sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A OFERTA DA VIÚVA – Parte 1

Além das grandes narrações bíblicas – histórias épicas e eventos de fé que mudaram a história e são lembrados como referência ainda hoje – há pequenos relatos narrados no texto sagrado, como que apenas flash de situações que foram preservadas pelos escritores.  Um destes é narrado por Marcos (apenas quatro versos – Mc 12:41-44) e que ficou conhecido como: a oferta da viúva.
Sem entrar nos detalhes – até porque no Evangelho eles são poucos – quero começar uma pequena série de estudos hoje sobre este episódio.  Com certeza ele vai também me chamar a atenção, como chamou a dos evangelistas e me fazer refletir.
Tudo começa com a observação de Jesus.  Marcos diz que, com simplicidade, Jesus se sentou em frente ao lugar onde eram colocadas as contribuições, e observava a multidão colocando o dinheiro no gazofilácio.  Em linhas gerais, o que Jesus observou e viu naquele dia é o que quero começar refletir.
Em primeiro lugar Jesus percebe quando vou adorar no santuário.  Quando aquela viúva chegou para adorar, o Senhor a notou em sua atitude de culto.  Pois é isso mesmo que acontece quando o povo de Deus vem a sua casa para buscá-lo em adoração.
É certo que Deus me ouve em qualquer lugar, mas se lembrarmos da resposta que o Senhor deu a Salomão no dia da dedicação veremos que há uma predileção do Senhor pelo lugar do culto: escolhi este lugar para mim, como templo (2Cr 7:12).
Por que é verdade que o Senhor percebe seus filhos reunidos em adoração, e se agrada disso, então devo fazer minhas as palavras do Sl 122:1.
Uma segunda verdade que extraio da narração é que Jesus percebe atitudes individuais em meio ao agito da multidão.  A ação da viúva pode ser destacada e individualizada entre todos aqueles cultuantes.  Ou seja, embora nosso culto seja coletivo, Deus é capaz de ver e tratar a cada um particularmente.
Lembremos que na instrução paulina sobre a diversidade dos dons e a unidade que deve haver na igreja, ele diz que embora sejamos todos partes de um mesmo corpo – a igreja – e como tais uma multidão dos que crêem (a expressão está em At 4:32), a nossa participação no corpo de Cristo e nossa adoração é individualizada (veja 1Co 12:27).
A atitude do salmista Davi deve ser encontrada em cada um de nós ao se achegar ao templo para cultuar: buscar uma disposição de se prostrar pessoalmente para render graças ao nome do Senhor (é o Sl 138:2).
Uma terceira percepção da observação de Jesus é que ele busca a intenção do coração e não a encenação exterior.  Mais que simples demonstrações de atitude de culto, o que Jesus buscava, e encontrou naquela viúva foi um coração entregue completamente ao Senhor: ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver.
A apresentação das ofertas dos irmãos Caim e Abel são bons exemplos.  Enquanto o primeiro foi rejeitado por o pecado já estava a porta do coração, o segundo foi aceito de bom grado pelo Senhor (a narração está em Gn 4:1-7).
Mais uma vez é dos Salmos onde encontro refletida esta verdade: veja o Sl 24:3-4 e o Sl 64:10.
Continuarei refletindo sobre esta pequena narração evangélica, mas por ora, procuremos de coração e pessoalmente buscar o Senhor no seu santo templo para adorá-lo, pois é certo que ele nos vê e ouve.


(Escrevi esta série de quatro reflexões num momento em que nossa congregação ali no Sol Nascente estava em campanha para a aquisição do terreno para o templo e a publiquei originalmente no sítio ibsolnascente.blogspot.com no final de 2009.  Aqui eu a trago com as devidas contextualizações)


Leia mais sobre "A OFERTA DA VIÚVA":
Parte 2
Parte 3
Conclusão

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