O profeta Ezequiel estava vivendo os primeiros anos da deportação para a
Babilônia e apresentava uma mensagem de que a sentença de Deus estava selada e
que Jerusalém certamente cairia devido aos pecados nacionais.
No exercício do ministério profético, Ezequiel tinha consciência da
história e do contexto do povo. É sempre assim: um profeta enviado por Deus não
ignora a realidade para a qual ele foi chamado a pregar.
O profeta então partiu da citação da narrativa histórica para acusar
Jerusalém por seus atos abomináveis (Ez 16.2) e chamar Israel à
responsabilidade. E fez isso com acusações diretas (em segunda pessoa), usando
da figura da menina abandonada ao nascer.
A
narrativa começou lembrando que ninguém teve piedade de Jerusalém ao nascer,
pelo contrário, tiveram nojo (Ez 16.5).
E
continuou indicando que o Senhor, ao ver aquela menina em estado tão
deplorável, decidiu cuidar dela, lavando-a e ungindo com óleo (Ez 16.9). Porém
o mais importante foi que fez com ela um juramento e uma aliança. A implicação
dessa aliança era clara: “tu passaste a me pertencer” (v. 8).
Deus
não considerou a situação inicial em que Israel se encontrava, mas decidiu a
tornar muito bela, cheia de esplendor, elevando-a a realeza (Ez 16.13).
O
que aconteceu em seguida, contudo, foi que a menina – agora já mulher – colocou
sua confiança em sua própria beleza e fama (Ez 16.15) e passou usar de seu
encanto se prostituindo de forma abominável, edificando um “altar em cada canto
do caminho” (v. 25).
O
mínimo de decência moral e espiritual que se esperaria de uma cidade e povo que
foi tão bem cuidado e protegido por Deus seria que se lembrasse “dos dias da
tua juventude” (Ez 16.21). Mas não foi isso que aconteceu. O que restou foi o
lamento: “Ai, ai de ti!, diz o SENHOR Deus. Depois de toda a tua maldade” (v.
23).
0
que levou o profeta a duas constatações. Primeiro que “porque desprezou o
juramento e quebrou o pacto firmado com aperto de mãos, e ainda praticou todas
essas coisas; ele não escapará” (Ez 17.18). Ou seja, o erro sempre traz
consequências.
Também,
que mesmo ali Deus sempre se mostraria fiel, pois ele mesmo garantiu: “Mas eu
me lembrarei da minha aliança. Firmarei a minha aliança contigo, e saberás que
eu sou o SENHOR (Ez 16.60,62).
(Da revista “COMPROMISSO”
– Convicção Editora – Ano CXVII – nº 468)

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