sexta-feira, 25 de maio de 2018

EU JÁ FIZ MINHA ESCOLHA – 2ª parte


Continuemos com a análise. Agora nos detendo mais na expressão de Josué. Tive o cuidado de observar o texto em hebraico que tenho em mãos e me chamou a atenção o uso enfático do pronome de primeira pessoa: EU. Seja qual for o encaminhamento que se dê à sentença, tudo começa com a determinação do sujeito.
Pois bem, seguindo na linha de interpretação que temos adotado, Josué fez uma escolha. Diante das opções que se lhe descortinavam e baseado nas ações de Deus na história, o líder tomou a iniciativa, foi em frente e assumiu os encargos da decisão: sou eu, eu mesmo, e não outro. Isto é autoridade moral.
Somente quem tem tal autoridade empenhada pelo exemplo e credibilidade costurada pela caminhada pode se colocar na posição de protagonista da história familiar e se postar como padrão e modelo (entendo que as palavras de Paulo em Fl 3:17 podem ser lidas também nesta mesma linha de raciocínio).
Josué definiu sua escolha a partir de si mesmo. Isto colocou sobre seus ombros as responsabilidades da decisão. Como chefe de sua casa, ele não esperou que ninguém mais a conduzisse no serviço ao Senhor. Nem ficou apenas esperando que tal bênção lhe fosse atribuída como por encanto.
A lição de Josué que a mim fica demonstrada nesta disposição em primeira pessoa é que, se anseio e tenho o sonho de ver toda a minha casa rendida aos pés divinos, eu preciso pessoalmente tomar o encargo de assim conduzi-la. E tem mais. Só posso cobrar dos meus submissão e serviço ao Senhor se tal atitude já for padrão incontestável em minha vida.
Penso que o problema de viver tomando posse de promessas e declarações de bênção apenas é se eximir da responsabilidade. É mais cômodo esperar que seja feito que se dispor a fazer! Parece-me que ainda é indispensável a esta atual geração de líderes e crentes reassumir pessoalmente o papel de liderança moral diante de nossas famílias para que elas sejam colocadas no altar.
E então, o que começou comigo, chega a minha casa. Não deixa de ser curioso que, naquele momento de encruzilhada na história da nação de Israel, Josué tenha colocado como alicerce de sua escolha a sua família, não uma coletividade maior, e nem sequer mesmo a própria nação.
Fica difícil determinar se ele fez tal implicação propositadamente ou não. Mas também não vem ao caso aqui. A lição bíblica é esta. Ao colocar sua casa como seu foco de escolha ele deixou um inestimável ensinamento: somente com famílias servindo ao Senhor teremos um povo encaminhado na trilha correta.
Poderíamos dizer que Josué citou sua casa porque é sobre quem teria autoridade. Não me parecer ser o caso. Ele chefiava Israel e poderia impor o culto ao Senhor e a exclusão dos deuses antigos e locais. Porém, como já apontamos lá em cima, esta não seria uma decisão a se impor, mas uma escolha a ser feita consciente e responsavelmente. E começaria pela própria casa do líder, como padrão e modelo.
Como efeito de círculos concêntricos, a escolha que começou com Josué deveria ser padrão para sua casa para, só então, influenciar a sociedade e a nação.
(Da revista "EDUCADOR" – ano XXII – nº 85 – 2T14)

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