terça-feira, 17 de maio de 2022

OS HUMANOS E O MUNDO ALÉM

  

– A vida se acaba nessa existência?

– Tudo o que existe está ao alcance do conhecimento e dos sentidos?

 

Sem respostas objetivas para tais dilemas – tendo apenas a fé, e as suas narrativas mitológicas – as mais diversas culturas humanas lidaram com essas questões ao longo da história.

Quero aqui, então, mexer um pouco com esse conceito.  Entendo que é interessante conhecer um pouco no que criam algumas das antigas civilizações.

Veja aí três exemplos que colhi entre os povos vizinhos do mundo bíblico:

 

MESOPOTÂMIA –

O principal texto da mitologia da Mesopotâmia foi o Enuma Elish, cujo personagem principal era o lendário rei Gilgamesh.  Na narrativa, o herói humano, revoltado com a morte do seu amigo Enquidu, resolve ir à procura de respostas entre os deuses e lá descobrir que seu destino estaria definido pelas divindades.  Nestas palavras:

A vida que procuras, não a encontrarás.
Quando os deuses criaram a humanidade,
deram-lhe a morte como destino;
a vida, eles a guardaram em suas mãos.
(...)
Esse é o destino da humanidade.

 

EGITO –

A crença na vida após a morte era um aspecto fundamental na religião e cultura egípcia.  Isso explicava, inclusive a preocupação dos egípcios com a conservação dos corpos.  Eles afirmavam que continuidade da vida estava condicionada a sua preservação na terra.  Desse ponto de vista, era necessário que os corpos fossem cuidados, por isso os egípcios mumificavam seus mortos.

No panteão egípcio o seu principal deus era Osiris.  Ele tinha a incumbência de conduzir os mortos pelos portais do além-vida e fazia isso na Sala das Duas Verdades, onde se procedia à pesagem do coração.

Os ritos funerários eram regidos pelo Livro dos Mortos, uma coletânea de hinos, encantamentos, orações e fórmulas mágicas que eram copiados em rolos de papiros e colocados junto às múmias dos mortos, em seus túmulos.

 

GRÉCIA –

Pelas crenças gregas, as almas dos heróis, após a morte, seriam encaminhadas aos Campos Elíseos para repousarem com dignidade.  Mas aos inimigos do Olimpo era destinado o Tártaro, um lugar na parte inferior do mundo dos mortos onde se sofria tormentos e castigos eternos.

O deus responsável pelo mundo inferior era Hades, um dos filhos originais dos Titãs Cronos e Reia.  A seu serviço estava Caronte, o barqueiro que tinha o trabalho de conduzir as almas dos mortos ao mundo inferior – o reino de Hades.

Curiosidade – a versão grega do Antigo Testamento e o Novo Testamento citam a palavra grega Hades (gr. ἅδης) como uma referência ao lugar/estado de destino dos humanos após a vida aqui.

 

Mas, em face da morte, o apóstolo Paulo declara sem rodeios:

A morte foi engolida na vitória.
(1Co 15:54)

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário