terça-feira, 6 de novembro de 2018

CULTUANDO COM NOÉ – 1ª parte


O texto bíblico diz que o patriarca Noé executou as ordens exatamente como Deus predeterminou; então o dilúvio aconteceu; e somente aqueles que entraram na arca foram salvos.
Depois de passado o dilúvio com suas chuvas e todo o movimento das águas, Noé e sua família puderam descer da arca e liberar os animais que com eles foram preservados.
Aqui faço o destaque inicial: depois que saiu da arca a primeira previdência de Noé foi construir um altar e sobre ele oferecer em holocausto animais e aves puros. Diante de algo tão extraordinário, a atitude mais necessária e primordial a se tomar seria apresentar sacrifícios de louvor ao Deus salvador.
Mais tarde o salmista haveria de conclamar a todos a repetirem o gesto: Que eles ofereçam sacrifícios de ação de graças e anunciem as obras com cânticos de alegria (Sl 107:22).
A fumaça produzida pela queima da oferta subiu até Deus: O Senhor sentiu o cheiro (Gn 8:21). Posso visualizar a cena em que Noé constroi um altar, sobre ele coloca as vítimas, sacrifica-as e acende o fogo sobre o holocausto. Mesmo não fazendo uma leitura literal da narração, é possível continuar visualizando a fumaça subindo e Deus, do seu trono celeste, percebendo o culto que a ele era prestado.
É esta percepção divina – e sua reação à mesma – que vai merecer maior destaque. O texto diz que para Deus isso foi como um cheiro suave (ou aroma agradável).
Claramente vejo no texto que o culto e adoração oferecida por Noé ultrapassou os limites terrenos e, mais que isso, o holocausto queimado no altar agradou a Deus.
A expressão cheiro suave vai ecoar mais adiante na narrativa bíblica (na lei em Êx 29:18; na profecia em Ez 20:40-41 quando Deus declara aceitar o culto de Israel como um incenso aromático e Paulo em Ef 5:2 vai se referir ao sacrifício de Cristo como um aroma agradável oferecido a Deus).
O que aprendo no episódio do altar erguido por Noé e com o holocausto queimado é que tal adoração foi satisfatória para Deus. Depois do ato punitivo de Deus com o dilúvio, agora o coração do Senhor se mostra apaziguado e satisfeito por que aquele homem fiel e obediente estava lhe oferecendo um culto de gratidão, sincero e santo.
O cheiro que subiu do altar levou a adoração de Noé até a morada divina e lhe tocou profundamente. Sabemos que Deus é imutável (leia em Ml 3:6), mas a adoração de Noé satisfez de tal maneira o coração de Deus que ele se comprometeu em jamais destruir os seres vivos com outro dilúvio:
Estabeleço uma aliança com vocês:
Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio;
nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra
.
(Gn 9:11)
Com a fumaça que subiu da adoração de Noé, Deus se agradou e decidiu se pactuar com suas criaturas. O final desta história é a citação de que um sinal foi posto no céu como demonstração visível daquilo que o Senhor tinha falado (registrado em Gn 9:17).

Leia a segunda parte aqui (link - 2ª parte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário