terça-feira, 24 de setembro de 2019

NADA VAI SEPARAR – primeira lista


Recentemente, numa reflexão eu fui levado a concluir que, por estarmos unidos a Cristo, somos mais que vencedores.  Não é apenas uma vitória simples; é a conquista completa que nos está reservada, afinal, a morte foi destruída pela vitória (leia toda a reflexão aqui).  Ali eu tomei como base as afirmações de Paulo escritas aos Romanos (no capítulo oito).

Revendo o texto, é fácil notar duas listas de situações que aparentemente poderiam nos separar do amor de Cristo.  Resolvi então atentar com um pouco de cuidado para cada uma das situações citadas pelo apóstolo.

Deixe-me compartilhar um pouco do que descobri.



→ Primeira lista (verso 35):

# Tribulação (θλῖψις) – segundo Strong: perseguição, aflição, angústia, tribulação.  Da mesma raiz do verbo oprimir, pressionar.  Jesus disse que o mundo nos empurraria para baixo mas que no fim a vitória chegaria (confira Jo 16:33).

# Angústia (στενοχωρία) – no léxico: aflição, dificuldade, problema.  A palavra grega relaciona o sentido desta expressão com a sensação de falta de espaço, sufocamento, confinamento.  O próprio Paulo afirma que a angústia sofrida por amor de Cristo pode motivar alegria e força (em 2Co 12:10).

# Perseguição (διωγμός) – estritamente no dicionário se diz de uma perseguição por motivos religiosos ou morais.  O mesmo Paulo afirma que há glória diante da igreja quando ela mantém a fé mesmo diante das perseguições (em 2Ts 1:4).

# Fome (λιμός) – mais do que apenas uma falta momentânea de alimento, o sentido é de muita fome devido à falta de comida em uma área, daí também carestia.  Lucas assim se refere ao período de escassez vivido em Israel quando o profeta Elias foi à viúva de Serepta e fez seu azeite multiplicar milagrosamente (leia em Lc 4:25).

# Nudez (γυμνότης) – tanto num sentido de absolutamente nu (como em Mc 14:52) como se referindo a alguém pobremente vestido (como em Tg 2:15).  Escrevendo à rica Igreja de Laodiceia, o Amém aconselha a comprar dele mesmo roupas brancas para que se cubra a sua nudez (em Ap 3:18).

# Perigo (κίνδυνος) – Strong se refere a risco, e o sítio wiktionary.org fala de qualquer possibilidade de perda ou dano (vida ou propriedade).  Apresentando seu currículo missionário aos coríntios, Paulo diz que viveu sempre diante de perigos, mas foi nessa situação que ele entendeu seu ministério (acompanhe a lista em 2Co 11:23-30).

# Espada (μάχαιρα) – o termo remete a um sabre ou adaga usada para duelo e que provoca uma morte cruel e violenta.  O autor aos Hebreus diz que vários herois do passado vivenciaram poder escapar do fio da espada pela fé (em Hb 11:34).



Antes que lista fique grande demais, vou limitar a relação aqui ao verso 35.  Ainda há mais empecilhos que tentam nos separar do amor de Deus em Cristo, e Paulo continua listando nos versos 38 e 39 a seguir.

Veja no próximo post a segunda lista (link aqui).

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

DE ESCRAVO A IRMÃO CARÍSSIMO – Lendo a Epístola a Filemon


Eis o objetivo principal da Epístola a Filemon: o problema entre o rico Filemon e escravo Onésimo, ambos cristãos. 
Depois de introduzir apresentando-se como prisioneiro de Cristo Jesus e uma palavra de ações de graças pela fé e amor do destinatário, Paulo chega finalmente ao âmago da questão, e o faz de maneira enfática – mesmo não se utilizando de sua autoridade apostólica para ordenar – servindo-se apenas de paralelismo e jogo de palavras riquíssimos.
Vamos trabalhar um pouco com elas – as palavras.
Para provar que realmente houve uma mudança, Paulo joga com o significado do nome Onésimo (Ὀνήσιμος – literalmente: aquele que dá lucro – v. 11).  Ele, que tinha sido inútil (ἄχρηστος), agora, após o contato com o evangelho, tornou-se útil (εὔχρηστος), ou seja, apto para exercer as funções que lhe fossem atribuídas.
Mas a principal diferença entre o antes e o depois do evangelho está em como este serviço seria prestado: antes ele era escravo (δοῦλος – v. 16) mas agora seu trabalho consistia num serviço voluntário (διακονέω – v. 13 – aqui na forma verbal: servir), serviço este que é a base das relações cristãs, e que exige reciprocidade.
Tudo indica que Paulo tinha em mente fazer com Onésimo o que era feito com os libertos da sociedade romana.  Ainda que esta libertação fosse inter amicus, ou seja, sem a intermediação jurídica, o que o apóstolo queria era habilitá-lo a trabalhar como sócio de Filemon – situação prevista na lei romanos acerca dos escravos.  
A Vulgata Latina ajuda a entender este ponto de vista ao se referir ao serviço de Onésimo (v. 13) como ministreret pois era o que se esperava de um carissimum fratum ... et in carne et in Domino (veja o v. 16).  E aqui há indicação segura da lei romana de que a libertação e alforria legal de um escravo consistia inclusive em considerá-lo com sendo igual ao seu senhor perante a sociedade.
Há um outro ponto de vista importante a ser observado: a origem judaica de Paulo.  Ele certamente conhecia os preceitos bíblicos de que um escravo, ao ser liberto deveria lhe ser concedido sustento para o ajudar a começar a viver em liberdade (leia Dt 15:12-14).
Então Paulo apela para que a dívida de Onésimo fosse colocada na sua conta, e também pede para que este seja aceito e que uma dívida de Filemon para com Paulo fosse creditada a Onésimo.  É provável que daí saísse os proventos necessários para começar vida nova.
Sem dúvida, porém, tudo leva a crer que o apóstolo estava indicando uma aplicação direta e prática de Gl 3:28 onde fala na igualdade de todos dentro da comunidade cristã, logo não deve haver nem escravos nem livres (οὐκ ἔνι δοῦλος οὐδὲ ἐλεύθερος – observe que esta última palavra está ausente da Epístola a Filemon).  Isso tudo, contudo, baseado na suprema lei do amor.
Os números da época nos informam que no primeiro século – quando Paulo escreveu a Filemon – havia no Império Romano cerca de 70 milhões de escravos, e esta enorme quantidade de homens, mulheres e crianças à margem das oportunidades do processo social era, sem dúvida, um contingente expressivo capaz de, por uma revolução sangrenta, derrubar o império se houvesse quem os liderasse. 
Na visão cristã paulina, contudo, isso não resolveria o problema das desigualdades sociais: apenas mudaria de foco.  O apóstolo tinha a certeza de que somente um ser humano novo, influenciando a sua comunidade pode produzir relacionamentos inter-humanos novos e assim construir toda uma nova sociedade.  Ou seja, a solução só chegaria através da força revolucionária do amor cristão: através de homens e mulheres que encarnassem o amor a partir de suas comunidades.
Assim é que, lendo a Epístola a Filemon, ela desponta como um desafio emergente para a igreja de Cristo.  A igreja precisa descobrir onde ainda imperam as desigualdades entre os seres humanos para ali injetar uma dose de amor cristão.  Onde há escravos que precisam ser alcançados e transformados em irmãos caríssimos.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

DE LAS CASAS E AS VOZES DISCORDANTES LATINO-AMERICANAS


As relações entre a Igreja e o Estado, com a chegada dos cristãos ibéricos à América Latina no século XVI, embora se mostrassem hegemônicas e legitimadas por ambos os lados – Estado e Igreja – não eram unanimidades.  Diversas vozes discordantes se fizeram soar no Novo Mundo, procurando estabelecer novas relações onde os valores cristãos não estivesses submissos aos ditames monárquicos nem as ações dos reis carentes de aprovação eclesiástica.
Como no Brasil a efetiva ocupação por parte dos colonizadores portugueses só veio acontecer bem depois, então, consequentemente, as vozes levantadas por aqui só começaram a aparecer também depois.  Os primeiros a se destacarem são os nomes do padre jesuíta Antônio Vieira que nas suas pregações advogava a defesa dos índios contra a exploração dos portugueses.  O outro nome entre os brasileiros é o do poeta barroco baiano Gregório de Matos Guerra que como sua poesia criticou toda a sociedade contemporânea, inclusive os prelados que, segundo o poeta, estavam envolvida em escândalos incontáveis.
Assim, as únicas vozes discordantes ouvidas no século XVI na América Latina são dos padres espanhóis e o principal nome entre eles certamente é o de Bartolomeu de las Casas. 
De las Casas nasceu Sevilha / Espanha em 1484 e veio para a América em 1502 como encomendeiro junto com a segunda viagem de Cristóvão Colombo. 
Em 1507 tornou-se sacerdote dominicano e em 1511, ouvindo um sermão pregado pelo Frei António de Montesinos, no qual defendia a dignidade dos indígenas, De las Casas se sentiu profundamente impactado e, a partir daí, passou a defender os direitos dos índios. 
Entre os principais textos do dominicano, dois destaques: (1) Brevísima Relación de la Destruición de las Indias Ocidentales (publicado em 1542) que ele dedicou ao príncipe Felipe II de España e no qual ele denuncia os maus-tratos e atrocidades cometidas contra os povos indígenas das Américas nos tempos coloniais; e (2) Historia de las Indias (que começou a escrever em 1527 e se ocupou dela nos 35 anos seguintes).
Bartolomeu de las Casas chegou a ocupar o bispado de Chiapas, no México em 1544, de onde ele pregou a sua nova mensagem e tentou convencer as autoridades espanholas de que a exploração dos nativos era contrária aos ensinos cristãos defendidos pelos católicos.  Mas ele não logrou êxito em seu intento de convencer nem as autoridades políticas nem eclesiásticas.
Devido a perseguições, De las Casas precisou voltar a Espanha em 1547 onde tentou continuar sua missão, e acabou falecendo em 1566 sendo posteriormente conhecido como o primeiro sacerdote das Américas e o Apóstolo dos Índios e como o Procurador e Protetor Universal de Todos os Índios.
Uma citação pode enriquecer nossa compreensão destas vozes discordantes latino-americanas.  As palavras a seguir dão de uma pregação feita por António de Montesinos no quarto domingo do Advento de 1521, aqui na versão narrada pelo próprio Bartolomeu de las Casas:

Todos estais em pecado mortal e neles viveis e morreis, pela crueldade e tirania que usais com esta gente inocente.  Dizei: com que direito e com que justiça tendes estes índios em servidão tão cruel e horrível?  Com que autoridade fizestes tão detestáveis guerras a estas gentes que estavam  em suas terras mansas e pacíficas, em que haveis consumido tantas delas com morte e estragos nunca ouvidos?  Como os tendes tão oprimidos e fatigados, sem dar-lhe de comer nem curá-los em suas enfermidades, que dos excessivos trabalhos, com que os carregais morrem, ou melhor, vós os matais, para tirar e adquirir mais ouro cada dia?  Que cuidado tendes de quem os doutrine e conheçam a seu Deus e criador, sejam batizados, ouçam missa, guardem as festas e domingos?  Eles não são homens?  Não têm almas racionais?  Não sois obrigados a amá-los como a vós mesmos?  Não entendeis isso?  Não sentis?  Como estais adormecidos de um sonho tão letárgico?  Tendes por certo, que no estado que estais não podeis vos salvar mais que os mouros ou os turcos que precisam e não querem a fé em Jesus Cristo.

(Na imagem lá em cima, Frei Bartolomeu de las Casas retratado pelo pintor mexicano Félix Parra em 1875 - fonte: wikipedia.com)

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Doenças da Alma – ANEMIA


Há ainda uma doença da alma que deve requerer toda a nossa atenção e cuidado: a anemia.  E em nosso caso, tal cuidado e atenção é mais que justificável, uma vez que é um mal relacionado ao sangue – e não tem desvincular o sangue de nossa vida e fé!
Mas eu volto já ao sangue.  Por ora é preciso dar a palavra aos especialistas para que entendamos melhor do que se trata a anemia. 
De acordo com o Hemocentro da Unicamp, o termo anemia indica qualquer doença em que há uma redução da massa (ou quantidade) total de glóbulos vermelhos em um indivíduo.
E aqui está a maior problemática da anemia, como os glóbulos vermelhos são responsáveis pelo transporte do oxigênio para os tecidos, esta redução leva a uma menor liberação de oxigênio para todos os órgãos.
Em resumo: quando falta sangue – ou qualidade a ele – a vida corre risco.  E isso pode acontecer de tal maneira lenta ao longo da vida, que nem sentimos que já estamos morrendo, tentando se adaptar à vida rala, fraca e pobre de nutrientes e oxigênio.
Então, voltemos ao sangue.  No Livro da Lei nós lemos claramente que a vida da carne está no sangue (em Lv 17:11).  Só que com a Nova Aliança feita no Calvário, o sangue passou a ter para nós uma dimensão espiritual bem mais significativa.  Assim, a anemia da alma é muito mais grave e traz prejuízos mais danosos que a carência de glóbulos no sangue que irriga a carne.
É o sangue do Calvário que unicamente nos outorga vida.  Fomos perdoados, resgatados, remidos, salvos pelo sangue do Cordeiro pascal.  E se acha que é exagero, lembre o que diz a visão do Apocalipse: Bem-aventurados todos os que lavam as suas roupas no sangue do Cordeiro, e assim ganham o direito à árvore da vida, e podem adentrar na Cidade através de seus portais (Ap 22:14).
Na linguagem simbólica da profecia está a afirmação de que somente pelo sangue do Cordeiro é que poderemos adentrar nos portais eternos.
Agora, note a terrível complicação que é quando um cristão passa a ter anemia espiritual e já não lhe corre nas veias espirituais o sangue do Cordeiro na quantidade ou na forma adequada!
É claro que não vou questionar aqui a qualidade do sangue que recebemos diretamente da fonte sagrada, mas quando nossa dieta alimentar espiritual não está adequada ou há ferimentos em nossa alma que estão deixando o precioso sangue escorrer, então toda a nossa vida espiritual está correndo sérios riscos.
Que fazer então? É o próprio Jesus que dá a indicação ao se oferecer única e eternamente por nós: quem beber o meu sangue tem a vida eterna (Jo 6:54).  Para ter saúde e vida espiritual é preciso vencer a anemia da alma.  E no memorial da Ceia do Senhor relembramos e celebramos a transfusão espiritual que recebemos como resultado da graça infinita.
Bebem dele todos vocês.  Isso é o meu sangue da aliança (Mt 25:26-27).
Vou insistir no sentido memorial e simbólico da Ceia – assim como já fiz com o Apocalipse.  A vida não está no vinho, nem há sacralidade nele que me cure da anemia da alma.  Mas ele atiça meu senso espiritual de dependência daquele que me comprou pelo preço de seu sangue (devo citar aqui Ap 5:9).
Sem o sangue do Cordeiro correndo em minhas veias espirituais o que me resta é anemia e falta de oxigenação e nutrientes em todos os órgãos e tecidos que compõem minha vida espiritual.  E aos poucos vou até me acostumando a essa vida espiritual raquítica – mas realmente vou definhando até que já não reste mais vida em mim.
Mas o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado (palavras de 1Jo 1:7).  É esta purificação – transfusão – que eu celebro solene e alegremente na Ceia que me garante saúde e vida espiritual nutrida e saudável.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

TRADUZINDO MEU NOME


Aproveitei um restinho de tempo de folga para desafiar o Google com o meu nome próprio. Como seria ele escrito com alfabetos diferentes? A bem da verdade, achei algumas coisas bem interessantes. Mas antes de compartilhar estas curiosidades, deixe-me esclarecer um pouco sobre o meu nome em si e sobre a pesquisa:

Antes – não é muito certo, nem comum, traduzir o nome próprio – o chamado prenome. Essa foi a barreira inicial da pesquisa. Então resolvi fazer duas pesquisas em paralelo: uma com a pronúncia que reconheço e outra com o significado do nome.
Primeiro – o meu nome é de origem hebraica. Jabes significa seco. Foi esse significado que usei em minha pesquisa. Na Bíblia, além do uso comum indicando um lugar sem água, aparece também com uma referência a lugares – como no caso de Jabes-Gileade (em Jz 21:8) – ou a pessoas – como o pai do rei Salum (em 2Rs 15:13).
Segundo – o sobrenome de família Nogueira tem sua origem lá em Portugal. A primeira citação documentada é de D. Mendo Paes Nogueira, sobrinho de D. Mendo Nogueira, cavaleiro da Ordem do Templo, em 1089. Há ainda uma referência em 1258 a uma “Igreja de São João de Nogueira” entre as igrejas do bispado de Tui situadas no território de Entre Lima e Minho, também em Portugal. No Brasil, a primeira citação é a um tal de José Brás Nogueira que chegou de Portugal no século XVII e se tornou bandeirante na região da atual Bragança – Estado de São Paulo. Como Nogueira é uma árvore que tem como fruto a noz, trabalhei com esse significado também.
TerceiroFilho aparece em minha certidão de nascimento apenas para distinguir o meu nome do de meu pai. Sendo assim, eu trabalhei com esse significado na pesquisa, mas abandonei a expressão quanto a pronúncia.
Ainda – seguindo a tabela do Alfabeto Fonético Internacional (AFI), meu nome deveria ser falado assim: [ʒɑbes noˈɣejɾa̝]. Mas como sei que meu sotaque nordestino (frise-se: gostoso sotaque!) é peculiar, então reconheço que a pronúncia ficou um pouco a desejar no Google, mas fiz o melhor, explorando o Translate, e aproveitei para ouvir aquela voz mecânica do aplicativo tentando falar meu nome nestas línguas diferentes – foi divertido!
E mais – como não sou especialistas nestas línguas, se ocorrerem erros por aí, peço que corrijam.

Vamos lá

Grego – Ελληνικά
Pronúncia –
Ιάβης Νογήιρα
Significado –
Ξηρός Καρυδιάς Υιός
Cirílico (russo) – Кириллица (русский)
Pronúncia –
Жабес Ногейра
Significado –
Сухой Грецкий Сын
Hebraico – עברית
Pronúncia –
יבש נגיר
Significado –
בן־יבש אגוז
Japonês – 日本語
Pronúncia –
ジャベス ノゲイラ
Significado –
ドライ くるみ 息子
Coreano – 한국어
Pronúncia –
야베스 노게이라
Significado –
건조 호두 아들
Árabe – لعربية
Pronún
cia – جــبــش نــغــرـا
Significado –
جاف الجوز ابن



sexta-feira, 6 de setembro de 2019

A PRIMEIRA PEDRA




A pedra é uma coisa bastante citada nas páginas bíblicas. Tanto de maneira literal como figurada. Tanto se referindo a pequenos pedregulhos como a grandes rochas. Eu mesmo já comentei e refleti algumas vezes sobre esta coisa.
Gostaria hoje de retomar o tema da pedra. Agora no episódio citado em Jo 8:1-11.
Na narrativa, Jesus está assentado na porta do templo ensinando ao povo quando os mestres da lei e os fariseus trazem uma mulher apanhada em pecado e a apresentam a Jesus na intenção de apedrejá-la (tomaram como base Dt 22:20-22).
Pelo entendido da narração, eles já chegaram com as pedras nas mãos prontos para atirarem naquela mulher – ou talvez no próprio Jesus!
Diante da situação, o Mestre se cala e, como os acusadores insistiam, ele dá seguimento ao caso. Então o episódio oferece a oportunidade de refletir sobre as pedras que aqueles homens traziam nas mãos.
Entendo que, pelo menos, três realidades Jesus enxergou nas pedras que demonstraram a verdade por trás do fato.
Em primeiro lugar aquelas pedras demonstravam a falta de compaixão dos fariseus. No verso cinco eles citam a Lei de Moisés, até aí parece certo. Mas os olhos frios da Lei não podem ser usados com o intuito de destruir vidas: não foi esta a intenção divina, a joia preciosa da criação é o ser humano e não a Lei (Jesus insiste nisso em Mc 2:27).
O verso seis observa que havia intenções escusas por trás daquele gesto. As pedras nas mãos indicavam que uma atitude de dissimulação. Agindo assim de modo sorrateiro ele não poderiam atuar como juízes da Lei de Deus – nem sequer comparecer diante de sua face (considere Sl 24:3-4).
E ainda nos versos sete e nove o evangelista atesta que as pedras eram a prova de uma atitude arrogante e presunçosa que já beirava a hipocrisia. Todos tinham pecados, mas, mesmo assim, queriam apedrejar aquela mulher (leia o comentário de Jesus em Lc 6:41-42).
Hoje estamos com as nossas primeiras pedras em nossas mãos: Que elas demonstrarão? Que significado terão? O que Jesus verá? Que faremos com as primeiras pedras?




terça-feira, 3 de setembro de 2019

A BÍBLIA, A PALAVRA DE DEUS


A Bíblia é um livro singular na história da humanidade. Em todo o processo de sua confecção e transmissão ela se mostrou diferente de tudo que foi testemunhado pela humanidade. Mas, deixe-me colocar algo mais:

אA Bíblia é a Palavra de Deus, então todo e qualquer estudo que se faça a respeito dela, tem que ser feita sob a orientação divina. Portanto, a cada novo estudo procure buscar conhecer o que o Espírito Santo tem a dizer sobre o texto bíblico que está sendo destacado. Mesmo que o estudo pareça não trazer muito conteúdo prático, procure, na presença de Deus em oração, aprender cada dia aquilo que o Mestre deseja.
בA Bíblia é um conjunto de livros e assim deve ser compreendida. Embora façamos uma divisão no conjunto para facilitar didaticamente o estudo, não se esqueça que a Bíblia não pode ser dividida: todas as partes se completam e se ajustam perfeitamente entre si para apresentarem a verdade mais completa daquilo que Deus tem para falar.
גA Bíblia é um livro para ser vivenciado. Isto implica que a única maneira realmente eficaz de se adquirir um domínio satisfatório do seu conteúdo é manuseando-o diariamente. Assim, não deixe apenas para o período da aula na Escola Bíblica para ler e estudar a sua Bíblia. Se você realmente quer conhecer a Deus e sua vontade expressa neste livro, tem que todo dia ocupar seu tempo com a Bíblia.
דA Bíblia requer prática no seu manuseio. Isto é um pouco do que foi dito acima. Então observe que saber achar rapidamente todo e qualquer texto nas páginas da Bíblia realmente requer prática, e esta prática exige disciplina e exercício. Ou seja, se ainda não se acha capaz de abrir a Bíblia com facilidade em qualquer lugar, reconhecendo sua linguagem e conteúdo é preciso que esteja habituado a fazer isto, é uma questão de prática.
הA Bíblia fala por si mesma. Embora seja válido consultar outras fontes, nunca se esqueça de que a palavra final sobre qualquer assunto – inclusive sobre a própria Bíblia – será da Palavra de Deus orientada pelo Espírito Santo.
וA Bíblia tem de ser um livro pessoal. Então tome o seu exemplar e use-o da melhor forma possível. Estabeleça metas pessoais em relação a sua leitura; estabeleça também um método pessoal de ler e guardar as informações nela contida; e estabeleça ainda referências pessoais para se identificar com as palavras do Livro. Só nunca se afaste dele.
זA Bíblia é alimento para o cristão. Sem ela o cristão definha e morre espiritualmente. É ela quem nos sustenta e fortalece, ela é a Palavra do nosso amado Senhor que temos em nossas mãos. Não se deve ter vergonha da usá-la em nenhuma circunstância, mas para isto é preciso que ela seja realmente uma espada em nossas mãos e que saibamos manejá-la com destreza.