terça-feira, 18 de setembro de 2018

Sobre ministério pastoral


Recentemente a acadêmica Taynara Barreto, curso de Jornalismo da UFS – Universidade Federal de Sergipe, me procurou. Para atender a requisitos estudantis precisava fazer algumas perguntas. Foi um privilégio participar.
Com a devida autorização, reproduzo aqui perguntas e respostas.

Como funciona a organização da Igreja? (Hierarquia)
Numa igreja Batista não há hierarquia propriamente dita. Todos os membros regulares têm iguais direitos e responsabilidades. Aqui se vive o princípio de “um membro, um voto”. Todos podem falar e decidir sobre questões administrativas. Há liderança que ajuda a conduzir o povo, principalmente nas questões de cunho espiritual.

É necessário ter algum conhecimento específico para ser pastor? Qual? Como funciona esse aprendizado?
As igrejas batistas mantêm Seminários onde os candidatos ao pastorado podem estudar e se preparar para melhor exercerem as funções pastorais. Os cursos de Teologia oferecidos vão desde ensino médio até pós-graduação. Porém em geral as próprias comunidades podem escolher livremente suas lideranças.

Em que momento decidiu ser pastor? Por qual motivo? Quais os acontecimentos políticos e sociais que estavam acontecendo na época?
A minha escolha pelo ministério pastoral se deu no final de minha adolescência. Desde muito cedo eu sabia que me envolveria com trabalho eclesiástico, espiritual e pastoral, mas foi somente ao final do curso médio (2º grau) que entendi de Deus que deveria estudar e me preparar melhor para a vida ministerial.

Na família, mais alguém é pastor? Diria que houve influência, ainda que indireta, para essa decisão?
Na minha família, há uma linhagem e lista bem significativa de pastores e líderes eclesiásticos. Sobre a influência: claro que sempre há. Mas eu destacaria o termo: influência indireta. Em cada caso a decisão é sempre uma resposta pessoal à vocação.

Sempre foi dessa religião? Se não, qual a outra e por que mudou?
Sou de família tradicional evangélica/batista já de algumas gerações. Como se costuma dizer: eu nasci na igreja!

Como pastor, seu comportamento difere dos demais membros da igreja? De que forma?
Compreendendo a igreja na metáfora do corpo – foi o apóstolo Paulo quem a usou – cada membro tem uma função e tarefa a desempenhar para que o corpo funcione adequadamente. Assim, como pastor, tenho atribuições que me são peculiares que implicam nas ministrações de prédica, acompanhamento do rebanho, amparo e suporte espiritual, entre outros.

Ser pastor é uma vocação ou uma profissão?
De modo bem direto: em primeiro lugar é uma vocação. A resposta tem de ser dada nesta perspectiva. Mas acaba também se tornando uma profissão.

Como são tomadas as decisões importantes para a Igreja? Existe alguma reunião com todos os membros, por exemplo?
Como já citei lá na primeira pergunta, as decisões administrativas são tomadas dando-se ouvido a todos os membros regulares da igreja. Para isso temos reuniões administrativas periódicas onde tais decisões podem ser debatidas e decididas. Mas circunstancialmente também é possível se utilizar de outros mecanismos de consulta e decisão.

Em sua opinião, quais as principais situações vividas que influenciam o indivíduo a se tornar pastor?
O ponto principal é a consciência espiritual de vocação. Homens e mulheres precisam ter isso bem definido. Sem tal certeza vocacional a coisa não funciona. É aquela certeza de que foi Deus que o escolheu para a tarefa que o move em direção ao ministério. Mas outros instrumentos que ajudam a confirmação, como a orientação de outros pastores que atuam no ministério, o apoio da igreja e comunidade local e espírito e desejo de liderança e serviço por exemplo.



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