A OFERTA DA VIÚVA – Conclusão
Temos compreendido
que Jesus observa individualmente cada fiel adorador que se achega com o
coração contrito. Aprendemos que na
contabilidade de Deus o que realmente conta é a sua graça e não os nossos
esforços pessoais – muito menos monetários.
E ainda tendo como pano de fundo a atitude da viúva vimos que a vontade
de Deus é nossa santificação e adoração e então nossa oferta, nosso culto e
nossa vida têm que ser baseados nestas premissas.
Agora
na última reflexão desta pequena série sobre a também pequena narração da
oferta da viúva pobre, deixe-me apresentar três conclusões livres que o estudo
do episódio me traz.
Em
primeiro lugar, na percepção de Cristo, a diferença das ofertas não está no
esforço que cada um emprega em trazê-las: não é o sacrifício pelo
sacrifício! É bom lembrar que em meio às
reprimendas feitas ao Israel obstinado, Deus fala através do profeta que mais
importante que o sacrifício e os atos de culto em si é a atitude de
misericórdia e aproximação – conhecimento – a Deus (leia Os 6:6).
No
contexto da oferta da viúva, a diferença foi que os ricos trouxeram o sobejo, a
sobra, o que não mais lhes servia, e Deus não aceita nada menos que o melhor
(lembre das prescrições das ofertas em Lv 1:10; 3:6; 4:3 e outros). A viúva, por sua vez, trouxe não somente o
melhor, mas a totalidade de sua vida e a colocou no altar do Senhor e ela,
junto com sua oferta, foram aceitas por Deus.
Uma
segunda conclusão que a narração da oferta da viúva me traz é que minha relação
com Deus, mesmo no culto público, é individualizada. Assim, nem a minha oferta e culto pessoal,
nem a resposta de Deus em termos de aceitação e bênção podem ser medidas,
avaliadas ou comparadas com mais ninguém (veja a advertência paulina em Rm
14:4).
É
importante aqui também lembrar que na contabilidade de Deus, ele usa critérios
próprios e diferenciados na sua relação com seus servos. Ou seja, nem os ricos foram julgados pela
viúva, nem o contrário, mas para Deus cada um foi visto a partir do seu próprio
interior e de sua própria atitude (considero fundamentais as palavras
proféticas em Ez 18).
E
finalmente, já extrapolando a própria narração da história da oferta, quando o
meu culto e minha oferta são aceitos, sou também igualmente aceito pelo
Senhor. E isso sim faz toda a
diferença! Esta é a oração e o desejo do
salmista: ser aceito por Deus e poder viver na sua casa (lá no Sl 27:4).
É,
contudo, na parábola do fariseu e do publicano onde Jesus apresenta esta
verdade mais claramente (leia toda a parábola em Lc 18:9-14). Enquanto o primeiro apresentou uma oração
liturgicamente correta mas vazia de santa intenção, o segundo na sua humildade
apenas à distância batia no peito e sem os recursos da oratória clamava por
misericórdia. E Jesus conclui que este
último voltou para casa recompensado.
Assim
posso compreender também que a viúva voltou para casa com a alma recompensada
por ter apresentado um culto agradável a Deus (penso que ela se enquadraria
perfeitamente em Rm 12:1). Que seja
também assim a nossa oferta e o nosso culto para a maior glória de Deus.
Leia mais sobre a "A OFERTA DA VIÚVA":
Parte 1
Parte 2
Parte 3
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