Quinta
parte das considerações sobre o livro Compromiso y Misióin de Orlando Costas, publicado em 1979.
Mais
um aspecto da missão é o crescimento integral. Costas observa: “no
Novo Testamento, a ação do Espírito Santo se orienta sempre ao
crescimento” (p. 77). Mas crescimento é um conceito multiforme.
O crescimento cristão, fruto da missão, é inicialmente em largura:
usando a figura da plantação, o ideal do crescimento em largura nos
fala de crescimento numérico, e isto quer dizer: semeadura, cultivo,
poda para somente depois haver colheita. Costas aqui expõe a idéia
de que a missão não está restrita a um método qualquer que seja –
como se fosse uma “vaca sagrada” – nem à igreja institucional
– “como se o Espírito Santo estivesse sociologicamente atado à
igreja e ao que ela poderia lograr” (p. 89).
Outro
aspecto do crescimento é em profundidade. E para isto foi que o
Senhor da missão dotou a igreja de habilidades especiais (Efésios
4:11-16). Compreendendo-se a idéia de crescimento integral em
profundidade como missão da igreja observamos que esta deve ser:
Conceitual, experiencial e orgânica. A profundidade conceitual
implica “ampliar a própria compreensão da fé e da vida cristã e
começar a correlacionar todos esses fatos, históricos e teológicos,
acerca da pessoa de Cristo, com nossas respectivas situações
vitais” (p. 93). O crescimento experiencial desafia-nos a conhecer
a Cristo no serviço voluntário àqueles que estão a precisar –
como Jesus que veio para servir e não para ser servido. O terceiro
aspecto do crescimento em profundidade é orgânica que no leva ao
desafio da koinonia – a comunhão que deve haver na comunidade, no
“celebrar, compartilhar e orar em comum” (p.99). Costas insiste
que esta “não é uma questão periférica” (p. 100).
Por
último o crescimento integral deve ser em altura, o que aponta para
o fato que o cristão é um povo para os demais. Costas afirma: “a
fé cristã é pessoal; não é uma fé individualista” (p. 103).
O crescimento em altura requer que a igreja se saiba como um povo que
celebra a Cristo no meio dos povos; e é exatamente para isto que ela
está aí, para ser uma comunidade sacramental que enquanto cultua
busca produzir nossas realidades históricas no meio onde está
inserida. Viver a fé em Cristo é cultuá-lo e isto quer dizer
glorificar a Deus que por sua vez implica num testemunho eficaz no
meio do povo. A liturgia cristã deve ser gerada num contexto de
crescimento integral em altura para todos. Costas observa o exemplo
de católicos e ortodoxos que “percebem com razão uma
inter-relação muito perto entre culto e testemunho” (p. 110).
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