sexta-feira, 1 de maio de 2020

É MEU DESCANSO


Música e devoção cristã sempre andaram lado a lado.  E cada geração da igreja soube cantar sua fé com melodias, ritmos e harmonias próprias de sua época e lugar.
Aqui não quero julgar ou avaliar cada música comparando-as com estilos de outras terras e tempos - não tenho nem o direito nem a competência para isso.  Reconheço que música boa e ruim sempre existiu.
Assim é que eu não tenho receio em afirmar que há muita canção boa nessa nova safra música cristã.  Gosto de chamar assim: nova safra de música cristã (e nova nessa frase se refere apenas a um ponto de vista de tempo).
Sim, há um sopro de frescor novo no que se canta agora em nossas celebrações.  E eu pessoalmente acho isso bom.
Entre essas músicas mais recentes, uma me chamou a atenção: a canção de Laura Souguellis Em teus braços é meu descanso.  Eu não tenho aqui muitos dados sobre a composição em si ou a compositora, mas acredito que qualquer boa pesquisa na internet pode fornecer tais informações - também é coisa do nosso tempo! (não vou me ocupar disso aqui).
A letra da canção consta de meia dúzia de frases apenas, as quais, em geral, quando incorporadas em nossas liturgias da nova safra, podem ser cantadas em looping incontáveis vezes.
E eu repito: não tenho nem o direito nem a competência para julgar a adoração de ninguém.
O que me chamou a atenção, porém, na primeira vez que a cantei foi exatamente a forma como a frase-título foi arrumada na métrica.  Confesso que meus ouvidos mais acostumados com os ditames da sintaxe da língua portuguesa estranharam o fraseado.  E foi isso que, curiosamente, me levou a mergulhar com mais atenção no que estávamos cantando.  Então acabei por gostar do cântico.
(Se os gramáticos me permitirem, acho que a inversão da oração com verbo de ligação ficou legal = adjunto adverbial + verbo de ligação + sujeito).
O importante.  Nessa canção eu declaro minha fé e confiança naquele que, com um amor perfeito, nunca me deixou - e nem vai deixar (a promessa de Jesus em Mt 28:20 vai nesse sentido).
E ainda que eu venha a descer ao vale, ainda assim eu não temerei mal algum pois ali eu acharei conforto no amor que me guarda (o Sl 23:4 já afirmava essa certeza).
Com essa certeza firme na mente e na alma eu então sou levado a reconhecer e afirmar que o lugar do meu descanso é bem ali naqueles braços.
Então só me resta adorá-lo - começando agora e se estendendo por toda a eternidade: aconchegado em teus braços está o quinhão do meu descanso.
Em teus braços é meu descanso.  Aleluia!

2 comentários:

  1. Excelente reflexão, como sempre! muto grato por compartilhar o sabor da teologia com poesia, para a renovação da esperança dos santos, para a glória de Deus! Forte abraço

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    1. Obrigado querido.
      A glória seja a Deus que nos acolhe com sua graça em seus braços eternos.
      Abr

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