terça-feira, 17 de abril de 2018

A MISSÃO COMO MOBILIZAÇÃO


Quarta parte das considerações sobre o livro Compromiso y Misión de Orlando Costas, publicado em 1979.

Um outro aspecto que Orlando Costas nos apresenta é a missão como mobilização. Enquanto que outros aspectos da missão produzem ênfases teológica (ou espiritualizantes) da missão, pensar na missão como mobilização traz à tona características mais gerenciais da missão da igreja e do seu compromisso com a vida e as pessoas que pretende alcançar na sua missão. Embora se compreenda que em última análise quem mobiliza a igreja é o Espírito Santo a idéia de mobilização implica numa organização dos recursos humanos e materiais de que se dispõe para o cumprimento da missão.
O projeto de Deus para o mundo é
Criar uma nova humanidade mediante a fé em seu filho Jesus Cristo e o poder do Espírito, produzir toda uma nova ordem de vida mediante seu governo redentor e justo por meio do Espírito e transformar totalmente a história e o cosmos pela ação escatológica do Espírito na segunda vinda de Cristo (p. 67).
O aspecto mobilizador da missão visa criar as condições objetivas para a concretização do projeto de Deus para o mundo. Isto implica inicialmente numa conscientização que desperta a consciência “evangelística do povo de Deus” (p. 64). O passo seguinte é a análise da situação vivencial do povo e da perspectiva histórica da comunidade que se almeja alcançar com a mensagem do evangelho. Daí planejamento, coordenação e avaliação completam o ciclo de cuidados como a mobilização da missão.
Costas observa que para garantir um processo eficaz de mobilização deve-se considerar a necessidade de haver uma transformação mental que retire da liderança a responsabilidade da missão transportando-a para o corpo da igreja; mas também é necessário uma ação sacrificial que reordene as prioridades e uma fé abarcante que faça-se crer que o Deus ressuscitou a Jesus Cristo dos mortos é o mesmo que chama a igreja a fazer discípulos.


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