sexta-feira, 6 de abril de 2018

MARTIN LUTHER KING JR. - o mundo não era digno dele


No dia 04 de abril de 1968, um tiro na cidade de Memphis/Tennessee/USA calou Martin Luther King Junior. Agora já se passaram cinquenta anos.
Na época não havia internet nem redes sociais e o mundo vivia não lá muito bem! Naquele dia, enquanto os lixeiros faziam greve, a NASA lançava o foguete Apolo 6 e o governo brasileiro endurecia o regime militar afrontando a democracia ao apreender revistas e livros; na sacada de um hotel tombava um Prêmio Nobel da Paz.
Quanto a mim, naquele dia ainda nem tinha completado o primeiro ano de vida e o nome do Pastor Luther King Jr. só se tornaria relevante anos bem depois.
Sei que não há necessidade de apontar aqui notas biográficas sobre ele, nem descrever o quandro sociopolítico ou religioso em que ele viveu e morreu – é fácil achar isso por aí. Vou então aproveitar a ocasião para compartilhar um pouco – só um pouco mesmo – de como o Dr. King Jr. me deixou um legado do qual tenho sincero respeito espiritual e moral.
Martin Luther King Junior era filho e neto de pastores batistas (sei o que é ser a terceira geração em ambiente eclesiástico!). Na adolescência teve seus questionamentos existenciais mas decidiu seguir a vocação e se formou em Teologia, assumindo a liderança de uma Igreja Batista em Montgomery/Alabama.
Foi do seu púlpito, então, que a mensagem que ele pregava começou a se fazer relevante para a comunidade e a nação – para um tempo como esse… (Et 4:14 – acho que o pastor entendeu o desafio!). E as leis americanas foram mudadas e a história reescrita.
Hoje M.L. King Jr. é citação obrigatória em qualquer trabalho sobre direitos civis – sobre o Século XX (até quando o assunto é Star Trek ele aparece!).
Quando entrei para o Seminário em 1985, eu já tinha ouvido falar de um pastor negro norte-americano que tinha ajudado a forjar a consciência humana moderna e que sua interpretação das verdades e ensinamentos cristãos o levaram à tarefa de transformar o mundo, mas foi lá nos anos acadêmicos que li pela primeira vez sobre seu sonho, e as implicações de seu chamado.
É impossível negar. Como não ser influenciado por um cristianismo desse!? Como não estabelecer como padrão um ministério igualmente relevante!? Como não dizer para todo mundo – com uma pitada de orgulho santo e inocência de aprendiz – que ela era pastor batista, assim como eu!?
O tempo passou, vi e li muita coisa, meus horizontes se diversificaram, notei a presença da herança daquele pregador na Itália, na Índia, e por aí afora. Há um rio caudaloso que o Deus que ama a todo mundo fez jorrar a partir da vida e ministério daquele homem e ele ainda traz suas águas para nos batizar.
Ser batista e ser pastor, nos moldes do Dr. Martin Luther King, é desafio por demais enorme. Requer conhecimento e envolvimento com a Palavra de Deus e intimidade com o Deus da Palavra – e isso deve resultar em comprometimento com o ser humano histórico, alvo supremo do amor divino, suas lutas e seus anseios. Homens e mulheres que caem pelo pecado, mas que devem ser resgatados pela nossa mensagem de paz – Bem-aventurados os pacificadores... (Mt 5:9)
E nem sei se conseguiremos imitá-lo – homens assim são únicos na história!!!
Mas de uma coisa eu não tenho dúvidas: Para Deus todas as coisas são possíveis (Mt 19:26).
Foi então que esta semana, conversando em casa, nos damos conta que os cinquenta anos da morte de Martin Luther King Junior podem ser descritos nas mesmas palavras atribuídas pelo autor de Hebreus sobre o patriarca Abel: Depois de morto ainda fala (Hb 11:4). Meio século depois, depois de morto, pela sua fé pugnante, ainda me fala.
Só que continuei lendo o capítulo bíblico e cheguei aos versos finais. E é fácil concluir que o texto sagrado – de maneira profética – já se referia exatamente à memória do Luther King: O mundo não era digno dele (Hb 11:38).
Dê-nos o Senhor honrar este legado cristão para sua glória.

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