Na semana passada eu republiquei
uma reflexão bíblica que havia escrito em 2010 sobre a experiência dos amigos
do profeta Daniel intitulada Com o Quarto
Homem (leia aqui). Desde então, uma expressão que
coloquei naquele texto tem voltado às minhas ideias como uma bolinha de
ping-pong – elas vão e voltam: a tal da portabilidade religiosa. E sobre ela quero aqui compartilhar um pouco
do que está pingando na minha cabeça.
Devo começar constatando que hoje
em nosso Brasil em particular, e no chamado ocidente cristianizado moderno em
geral, já não é crime nem absurdo qualquer ser humano simplesmente decidir
mudar de religião. É, de certa forma,
até natural ver alguém se assumindo:
— Antes eu seguia aquela doutrina, agora me converti e sigo uma nova
fé!
E é bom que seja assim. Um pouco se deve ao rico legado cristão que
oferecemos à nossa cultura. Mas isso é
outra discussão que não vou me ater por agora – quem sabe em um outro
momento...
Também sei que, enquanto escrevo
estas palavras na intenção de publicá-las com toda liberdade, a alguns não está
sendo dado o direito de escolher sua fé e professá-la com a mesma liberdade e
dignidade. O que já é outra discussão e
acho que devo igualmente me resguardar para analisar em outra ocasião...
Olhando por este ponto de vista, a
liberdade de poder escolher de modo consciente, responsável e desimpedido a
religião que pretendo abraçar e seguir seus preceitos e ditames sem que isso me
cause constrangimento de qualquer espécie – e quantas vezes me for adequado – é
sinal de uma sociedade saudável.
Afinal, sobre a minha religião,
suas implicações e doutrinas, convicções e cultos cabe a mim e ao meu Deus
somente avaliar e julgar. E se este é um
valor precioso que defendo como princípio de minha fé, então é imperioso que eu
o estenda a todo e qualquer ser humano como direito básico.
Abrindo um parêntese: sou crente
batista e o princípio da liberdade religiosa faz parte da estrutura doutrinária
fundamental da minha crença.
Outro: não sou alienado para
desconsiderar a realidade que toda decisão pessoal, inclusive religiosa, traz
implicações sociais e históricas em seu bojo que não posso desconsiderar em
hipótese alguma. Fecho o parêntese.
Mas, voltando às ideias sobre a
portabilidade religiosa, tudo o que é bom pode ser estragado (infelizmente). Os tempos em que vivemos distenderam o
conceito de conversão e portabilidade religiosa a um ponto tal que em muitos
casos já o esgarçou. Hoje se troca de fé
ou de igreja não por convicção ou convencimento; mas por conveniência pura e
rasa. E isso é ruim!
Migra-se de religião e de
comunidade de fé como quem troca o recheio do sanduíche na lanchonete da
esquina. Adere-se a nova formulação
espiritual como quem opina sobre o último modismo ou tendência. Negocia-se com a doutrina como quem escolhe
um produto no supermercado. Fala-se de
sacerdotes como quem fofoca sobre um pop star.
E a vida vai-se diluindo.
Uma religiosidade moderna (pós?)
assim, carece de experiências profundas como as Agostinho de Hipona; convicções
inabaláveis como as de Francisco de Assis; disposições firmes como as de
Martinho Lutero ou engajamento consequente como o de Albert Schweitzer. Homens que ao longo da vida foram levados a
conversões religiosas, mas que fizeram de tais portabilidades apenas
instrumento de crescimento para si e para suas comunidades. E por isso mesmo nos deixaram tão rica
herança.
Volto a dizer – pingando mais uma
vez a bolinha das ideias – que bom que a portabilidade é possível! E se não fosse eu bem que honraria minha
herança e lutaria por ela. Mas que ela
não empobreça meu espírito.
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. (Atos 17:24-28).
ResponderExcluirAcho que independente da sua religião, se você crer em um Deus vivo e faz o bem, é isso que importa.
ExcluirBoa palavras!
Deus acima de tudo
Concordo com o texto, estamos vivendo momentos de muitos "religiosos" e poucos "cristãos" verdadeiros, alguns por modismo, outros por interesse, mas poucos realmente se voltam a Deus, e acredito meu amigo que nos próximos anos a tendência da "moda" será o ateísmo e muitos se desligarão de Deus e confesso que não sei como isso vai terminar, vamos orar !
ResponderExcluirEmbora isso seja verdadeiro: infelizmente estamos caminhando para um ateísmo, e talvez a culpa seja de muitos de nós que se dizem cristãos pois falta compromisso com a essência dos ensinamentos do Mestre, mas ainda acredito que embora haja males na troca desenfreada de confissões religiosas este é um valor que que não podemos desprezar.
ExcluirEm todo caso, o certo é não desistir. Vamos orar!
Faz parte dos fim dos tempos, Jesus já tinha nos alertado.
ResponderExcluir“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência”. – (I Timóteo 4:1-5)
Que as palavras bíblicas continuem sendo um farol para nortear nossas convicções religiosas.
ExcluirConcordo com o Autor. Infelizmente a conduta de muito cristãos também acaba levando para esse rumo. Estão transformando o Cristianismo em moda para satisfação do próprio ego.
ResponderExcluirInfelizmente este é o risco que corremos com a nossa liberdade de fé. Mas o erro de alguns não deve nos fazer abdicar de nossas crenças mais significativas e profundas.
ExcluirE que o Senhor nos conceda mais de sua liberdade.
SDG
Gostei do texto, bem explicativo e com bastante informações..
ResponderExcluirAlguém aqui joga em loterias? é pecado? eu jogo na loteria Tri Legal, é uma loteria da minha cidade.
Não importa a religião, o que importa é pregar a verdade e amar a Deus de todo coração..
ResponderExcluirhttp://www.resultadotrilegal.com/
Realmente o que importa é a pregação e o compromisso com a verdade e o amor a Deus - concordo plenamente com essa premissa.
ExcluirQuanto a não importar a religião, acho que aqui teremos uma contradição de termos.
Mas de qualquer forma, obrigado pela contribuição.
Abr.
Deus é bom!
ResponderExcluirLoterias.
Em todo tempo Deus é bom!
ExcluirO Senhor é maravilhoso, pena daqueles que não creem nele, não sabe o que fazem. Eu creio e sei que é nosso único salvador. Amém.
ResponderExcluirSorteio Loterias
Amém querido. Glória ao Senhor.
ExcluirEu também sei em quem tenho crido e estou bem certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia.
Abr.
Eu creio no único Deus vivo, o meu Senhor.
ResponderExcluirAleluia.
ExcluirEu também creio num Deus único, vivo e verdadeiro - o meu Senhor.
Abr