terça-feira, 3 de abril de 2018

A MISSÃO COMO DISCIPULADO



Terceira parte das considerações sobre o livro Compromiso y Misión de Orlando Costas, publicado em 1979.

Um segundo aspecto da missão é vê-la como discipulado. Costas inicia chamando a atenção que “a missão, para ser congruente com sua natureza abarcante, deve conduzir a um labor que os Evangelhos do Novo Testamento descrevem como formação de discípulos” (p. 45-46). Mas que quer dizer fazer discípulos? Em primeiro lugar significa seguir a Jesus. Jesus convidou seus discípulos para seguí-lo. Seu projeto não seria apenas um conjunto de doutrinas a serem cridas e propagadas, era um estilo de vida a ser aprendido seguindo-se o mestre. Aqui, para se evitar o risco claro do que R. Padilla chamou de “cristianismo cultural”, as palavras do sociólogo D. Moberg nos chamam a atenção:
Temos equiparado o “americanismo” com o cristianismo até o ponto que estamos tentados a pensar que as gentes de outras culturas devem adotar as pautas institucionais dos Estados Unidos quando se converte. Mediante processos sociológicos naturais chegamos a crença inconsciente de que a essência do American way of life é basicamente, quando não no todo, cristã (p. 50 – inglês no original).
Discipulado também é, ademais, participar da missão de Jesus. Ao convidar os discípulos, Jesus os desafiou a pescar homens, isto é, chamar homens ao arrependimento e para dentro do Reino de Deus. Esta era a missão de Jesus e esta foi a missão que ele repassou a igreja: fazer discípulos e neste processo está a dinâmica de obediência, que, para a tradição bíblica quer dizer: “inclinar o ouvido, escutar em fé e responder por fé à Palavra de Deus” (p. 56-57). Esta é uma faceta da missão da igreja que se desenvolve com um compromisso vital com Jesus.


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