procurar compreender as palavras e atitudes de Jesus
naquela hora fatal. A grandeza do homem
que é Deus esteve estampada em cada uma delas.
Logo
ao chagar ao lugar do sacrifício e estar preso ao madeiro, Jesus se dirigiu ao
Pai pedindo perdão para aqueles que o matavam (leia Lc 23:34). É nesta hora que Jesus demonstrou todo o amor
e cuidado por aqueles que precisavam de seu perdão, por estarem ignorantes no
que faziam.
Para
o malfeitor arrependido, Jesus lhe abriu as portas do paraíso (em Lc
23:43). Esta era a razão principal de
sua missão, atrair pessoas para o convívio eterno com Deus. E ele não negaria a um pecador arrependido.
E
com o último suspiro, Jesus entregou seu espírito ao Pai (em Lc 23:46). Com tal declaração, ele estava anunciando sua
fidelidade absoluta ao Deus todo-poderoso que julga e redime os seus.
Há
uma ironia, contudo, que deve ser notada na cruz. O título estampado sobre Jesus – como era
costume romano fazer, declarando a culpa do sentenciado – é a mais perfeita
verdade do evangelho: Este é o Rei dos Judeus (Lc 23:38).
(A
partir da Revista "Lucas" – Editora Sabre)
No primeiro ano de Dario, Daniel se levantou para declarar ao rei sobre
o destino da nação (11.1,2).
Segundo Daniel, estava destinada para a Pérsia uma sucessão de três reis
(11.2) e, quando o quarto chegasse, o reino seria desfeito e dividido entregue
a outros que não eram herdeiros do trono (v. 4), vindo depois várias guerras em
sequências (v. 5-30) que culminariam com a interrupção do holocausto contínuo e
o estabelecimento da “abominação assoladora (v. 31).
Isso porque esse rei não teria respeito pelos deuses de seus pais, e se
engrandeceria acima de tudo (11.37), estendendo seu poder sobre muitas nações
(v. 42). Mas, apesar de todo esse poder, seu destino estava selado: “o seu fim
virá, e ninguém o socorrerá” (v. 45).
Quanto ao povo de Deus, aqueles “cujo nome estiver escrito no livro”
(12.1), mesmo com toda oposição e tribulação, ficou a garantia de que o
príncipe Miguel se levantaria em seu favor.
E como resultado desse livramento, ocorrerá ressurreição dos que dormem
(12.2) e a promessa de que os “sábios resplandecerão como o fulgor do
firmamento” (v. 3).
Daniel ficou curioso: “Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas?”
(12.6). Então a resposta lhe veio, como um juramento por aquele que vive
eternamente, atestando que, passado algum tempo, “todas estas coisas se
cumprirão” (v. 7).
Embora as tribulações na passagem do tempo possam até parecer duras e
longas, mas Daniel compreendeu e creu que no final a promessa e garantia da
vitória seria o que lhe sustentaria até receber a herança no final dos dias
(12.13).
CONCLUSÃO
As visões finais de Daniel foram enigmáticas e assustadoras, mas em cada
uma delas Deus o confortou com a garantia de que mesmo em meio a qualquer luta,
a promessa de que o Senhor trará a vitória para seu povo é certa.
(Da
revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)
Mais uma vez Daniel esteve chorando diante do Senhor e, no terceiro ano
de Ciro, uma nova visão lhe chegou (10.1-4). Desta vez, às margens do rio
Tigre, o profeta viu “um homem vestido de linho e com um cinto de ouro fino”
(v. 5).
Da mesma forma que nas visões anteriores, Daniel ficou assustado (10.8),
porém, dessa vez também, ele foi tocado e confortado (v. 10). E, ainda mais uma
vez, ele soube que suas orações tinham sido ouvidas desde o primeiro dia em que
aplicou o coração a compreender e a se humilhar diante de Deus (v. 12).
Nesta visão ele soube que, mesmo que embates espirituais tenham
acontecido por algum momento, o suporte sempre foi certo (10.13). Então,
fortalecido na confiança, Daniel foi instruído sobre o seu significado e que
ela se referia a “dias ainda distantes” (v. 14).
Daniel, contudo, continuou com o rosto em terra, porém ainda o ser que
parecia um homem voltou a o reanimar: “Não temas, homem muito amado! Paz seja
contigo! Sê forte e tem bom ânimo” (10.19).
(Da revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)
Leia mais sobre AS VISÕES DE DANIEL –
1ª visão – link
2ª visão – link
3ª visão – link
O destino da Pérsia – link
Iniciando o reinado de Dario, o profeta Daniel foi buscar nos livros o
registro daquilo que o Senhor já tinha falado aos profetas sobre as desolações
de Jerusalém (9.2).
Tendo entendido a situação do povo, segundo a leitura, Daniel logo se
voltou para o Senhor com orações, jejuns e quebrantamento (9.3).
Quando o homem de Deus conhece as palavras contidas na Lei e nos Profetas
e percebe a situação do seu povo, sua oração é correta e sincera. Assim,
Daniel, na sua oração: a. Começou reconhecendo a grandeza, fidelidade e
misericórdia de Deus (9.4); b. Confessou seus pecados e os do povo (v. 5,6); c.
Continuou insistindo na súplica por restauração, baseada nas ações do próprio
Deus (v. 7-18); e d). Clamou por perdão (v. 19).
Por crer que “ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão”
(9.9) Daniel foi capaz de entregar sua súplica diante da face do Senhor
confiando que Deus atenderia e agiria sem tardar (v. 18).
E a resposta veio, junto com
toque de Gabriel – o homem da visão anterior (9.21). A sua instrução seria para
“dar sabedoria e entendimento” a Daniel (v. 22). E ainda uma palavra de
conforto com a afirmação de ser ele, o profeta, muito amado e que suas súplicas
já teriam sido ouvidas desde o princípio (v. 23).
Este foi o entendimento da visão. Se os anos de desolação, conforme
predito pelo profeta Jeremias, “durariam setenta anos” (9.2), então assim, no
entendimento do simbolismo numérico, setenta semanas estariam decretadas sobre
o povo (v. 24).
Nesse meio tempo, porém, enquanto as semanas estiverem acontecendo, rebeliões
e desgraças contra o povo ungido ainda haveriam de ocorrer (9.26). Pois, mesmo Jerusalém
sendo reedificada, esses seriam “tempos difíceis” (v. 25).
Daniel, contudo, deveria entender que a finalidade das setenta semanas
decretadas não seria trazer apenas desgraças, mas “para fazer cessar a
transgressão, para dar fim aos pecados e para expiar a iniquidade e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo”
(9.24).
Esse foi exatamente o teor da súplica do profeta Daniel ao ler as
Escrituras e comparar com a situação do seu povo: que o Senhor trouxesse
restauração.
(Da
revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)
Leia mais sobre AS VISÕES DE DANIEL –
1ª visão – link
2ª visão – link
4ª visão – link
O destino da Pérsia – link
No terceiro ano de Belsazar, Daniel teve uma segunda visão (8.1). Nesta
visão, o profeta estava à margem do rio Ulai e viu um carneiro com dois chifres
que dava cabeçadas e “fazia o que desejava” (v. 4).
Depois Daniel viu um bode com um chifre proeminente que enfrentou o
primeiro carneiro e “o jogou por terra e o pisoteou” (8.7). E no seu crescente
poder, ele confrontou até o príncipe dos exércitos do céu, jogando por terra o
santuário e seu holocausto (v. 11). O que seria verdadeiramente uma “transgressão
assoladora” (v. 13).
O profeta ainda ouviu dois seres santos que conversavam questionando
sobre até quando duraria aquela visão e obtendo como resposta a afirmação de
que duraria apenas um período para então o santuário ser purificado (8.14).
Daniel continuou com a visão e procurou entendê-la quando Gabriel foi
instruído a fazer com que ele a entendesse (8.15,16).
Antes, porém, com o profeta amedrontado e caído com o rosto em terra, o
ânimo lhe foi dado por um toque de Gabriel que o pôs de pé e confirmou serem
aqueles acontecimentos vistos referentes a eventos que pertenceriam “ao tempo
determinado do fim” (v. 19) e que o carneiro inicial seria os reis da Média e
da Pérsia e o bode o rei da Grécia (v. 20,21).
Porém, como a visão apontava “a dias muito distantes” (8.26) em relação
ao tempo de Daniel e por isso “ninguém podia entendê-la” (v. 27), o profeta foi
instruído a apenas selar a visão. O que ele fez, indo depois tratar dos
negócios do rei.
(Da revista “COMPROMISSO” – Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)
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O destino da Pérsia – link
Os capítulos iniciais do livro de Daniel apresentam a sua chegada ainda
jovem como exilado na Babilônia. Nos seus últimos capítulos, o livro faz o
registro das visões que o próprio Daniel teve e as suas interpretações.
Com um estilo apocalíptico de escrever, as visões que o profeta teve nos
últimos anos de sua vida são descritas a partir de simbolismos e interpretações
figuradas. Elas procuram apontar lições e trazer conforto para o povo fiel em
meio as tribulações, as quais eles estavam vivendo; bem como fundamentar a esperança
quanto ao futuro.
A primeira das visões Daniel aconteceu no primeiro ano de reinado de
Belsazar (7.1). Nela Daniel viu quatro ventos que agitavam o mar Grande e quatro
animais diferentes que subiam do mar (v. 2,3).
A descrição dos animais os mostra de um modo “terrível e assustador”
(7.7), com sua força, dentes de ferro e vários chifres. Ainda continuando a
visão, ele viu tronos e um ancião de vestes brancas que se assentou para julgar
(v. 9,10).
Uma visão assim agitou e perturbou o espírito de Daniel (7.15) que
procurou logo alguém que fosse capaz de lhe dar a interpretação das coisas (v.
16). Pela interpretação dada, os animais seriam “reis que se levantarão da terra”
(v. 17) e os chifres indicavam a arrogância de tais reis.
Mas, embora parecesse ameaçadora a visão, e a perspectiva de que um
quarto rei, mais forte que os três primeiros, faria guerra contra os santos e
prevaleceria contra eles (7.21), esse não seria o fim da visão e da história
pois chegaria o tempo em que o ancião haveria de executar seu juízo em favor
dos “santos do Altíssimo” (v. 22).
E continuou a interpretação. A ousadia do quarto animal – o reino que
tentará dominar com arrogância toda a terra – poderá até falar palavras contra
o Altíssimo, oprimir os santos ou procurar mudar os tempos e as leis, mas
certamente seu aparente poder não vai durar para sempre (7.25) pois o tribunal lhe
tirará o domínio para o aniquilar por completo (v. 26).
O certo que a visão mostrou a Daniel foi que no fim todos os santos do
Altíssimo reinarão e “seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o
servirão e lhe obedecerão” (7.27). Essa é verdadeira esperança dos santos.
Terminada a primeira visão, Daniel guardou essas coisas em seu coração
(7.28).
Leia mais sobre AS VISÕES DE DANIEL –
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4ª visão – link
O
destino da Pérsia – link
Aproveitei um restinho de tempo no feriado para
ler o livro Além da Letra, do Pr. Lécio Dornas. Como o texto é
curto (a obra tem ao todo 96 páginas), deu para ler numa sentada só.
Vai aí um pouco da minha percepção:
Terminada a leitura, a primeira impressão que
ficou foi: vale a recomendação da leitura – vou repetir isso no final dessas
linhas.
Observei logo que o subtítulo é uma boa indicação
do que vinha por aí: "Guia fácil para interpretar a Bíblia". E assim, sem muito arrodeio o texto cumpre seu
script.
De linguagem direta e estilo coloquial, o livrinho
(não me julgue pejorativo por me referir a ele assim!) é um bom manual – e eu
diria mais: excelente – para quem está querendo começar a se aventurar na
leitura, aprendizagem e compreensão sérias do texto sagrado.
Além da Letra é um convite ao
encontro comprometido e apaixonado com a Bíblia, indo além da superfície do
texto e dando indicações de ferramentas e referências para quem quer começar
essa jornada.
Lécio Dornas começa afirmando que é preciso inicialmente
se conhecer (e se apaixonar) pelo autor que se revela na Bíblia para
"sorvermos o máximo da revelação de Deus".
Depois continua apontando os níveis de
relacionamento com a Bíblia, a necessidade e requisitos básicos para a sua
interpretação (além de erros comuns nesse processo). E indicando boas técnicas e ferramentas para
essa tarefa.
Do ponto de vista do trabalho hermenêutico, os
princípios e critérios são bem apresentados e os recursos citados de forma
didática.
(Inclui uma boa bibliografia de referência)
Volto à primeira impressão para ser direto: tanto para novos estudantes e exegetas iniciantes como para quem quer ousar se aprofundar no estudo bíblico sério e relevante, recomendo a leitura.
Veja aí um pouco sobre o argumento:
Sobre Davi ser um homem segundo o coração de
Deus, esse é um dos pontos dos quais a Bíblia não nos dá muito detalhes ou
explicações.
Veja algumas citações:
> No Primeiro Livro de Samuel, quando é narrada
a rejeição de Saul, é dito que Deus haveria de escolher para reinar sobre a
nação um homem segundo o coração dele (1Sm 13:14),
> No Salmo 89 – um Salmo didático escrito por
Etã – o salmista da voz ao próprio Deus que diz: encontrei meu servo Davi e
o ungi com meu santo óleo (Sl 89:20),
> Já no NT, o apóstolo Paulo traz a citação
antiga: Davi, filho de Jessé, é um homem segundo o meu coração (At
13:22).
Pelo visto, o texto sagrado apenas afirma que o
critério para designação de Davi e seu alinhamento como o coração de Deus foi
feito explicitamente pelo próprio Senhor.
Ou seja, foi Deus mesmo identificou em Davi ser ele segundo o coração divino.
É importante lembrar o que Deus disse a Samuel,
quando foi a casa de Jessé para ungir Davi: O Senhor não vê as coisas como o
ser humano as vê. As pessoas julgam pela
aparência exterior, mas o Senhor olha para o coração (1Sm 16:7).
Do ponto de vista humano, eu poderia citar a
intenção de construção do templo; o espírito quebrantado e arrependido quando
confrontado pelo profeta; a submissão à vontade divina por ocasião da morte do
filho; ou o desejo de habitar no santuário; ou ainda os diversos salmos de
adoração; entre outros temas.
Mas nenhum seria conclusivo – seriam critérios
humanos. Talvez a soma deles todos (!?)
A verdade é que Deus, em seus desígnios eternos,
encontrou – ele mesmo – em Davi um homem segundo o seu coração. Nem o patriarca Abraão, nem o libertador
Moisés, nem o profeta Samuel. Apenas
Davi foi assim chamado pelo Senhor.
Aproveitando: Eu escrevi em 2019 uma reflexão sobre a
unção de Davi na CASA DE JESSÉ – momento
relacionado ao tema. Leia no link a postagem.