Geralmente
eu primeiro escrevo os textos, releio o que escrevi para possíveis
correções – reconheço que algumas vezes erros me escapam – e,
depois, quando chega a hora de publicar aqui no Escrevinhando,
é que vou procurar uma imagem que ilustrar um pouco a ideia do que
foi escrito – ou simplesmente para não ficar “sem cor” a
publicação!
Desta
vez resolvi fazer o contrário. E a razão se justifica. Procurando
outras coisas na internet, acabei por encontrar esta imagem aí (no
sítio supercuriosos.com).
Então resolvi partir da imagem para a reflexão.
Reconheço
que a internet está bastante recheada de imagens e ilustrações das
mais diversas sobre o tema. Depois de cruzar com esta, tirei um
tempo e fui catar outras tantas – achei coisas interessantíssimas.
Mas como foi ela que primeiro me chamou a atenção, quero tomá-la
como ponto de partida aqui.
O
artigo na página respectiva é intitulado de: “Essas
são 5 das mais antigas pinturas de Jesus Cristo da história”
e foi postada em março de 2018 (mas só vi agora). Ali, esta imagem
é descrita como O
Bom Pastor
– uma
representação pouco habitual de Jesus Cristo, nesta pintura, Cristo
aparece com um carneiro nos ombros – um símbolo das almas que ele
salvou. Essa imagem foi encontrada nas Catacumbas de Calisto,
em Roma, e acredita-se que tenha sido feita em meados do século 3.
Algumas
observações a partir da própria descrição da imagem. Realmente,
Jesus Cristo é o nosso Bom Pastor. Ele foi e é o centro de nossa
fé. Representá-lo em imagens pode até ter um aspecto pedagógico,
em especial contextualizando seus traços e ministério, e isso não
é ruim. Mas sempre haverá um risco de descambar em idolatria. E
mais:
(a)
A representação é realmente pouco habitual. As imagens que se
popularizaram, principalmente no Ocidente cristão, costumam mostrar
um Jesus barbudo, sisudo, másculo, de feições pouco semitas. Aqui
Jesus mais parece um garoto romano (também não semita!). De
qualquer forma, não se tornou padrão.
(b)
Por falar em estilização, no Oriente o que se tornou padrão foram
os ícones de Jesus, chamados de Pantocrator – o Onipotente.
(c)
Chamou a atenção também a figura do carneiro. Jesus foi
apresentado por João Batista como o Cordeiro de Deus (figuração
que o Apocalipse vai reaproveitar). Mas aqui ele é quem carrega o
cordeiro. Acho que seria uma boa ilustração para Jo
10:11 e os
Sl 23:1 e Sl 100:3.
(d)
Sobre as almas que ele salvou, é bom notar que o tema da salvação
como resultado da ação exclusiva de Cristo em manifestar sua graça
já estava presente desde os primórdios da fé cristã.
(e)
Embora eu reconheça as situações sociais e embates que levaram os
primeiros cristãos a adorarem nas catacumbas, não deixa de ser
significativo que foi lá entre os mortos que algumas das marcas mais
duradouras da fé daqueles irmãos ficaram gravadas. Somente o
verdadeiro cristianismo (está na moda chamar de raiz!)
pode levar vida a um lugar onde jaz a morte.
Contudo, para
mim, o principal que evoca olhar imagens com o essa é trazer um
pouco mais de historicidade à minha fé e riqueza à minha herança
cristã e cultural. Que o Bom Pastor nos faça fieis a ele pois sei
ele nunca vai deixar que os lobos devorem seus carneiros.
SDG
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