Recentemente
a acadêmica Taynara Barreto, curso de Jornalismo da UFS –
Universidade Federal de Sergipe, me procurou. Para atender a
requisitos estudantis precisava fazer algumas perguntas. Foi um
privilégio participar.
Com
a devida autorização, reproduzo aqui perguntas e respostas.
Como
funciona a organização da Igreja? (Hierarquia)
Numa
igreja Batista não há hierarquia propriamente dita. Todos os
membros regulares têm iguais direitos e responsabilidades. Aqui se
vive o princípio de “um
membro, um voto”.
Todos podem falar e decidir sobre questões administrativas. Há
liderança que ajuda a conduzir o povo, principalmente nas questões
de cunho espiritual.
É
necessário ter algum conhecimento específico para ser pastor? Qual?
Como funciona esse aprendizado?
As
igrejas batistas mantêm Seminários onde os candidatos ao pastorado
podem estudar e se preparar para melhor exercerem as funções
pastorais. Os cursos de Teologia oferecidos vão desde ensino médio
até pós-graduação. Porém em geral as próprias comunidades
podem escolher livremente suas lideranças.
Em
que momento decidiu ser pastor? Por qual motivo? Quais os
acontecimentos políticos e sociais que estavam acontecendo na época?
A
minha escolha pelo ministério pastoral se deu no final de minha
adolescência. Desde muito cedo eu sabia que me envolveria com
trabalho eclesiástico, espiritual e pastoral, mas foi somente ao
final do curso médio (2º grau) que entendi de Deus que deveria
estudar e me preparar melhor para a vida ministerial.
Na
família, mais alguém é pastor? Diria que houve influência, ainda
que indireta, para essa decisão?
Na
minha família, há uma linhagem e lista bem significativa de
pastores e líderes eclesiásticos. Sobre a influência: claro que
sempre há. Mas eu destacaria o termo: influência
indireta.
Em cada caso a decisão é sempre uma resposta pessoal à vocação.
Sempre
foi dessa religião? Se não, qual a outra e por que mudou?
Sou
de família tradicional evangélica/batista já de algumas gerações.
Como se costuma dizer: eu
nasci na igreja!
Como
pastor, seu comportamento difere dos demais membros da igreja? De que
forma?
Compreendendo
a igreja na metáfora do corpo – foi o apóstolo Paulo quem a usou
– cada membro tem uma função e tarefa a desempenhar para que o
corpo funcione adequadamente. Assim, como pastor, tenho atribuições
que me são peculiares que implicam nas ministrações de prédica,
acompanhamento do rebanho, amparo e suporte espiritual, entre outros.
Ser
pastor é uma vocação ou uma profissão?
De
modo bem direto: em primeiro lugar é uma vocação. A resposta tem
de ser dada nesta perspectiva. Mas acaba também se tornando uma
profissão.
Como
são tomadas as decisões importantes para a Igreja? Existe alguma
reunião com todos os membros, por exemplo?
Como
já citei lá na primeira pergunta, as decisões administrativas são
tomadas dando-se ouvido a todos os membros regulares da igreja. Para
isso temos reuniões administrativas periódicas onde tais decisões
podem ser debatidas e decididas. Mas circunstancialmente também é
possível se utilizar de outros mecanismos de consulta e decisão.
Em
sua opinião, quais as principais situações vividas que influenciam
o indivíduo a se tornar pastor?
O
ponto principal é a consciência espiritual de vocação. Homens e
mulheres precisam ter isso bem definido. Sem tal certeza vocacional
a coisa não funciona. É aquela certeza de que foi Deus que o
escolheu para a tarefa que o move em direção ao ministério. Mas
outros instrumentos que ajudam a confirmação, como a orientação
de outros pastores que atuam no ministério, o apoio da igreja e
comunidade local e espírito e desejo de liderança e serviço por
exemplo.
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