sexta-feira, 16 de novembro de 2018

NO ANO EM QUE MORREU O REI


No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; 
e o seu séquito enchia o templo.         
A profundidade da adoração de Isaías é significativa e tocante para nós hoje (vou tomar como base o texto de Is 6). Seu desenrolar se apresenta como um modelo de ordem de culto que precisa ser examinado e seguido, por expressar uma adoração abrangente o suficiente pois agrada a Deus e refaz o cultuante.
Tudo começa quando a presença de Deus acontece. É verdade que Deus é espírito transcendente e jamais pode ser visto pelo ser humano pois o brilho de sua glória o mataria (isso ele disse a Moisés em Êx 33:20). Mas também é verdade que por seu amor Deus se revela àqueles que o aceitam (note que Jo 1:18 tem o seu sentido completado com as palavras do verso 14).
A presença de Cristo é prometida para o meio da sua igreja (tanto em Mt 18:20 como em 28:20). É esta presença que transforma uma reunião qualquer em um culto e em adoração a Deus. Ou seja, para que, juntos, um grupo de crentes adore ao Senhor, é imprescindível que experimentem, pela fé, a presença gloriosa de Deus.
Estando envolvido nesta presença, por ter vivenciado o encontro com Cristo, a adoração tem que necessariamente se iniciar com o louvor e o reconhecimento da glória e da santidade de Deus. Este momento inicial do culto tem que gerar contemplação, admiração e reconhecimento do mistério e da graça envolvidos na revelação divina e no ato de adorar. Somente num culto que se inicia glorificando ao Senhor por sua santidade é que o espiritual e sobrenatural de Deus poderão ser vivenciados.
Tendo reconhecido e expresso a glória de Deus em adoração, a visão do cultuante deve voltar-se a sua própria condição finita. Neste momento, o terror pelo pecado e morte sobressai (lembre que nada está oculto a Deus com é dito no Sl 139).
Um culto verdadeiro traz sempre à tona pecados e imperfeições. Mas quem adorou o Senhor pela sua santidade, também reconhece seu amor leal e sabe que se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1Jo 1:9).
Por isso, adoração deve incluir confissão. E a confissão sincera produz arrependimento e purificação. O mesmo verso da epístola de João citado já diz que Deus é fiel e justo em purificar toda nossa injustiça. Quando cultuamos ao Senhor em sua santidade e isto gera confissão, o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado (1Jo 1:7).
O cancelamento das penas aplicáveis pela justiça divina ao pecado é o resultado da graça que vem a nós pelo sangue do Cordeiro. Isto é experimentado de maneira eficaz na celebração do culto e também deve produzir mais louvor e dedicação.
Tomando como base o culto de Isaías, apenas mais uma parte precisa ser citada. O culto, como encaminhamento final, desafia o adorador a anunciar a palavra de Deus. Quando adoramos ao Senhor Santíssimo e experimentamos seu amor misericordioso e perdoador em nossa vida – que é a essência do encontro com Deus expresso no culto – somos compungidos a levar sua mensagem e anunciar suas grandezas (este objetivo pode ser lido em 1Pe 2:9).
Como modelo de culto, temos então uma adoração que deve começar invariavelmente com o louvor da glória de Deus; deve fazer com que pecados sejam confessados para serem purificados; e de maneira igual deve necessariamente resultar em um espírito evangelístico e missionário – só assim a culto poderá ser considerado concluído e aceitável ao Senhor.



2 comentários:

  1. Como sempre uma mensagem abençoadora. Parabéns colega!

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    1. Obrigado querido.
      A glória seja unicamente àquele que é absolutamente santo.

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