Pensei em iniciar este texto citando Carlos
Drummond de Andrade em uma crônica excelente (redundância!?) na qual ele se
refere à passagem de tempo entre a compra e a venda de uma casa. Lembro da crônica e sei que tenho o livro com
ela, mas, a esta altura, o tal livro já está devidamente encaixotado e
guardado. Aí fica difícil...
Vou tentar de outro jeito. Como dizem os operadores de telemarketing de
plantão: estarei me mudando…
(Mas me deixe abrir um parêntese. Se eles soubessem que cada vez que empregam
um gerúndio estão correndo um real risco de perder o cliente! O que não só irrita como ofende a minha parca
inteligência. Isso não vem ao caso
agora. Vou fechar o parêntese e voltar à
mudança.)
Estou deixando o endereço onde morei por mais de
uma década aqui em Aracaju e, provisoriamente, me instalando numa casa de meus
sogros (também em Aracaju) até que possa me mudar para a nova casa.
A ênfase deve está no advérbio: provisoriamente. Neste sentido posso usar a expressão: estarei
me mudando! Pois começando esta semana e
nos próximos meses estarei em processo de transferência de uma casa a
outra. Já não estou na antiga
residência, mas ainda não me alojei na nova.
Estou de passagem!
Nestas horas, parece que a vida se vira de pernas
para o ar. A velha rotina precisa ser
reformulada, e até que as coisas se arrumem novamente, tudo está fora de
lugar. E no meu caso agora, não sei
quando estarão lá.
Além da situação de descompasso e novo compasso que
a mudança traz, parece que só nestas horas nos damos contas de quantas coisas
foram acumuladas ao longo dos anos: livros, papeis, roupas, discos, chaves,
panelas, aparelhos, cacos que precisam ser acondicionados para o
transporte.
E o que dizer dos cheiros, sons, referências,
horários, rotinas, histórias que não têm como ser empacotados mas precisam de
um lugar nas memórias pois, de algum modo, ficarão para sempre, só que devem
ceder lugar a novas vivências que nos aguardam...
Estou atestando: eita coisa aperreada é se mudar!!
Só que eu quero terminar
este texto citando as palavras sagradas aos Hebreus: não
temos aqui morada permanente (leia em Hb 13:14). E como tais palavras estão ficando límpidas
enquanto transcorro a realidade de que estarei me mudando! Já não sou mais daqui, mas ainda não cheguei
lá! Assim é compreensível minha
desadequação neste tempo presente pois tudo agora é provisório – e vou me
acomodando como dá, enquanto espero minha morada definitiva a qual será
incomparavelmente melhor (confio no que diz Rm 8:18).
E tudo será somente a
glória de Deus.
SEJA BEM VINDO A JABOTIANA...
ResponderExcluirObrigado.
ExcluirExcelente! Que capacidade de, à partir do seu cotidiano, aplicar a verdades eternas.
ResponderExcluirDeus continue te abençoando nesta nova fase da sua vida.
Obrigado, querido.
ExcluirA capacidade é dada por Deus, logo a glória tem de ser dada a ele também.
Um abraço
Muito bom, Jabes. Abração.
ResponderExcluirObrigado, querido.
ExcluirUm abraço