sexta-feira, 9 de novembro de 2018

CULTUANDO COM NOÉ – 2ª parte


A adoração prestada por Noé é claramente um ato de celebração. E como tal configura-se em movimento completo e perfeito a ser analisado na busca de uma compreensão melhor de nossa adoração hoje.
Em primeiro lugar o que Noé ensina é que antes de tudo, deve prevalecer a atitude de prestar um culto a Deus (no que Jesus vai concordar em Mt 6:36). Logo ao sair da arca Noé ofereceu um holocausto em sacrifício ao Senhor. Antes de qualquer iniciativa o que deve ser prioridade em nossa vida e em nossa agenda tem que ser a adoração. Somente depois de ter estado diante do altar de Deus em adoração é que posso ir trabalhar em meus afazeres.
Observe ainda que o culto de Noé não se volta para a imensidão do vazio. Ele encontra eco no trono de Deus. Sei que culto é sempre um momento de encontro do humano com o divino. Deus vem ao encontro do cultuante. Sempre é assim: quando busco a Deus e lhe ofereço um sacrifício de louvor, ele vem e fala com quem lhe adora.
O perfume da adoração chega ao lugar sagrado e ali Deus é tocado. E mais, como demonstra a história do altar construído por Noé, um culto que é prestado com coração sincero e em santidade (animais e aves puros como diz Gn 8:20) sobe como aroma agradável. Deus fica satisfeito com o culto que recebe.
Esta constatação leva a uma outra compreensão da adoração. Quem tem que se satisfazer com o culto é o Senhor da Igreja, e não os membros. Ou seja, o culto e a adoração devem apaziguar o coração de Deus, pois somente para isso ele é prestado.
Com o coração divino satisfeito por causa da adoração que lhe foi prestada, Deus sempre se compromete com seu povo. Não que haja um condicionamento de uma coisa a outra. Deus é o Soberano Senhor e nada pode alterar esta realidade e quando ele decide agir ele o faz como quer (considere atentamente as palavras de Is 43:13).
A verdade contudo é que Deus tem prazer em abençoar os seus e por isso se compromete voluntariamente com quem lhe presta culto. Nosso Deus é um Deus que faz alianças, e o faz por sua livre e soberana decisão. Mas é na adoração que cada homem e mulher pode entrar em contato com as alianças divinas e delas participarem.
Além do encontro glorioso de Noé com seu Deus expresso na satisfação divina em aceitar o culto pelo cheiro agradável, o culto aqui demonstrado é uma grande celebração. É como se naquele momento o ser humano estivesse dizendo a Deus: o castigo, o caos e a desordem já passaram, agora junto com este Deus que providenciou libertação vou celebrar a nova vida que ele nos ofereceu.
Certamente ao se construir um altar para Deus com um coração assim, está-se também celebrando a certeza de que somente em Deus o mundo pode ser refeito.

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