terça-feira, 20 de novembro de 2018

Três perspectivas sobre a religião – ÉMILE DURKHEIM


A despeito do que previram vários pensadores clássicos, principalmente ligados ao Iluminismo e ao Positivismo, a religião no século XXI não está decadente nem em vias de se extinguir. Pelo contrário, o que se percebe com nitidez é que a espiritualidade, a busca pelo transcendente, e as diversas formas e manifestações religiosas estão cada vez mais em moda no ser humano secularizado e pós-moderno.
Somente esta constatação já justificaria a volta à leitura dos estudos clássicos sobre a Sociologia da Religião. Permita-me propor algumas leituras: Émile Durkheim; Karl Marx e Max Weber.

O francês David Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo. Entre suas principais obras estão: Da Divisão do Trabalho Social (1893), As Regras do Método Sociológico (1895) e O Suicídio (1987).
Também importante é seu escrito: Formas Elementares da Vida Religiosa, publicado originalmente em 1912, onde ele analisa o sistema totêmico na Austrália. Nele, Durkheim faz as seguintes colocações teóricas sobre a religião:

A força religiosa é apenas o sentimento que a coletividade inspira a seus membros, mas projetado fora das consciências que o experimentam.
Temos a impressão que nos relacionamos com duas espécies de realidades distintas, e que uma linha de demarcação claramente estabelecida separa uma da outra; de um lado, o mundo das coisas profanas, e do outro, o das coisas sagradas.
A religião surge nos estados de efervescência social, em que o tempo sagrado interrompe o tempo profano das atividades sociais e econômicas.

Para Durkheim, nada há nas coisas e relações sociais que possam ser intrínseca, necessária e essencialmente sagrados, mas os contextos sociais e os valores que se dão a eles é o que tornam sagrado e religioso. Sendo assim, a religião funciona como um dado social que é útil para que a organização social possa funcionar a contento.
Assim é que neste mundo secularizado, a religião continua vívida pois ainda pode fornecer um mínimo de elemento agregador e sentido de valor à sociedade e aos indivíduos que dela fazem parte, principalmente neste tempo de pós-modernidade desagregadora.

Leia ainda sobre Karl Marx e Max Weber.


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