A
Grande Comissão deixada por Jesus – e registrada por Mateus em Mt 28:19-20 –
impõe claramente a responsabilidade de fazer discípulos. Essa foi uma parte fundamental da missão do
Mestre enquanto viveu aqui em homens e mulheres nessa Terra. E foi isso que ele incumbiu de seus
seguidores continuarem fazendo.
A frase é clássica mas
continua verdadeira: para o discipulado é que fomos chamados.
Então, por falar em
discipulado, vamos ver quatro atitudes costumeiras que me parecem fundamentais
em como Jesus cuidou da mentoria (essa palavra está na moda!) e qualificou a
sua equipe de elite.
E antes que me cobrem
outra coisa: vou apenas, nestas linhas que seguem, tentar detectar sinais que
apontem numa direção, o aprofundamento deve sair como consequências das
próprias observações.
Em primeiro lugar
Jesus andou com seus discípulos. Ou
penso que ficaria melhor dizer, ele caminhou, ou perambulou. Todo o projeto de discipulado de Jesus não
apenas começou em ele caminhar, e no trajeto encontrar seus seguidores (é assim
mesmo que os Evangelhos narram o chamado ao discipulado em Mt 4:18-22 e Mc
1:16-20). A partir daí, Jesus continuou
andando e discipulando – uma coisa implicava na outra.
Foi enquanto andava
que o Mestre encontrou um cego de nascença e, além de o curar, ensinou sobre a
graça divina e a responsabilidade do discípulo diante dela (veja em Jo
9:11-7). Andando Jesus explicou e
aprofundou seus ensinamentos (como em Mt 13:10-11). Ainda andando ele avaliou a fé e o discernimento
dos seus seguidores (leia em Mt 16:13).
O discipulado se faz
caminhando.
Jesus também contou
histórias – estamos acostumados a chamá-las de parábolas. E aqui as citações dos Evangelhos são
inúmeras. Desde as pequenas referências
sobre o Reino de Deus (como Mc 4:30-32) até as grandes e conhecidas narrativas
(quem não se lembra do filho pródigo em Lc 15:11-32!?).
O discipulado se faz
contando casos.
Outro aspecto do que
Jesus fez enquanto entre os seres humanos foi celebrar com eles suas datas e
eventos. Pode parecer um detalhe
dispensável, mas é impressionante como os Evangelhos têm cuidado em situar o
Mestre sempre em meio as celebrações do povo.
Foi numa celebração de casamento que Jesus operou seu primeiro milagre
(João diz isso em Jo 2:1-12). O Mestre
estava lá enquanto o povo comungava, celebrava, velava seus mortos, sorria,
chorava.
O discipulado se faz
em meio a celebrações relevantes.
Em por fim, um quarto
aspecto e que eu certamente jugo dos mais importantes. O projeto de discipulado e mentoria de Jesus
sempre se deu em meio a comida e bebida.
Alguns dos mais preciosos momentos e mais significativas lições se deram
enquanto Jesus comia com os seus.
Entre seus vários
milagres, ele cuidou da bebida (já citei o primeiro milagre) e deu de comer às
multidões (confira Mt 14:17 e 15:36).
Seus pés foram ungidos enquanto comia (leia em Jo 12:2-3). A mulher siro-fenícia encontrou o que buscava
ao se dispor a comer as migalhas da mesa do Mestre (em Mc 7:28). Em Emaús, somente diante da comida é que os
olhos dos discípulos foram abertos (em Lc 24:30-31).
E isso sem falar na
própria Ceia instituída como uma refeição litúrgica a ser repetida e comida
enquanto se celebra a vida e morte do Mestre (leia Mt 26:26).
O discipulado se faz
adequadamente diante de uma mesa de refeição.
As instruções de Jesus
são claras: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (Jo 20:21). Que o nosso discipulado também aconteça como
o de Jesus: caminhando, contado histórias, celebrando e comendo. Junto ao Mestre e para glória dele.
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