O culto
cristão é uma manifestação humana de reconhecimento de sua pequenez e finitude;
mas também é um culto que reconhece quem é o seu Deus e como ele almeja ser
adorado. Historicamente, o culto cristão
é herdeiro do culto no Antigo Testamento e o Deus cultuado em Jesus Cristo é o
mesmo que se revelou nas páginas do Antigo Testamento e que desde os antigos
pais fez um pacto com o ser humano.
Tendo como absolutamente verdadeiras estas assertivas, então não é
errado se concluir que o culto prescrito no AT é modelo para o culto que
seguirá a partir do NT; e que o Deus reverenciado então pode ser descrito como
os mesmos atributos do Cristo reverenciado agora.
Deus se
revelou primeiramente aos pais com um termo genérico – sem dar a conhecer o seu
verdadeiro nome – e é assim que é reverenciado e cultuado: o El Elion, o El Shadday, Deus Todo-Poderoso que encarna seu poder no Filho. O Deus que é Elohim, um Deus plural e majestático e que, por isto, reclama para
seu Filho o reconhecimento de sua realeza na concretização do Reino de Deus. Um Deus plural revelado no Pai, encarnado no
Filho e manifestado no Espírito Santo, mas em hipótese alguma não mais de um
Deus e sim um Deus único, com um nome único e verdadeiro, que se fez revelado e
que precisa ser cultuado e reverenciado.
No mundo
antigo, os nomes eram compreendidos como uma extensão e manifestação exata do
ser que era nomeado. Assim a pergunta
sobre o nome de Deus é a pergunta sobre a pessoa de Deus, suas características
e sua essência. Ao revelar seu
verdadeiro nome para os filhos de Israel e com eles firmar um pacto, Deus está
dando-se a conhecer por completo e confirmando que ele é o que seu nome
exprime: YHWH – ou com as vogais propostas: Javé – Aquele que é! Aquele
que é o Senhor dos exércitos de Israel!
Aquele que é um! Javé será o
único Deus para Israel e Israel será possessão eterna para Javé. Assim, Javé, o Santo de Israel, exige que os
seus o adorem com exclusividade e santidade.
É nesta
perspectiva que o nome revelado é atribuído a Jesus – o único que pode possuir
todos os predicados necessários para portar este nome. Jesus é o Javé encarnado; e adorar a Jesus é
adorar a Javé, cultuar com santidade a regozijo a Jesus é cultuar com santidade
e regozijo a Javé. Ele foi cantado e
reverenciado em sua entrada triunfal em Jerusalém (Lc 19:38), um prenúncio da
glorificação final que caberá somente a ele.
Montado em um jumento, Jesus recebeu a adoração nas palavras do Salmo
118:26:
Bendito aquele que vem em nome do Senhor!
ברוך הבא בשם יהוה
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