– A vida se acaba nessa existência?
– Tudo o que existe está ao alcance do conhecimento e dos sentidos?
Sem respostas objetivas para tais dilemas – tendo apenas a fé, e as suas
narrativas mitológicas – as mais diversas culturas humanas lidaram com essas
questões ao longo da história.
Quero aqui, então, mexer um pouco com esse conceito. Entendo que é interessante conhecer um pouco
no que criam algumas das antigas civilizações.
Veja aí três exemplos que colhi entre os povos vizinhos do mundo bíblico:
MESOPOTÂMIA –
O principal texto da mitologia da Mesopotâmia foi o
Enuma Elish, cujo personagem principal era o lendário rei Gilgamesh. Na narrativa, o herói humano, revoltado com a
morte do seu amigo Enquidu, resolve ir à procura de respostas entre os
deuses e lá descobrir que seu destino estaria definido pelas divindades. Nestas palavras:
A vida que procuras, não a encontrarás.
Quando os deuses criaram a humanidade,
deram-lhe a morte como destino;
a vida, eles a guardaram em suas mãos.
(...)
Esse é o destino da humanidade.
EGITO –
A crença na vida após a morte era um aspecto fundamental na religião e cultura
egípcia. Isso explicava, inclusive a
preocupação dos egípcios com a conservação dos corpos. Eles afirmavam que continuidade da vida
estava condicionada a sua preservação na terra. Desse ponto de vista, era necessário que os
corpos fossem cuidados, por isso os egípcios mumificavam seus mortos.
No panteão egípcio o seu principal deus era Osiris. Ele tinha a incumbência
de conduzir os mortos pelos portais do além-vida e fazia isso na Sala das
Duas Verdades, onde se procedia à pesagem do coração.
Os ritos funerários eram regidos pelo Livro dos Mortos, uma
coletânea de hinos, encantamentos, orações e fórmulas mágicas que eram copiados
em rolos de papiros e colocados junto às múmias dos mortos, em seus túmulos.
GRÉCIA –
Pelas crenças gregas, as almas dos heróis, após a morte, seriam
encaminhadas aos Campos Elíseos para repousarem com dignidade. Mas aos inimigos do Olimpo era destinado o Tártaro,
um lugar na parte inferior do mundo dos mortos onde se sofria tormentos e castigos
eternos.
O deus responsável pelo mundo inferior era Hades, um dos filhos
originais dos Titãs Cronos e Reia. A seu
serviço estava Caronte, o barqueiro que tinha o trabalho de conduzir as
almas dos mortos ao mundo inferior – o reino de Hades.
Curiosidade – a versão grega do Antigo Testamento e o Novo
Testamento citam a palavra grega Hades (gr. ἅδης) como uma referência ao lugar/estado de destino dos humanos após a vida
aqui.
Mas, em face da morte, o apóstolo Paulo declara sem rodeios:
A morte foi engolida na vitória.
(1Co 15:54)
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