A OFERTA DA VIÚVA - Parte 2
Na
semana passada comecei a refletir sobre a história da oferta da viúva observada
por Jesus e descrita de forma sucinta pelos evangelistas. A ênfase da
reflexão recaiu sobre aquilo que Jesus viu enquanto notava as ofertas sendo
entregues no santuário. Hoje quero continuar refletindo com base na mesma
narração procurando compreender como se mostra a contabilidade de Deus em
correlação à contabilidade humana.
Estou
bem consciente que minha especialidade não é na área de Ciências Contábeis –
sei que entre nós há alguns irmãos bem mais habilitados. Porém mesmo
nesta olhada leiga de temas contábeis, mas buscando aprofundamento nas verdades
bíblicas posso destacar duas diferenças fundamentais. Convido-os a
analisar comigo para depois também concluir.
Em
primeiro lugar a contabilidade de Deus não é baseada na aritmética nem é
estruturada a partir da arte de composição numérica. Ao chamar a atenção
de seus discípulos para a atitude daquela mulher, Jesus estava mostrando que o
mais importante não era a quantidade – o valor da moeda – da oferta. Deus
não soma e subtrai números procurando fechar empiricamente seu balancete, mas
considera e ama aquele que com simplicidade dá com alegria (veja 2Co 9:7).
Em
segundo lugar, Deus não baseia sua contabilidade numa relação causal, ou seja,
não está subordinado às leis de causa e consequência. Esta lei natural
foi dada a mulheres e homens (tanto em 2Co 9:6 quanto Gl 6:7). Deus, por
sua vez, age e contabiliza baseado em seu poder e seu amor e não está submetido
a lei alguma (compare Is 43:13 com 1Co 3:7).
Estas
duas constatações – e não são as únicas possíveis – devem me levar a pelo menos
três conclusões; e elas deverão me servir de base na hora trazer minha oferta
ao Senhor.
Dízimo
e oferta não é pagamento de dívida ou quitação monetária. É retribuição
de amor e gratidão pela graça favorecida (veja o que se propõe o salmista no Sl
116:12-19).
Concluo
também que minha oferta não deve estar vinculada ao registro de fatos passados
– materiais ou espirituais – numa relação de ativos e passivos contábeis.
É uma antecipação graciosa do futuro que está por vir (gosto em especial do que
Paulo disse Fl 2:13).
Também
importantíssima é a conclusão que chego de que oferta não é nem investimento
nem poupança nesta vida ou na vindoura. Primariamente é uma observância a
uma ordem direta: é um ato de fé e obediência (no AT lemos Ml 3:10 e no NT
Jesus fala em observar a benevolência sem omitir os ditames da lei em Mt
23:23).
Hoje
devemos refletir sobre a contabilidade de Deus e trazer nossas ofertas e
dízimos baseados naquilo que ele mesmo fez e faz por nós para sua glória
Na
próxima semana pretendo continuar refletindo ainda com base neste episódio.
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