terça-feira, 29 de maio de 2018

CineOrquestra


Na última quinta-feira voltei ao teatro para acompanhar mais uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Sergipe, mesmo com protestos e greves, deu para chegar cedo e conseguir um bom lugar para sentar: boa visão e boa audição garantidas, foi só esperar começar a música.
E frise-se, o Teatro Tobias Barreto estava lotado. Inclusive com a presença de muita gente nova que foi assistir a orquestra pela primeira vez – é claro que o repertório da noite ajudava: Trilhas de grandes filmes de Hollywood – excelente proposta!
Com o programa na mão – aquela folha de papel com letras pequenas num papel escuro onde pouco ou quase nada se consegue enxergar e ler, no teatro devidamente escurecido para privilegiar o palco!
Então, com o programa na mão, chega o momento de curtir o som! – não sei se esta expressão se coaduna com a circunstância, mas vai lá…
Iniciada a apresentação, já com a presença dos músicos no palco, o maestro Guilherme Mannis, que dirigiu a noite, deu as boas vindas, fez os agradecimentos de praxe e comentou rapidamente o repertório daquela noite. Assim, ouvimos:

  • Jaws suíte, do filme “Tubarão” – de John Williams. Um clássico eterno. Uma escolha acertada para iniciar a noite.
  • Também de John Williams: Jurassic Park’s theme. A melodia facilmente ajuda a começar a trazer imagens de cinema à mente – A noite promete!
  • De Bernhard Herrmann: Psycho suíte, do filme “Psicose”. Mesmo quem nunca assistiu a obra de Alfred Hitchcock consegue sentir o pavor provocado pelas cordas da orquestra.
  • Voltando a John Williams: Superman March, do filme “Super homem”. O comentário ouvido foi que até dava sentir Clark Kent chegando à Fortaleza da Solidão.
  • E mais: Raider March, do filme “Indiana Jones e os caçadores da arca perdida”. As aventuras do arqueólogo aventureiro são inesquecíveis.

(Um intervalo – até para os músicos tomarem fôlego pois as peças até aqui exigem muito deles)
Segue o concerto:

  • Do compositor italiano Ennio Morricone: The Ecstasy of Gold, do filme “Três homens em conflito”. Não conhecia o filme, nem tinha referências. Mas a música me reportou na hora a um bom faroeste. E veja que a primeira coisa que aparece pesquisando no Google é Clint Eastwood!
  • Voltando a John Williams, Star Wars – Marcha imperial e Sala do Trono. Peça indispensável com direito até a sabre de luz no lugar da batuta do maestro.
  • Mais: Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, suíte. Confesso que aqui eu me perdi um pouco durante a execução da música. Também essa franquia nunca foi muito do meu agrado.
  • E para terminar. De Kaus Badelt: Piratas do Caribe medley, do filme “A maldição do Pérola Negra”. É como se estivesse embarcando e navegando sob o comando do pirata Jack Sparrow.
  • Com direto ao bis: Aqui sem maiores dados, o tema do novíssimo Vingadores. Meu filho ao meu lado abriu um sorriso indisfarçável!

Mas é mais que isso: é música!
Sem mixagem, sem edição. Não eram efeitos sonoros ou tema subliminar. A música está ali acontecendo. É por isso – também – que gosto de ir ver a Orquestra ao vivo: a música, o som, a arte está ali. E não há tecnologia que substitua a alma do artista.
E deu até para entrar na música por ela mesma. Claro que num repertório como o CineOrquestra as sensações, lembranças e referências são tomadas pelo turbilhão de imagens que pipocam na cabeça com a evocação dos respectivos filmes. É inevitável não se deixar levar por Indiana Jones fugindo dos nazistas ou não embarcar no Pérola Negra – e isso é muito bom!
Mas repito: é mais que isso, é música! E foi possível um pouco mais que lembranças de películas.
Foi bom ouvir a música como arte singular. E até perceber detalhes e nuances das próprias músicas que certamente passaram despercebidos enquanto o foco ficava no enredo dos filmes – naturalmente.
Valeu a noite no teatro.
Parabéns Orquestra Sinfônica de Sergipe.

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