No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono;
e o seu séquito enchia o templo.
A
profundidade da adoração de Isaías é significativa e tocante para
nós hoje (vou tomar como base o texto de Is 6). Seu desenrolar se
apresenta como um modelo de ordem de culto que precisa ser examinado
e seguido, por expressar uma adoração abrangente o suficiente pois
agrada a Deus e refaz o cultuante.
Tudo
começa quando a presença de Deus acontece. É verdade que Deus é
espírito transcendente e jamais pode ser visto pelo ser humano pois
o brilho de sua glória o mataria (isso ele disse a Moisés em Êx
33:20). Mas também é verdade que por seu amor Deus se revela
àqueles que o aceitam (note que Jo 1:18 tem o seu sentido completado
com as palavras do verso 14).
A
presença de Cristo é prometida para o meio da sua igreja (tanto em
Mt 18:20 como em 28:20). É esta presença que transforma uma
reunião qualquer em um culto e em adoração a Deus. Ou seja, para
que, juntos, um grupo de crentes adore ao Senhor, é imprescindível
que experimentem, pela fé, a presença gloriosa de Deus.
Estando
envolvido nesta presença, por ter vivenciado o encontro com Cristo,
a adoração tem que necessariamente se iniciar com o louvor e o
reconhecimento da glória e da santidade de Deus. Este momento
inicial do culto tem que gerar contemplação, admiração e
reconhecimento do mistério e da graça envolvidos na revelação
divina e no ato de adorar. Somente num culto que se inicia
glorificando ao Senhor por sua santidade é que o espiritual e
sobrenatural de Deus poderão ser vivenciados.
Tendo
reconhecido e expresso a glória de Deus em adoração, a visão do
cultuante deve voltar-se a sua própria condição finita. Neste
momento, o terror pelo pecado e morte sobressai (lembre que nada está
oculto a Deus com é dito no Sl 139).
Um
culto verdadeiro traz sempre à tona pecados e imperfeições. Mas
quem adorou o Senhor pela sua santidade, também reconhece seu amor
leal e sabe que se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça
(1Jo 1:9).
Por
isso, adoração deve incluir confissão. E a confissão sincera
produz arrependimento e purificação. O mesmo verso da epístola de
João citado já diz que Deus é fiel e justo em purificar toda nossa
injustiça. Quando cultuamos ao Senhor em sua santidade e isto gera
confissão, o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o
pecado (1Jo 1:7).
O
cancelamento das penas aplicáveis pela justiça divina ao pecado é
o resultado da graça que vem a nós pelo sangue do Cordeiro. Isto é
experimentado de maneira eficaz na celebração do culto e também
deve produzir mais louvor e dedicação.
Tomando
como base o culto de Isaías, apenas mais uma parte precisa ser
citada. O culto, como encaminhamento final, desafia o adorador a
anunciar a palavra de Deus. Quando adoramos ao Senhor Santíssimo e
experimentamos seu amor misericordioso e perdoador em nossa vida –
que é a essência do encontro com Deus expresso no culto – somos
compungidos a levar sua mensagem e anunciar suas grandezas (este
objetivo pode ser lido em 1Pe 2:9).
Como
modelo de culto, temos então uma adoração que deve começar
invariavelmente com o louvor da glória de Deus; deve fazer com que
pecados sejam confessados para serem purificados; e de maneira igual
deve necessariamente resultar em um espírito evangelístico e
missionário – só assim a culto poderá ser considerado concluído
e aceitável ao Senhor.
Como sempre uma mensagem abençoadora. Parabéns colega!
ResponderExcluirObrigado querido.
ExcluirA glória seja unicamente àquele que é absolutamente santo.