terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Três perspectivas sobre a religião – MAX WEBER


O último dos pensadores é o alemão Karl Emil Maximilian Weber, mais conhecido como Max Weber (1864-1920). Além de jurista, filósofo e economista, ele é considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia. Entre suas principais obras consta: Economia e Sociedade (1920 – obra póstuma), A Ciência como Vocação (1917) e A Política como Vocação (1919).
Sobre o tema da religião ele escreveu um livro especifico: A Ética Protestante e o Espírito Capitalista, publicado pela primeira vez em 1904 e revisado pelo próprio autor em 1920. Nesta obra ele aborda o tema da religião percebendo-a a partir “das relações entre o moderno éthos econômico e a ética racional do protestantismo ascético”, nas palavras do próprio Weber.
Convém frisar que, na compreensão de Weber há uma escala valorativa na graduação religiosa, não da primitiva à mais evoluída como entendia Durkheim, mas das mais simples – ou simplórias – às mais elaboradas e sofisticadas. E como exemplo máximo de uma manifestação religiosa completa, elaborada e que responde adequadamente ao ser humano em seu atual estágio de evolução, ele cita o protestantismo calvinista de tendência puritana como ele conheceu no norte do Europa.
Abordando esta manifestação religiosa como paradigma para a religião ideal, Weber trata da relação entre as figuras do sacerdote que ele considera como “aqueles funcionários profissionais que, por meios de veneração, influenciam os deuses, em oposição aos magos, que forçam os 'demônios' por meios mágicos”, e a figura do profeta que seria “o portador de um carisma puramente pessoal, o qual em virtude de sua missão, anuncia uma doutrina religiosa ou um mandamento divino”.
Neste sentido, o sacerdote e o profeta estão em oposição ao mago que, não estando submetido a instituição alguma apenas busca manipular as realidades espirituais em benefício próprio. Ou seja, a vocação pessoal distingue o profeta do sacerdote, este representa a tradição e aquele a ruptura, enquanto que o profeta “se distingue do mago pelo fato de que anuncia revelações substanciais e que a substância da sua missão não consiste em magia mas em doutrina ou mandamento”.
Então, observando os papéis do sacerdote e do profeta como elementos instigadores e necessários para uma correta religião que estimule a ascese e a vida moralmente correta, ela poderia fornecer os elementos de estabilização e ousadia adequado para estes tempos fluidos no qual estamos vivendo.

Leia ainda sobre Émile Durkheim e Karl Marx.

Nenhum comentário:

Postar um comentário