sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A GRAÇA NÃO É DE GRAÇA

Falar sobre o Cordeiro de Deus em sua relação com a graça é trazer para o cerne de nossa fé e nossa teologia o tema central do Apocalipse – que é em última análise o livro mais festivo e mais exuberante de todo o NT.

Digno é o Cordeiro
que foi morto
de receber poder, riqueza,
sabedoria, força,
honra, glória e louvor!
(Ap 5:12)

Mas, o que implica para nosso cristianismo cotidiano a centralização no Cordeiro de Deus?  Pense comigo:
(1) Ter o Cordeiro de Deus como centro de nossa doutrina nos faz saber e crer que ELE tira o pecado do mundo (João Batista apresentou Jesus assim em Jo 1:29).  Sendo que o Cordeiro tira todo o pecado então não há porque se guardar mais mágoas ou traumas em nossa existência.  Quem na sua vida ainda se sente preso a dores espirituais ou emocionais do passado e do presente é por que não experimentou o que o Cordeiro realmente significa.
(2) A presença do Cordeiro entre nós é a afirmação de que Deus desejou ser humano.  Ao se fazer história o Eterno quis ser como cada um de nós, vivendo nossa história e experimentando nosso cotidiano (veja que Jesus ensinou algo parecido na oração modelo quando pediu que viesse a nós o seu Reino em Mt 6:10).  Querer fazer de fieis semideuses ou super-homens é desprezar o Cordeiro de Deus e sua obra em nossa vida cristã.
(3) Na obra do Cordeiro, e em especial no seu sacrifício, estão demonstrados simultaneamente o amor e a justiça de Deus.  Não há – e não pode haver – antagonismo entre ambos os aspectos da divindade.  Na cruz, o Cordeiro foi a expressão máxima do amor e da justiça manifesta de Deus.  Pregar um esquecendo-se ou outro, seja qual for a argumentação, é esvaziar o Cordeiro e torná-lo incoerente.
(4) E finalmente trazer o Cordeiro para o centro de nossa fé é reafirmar que o céu é mais que um pressuposto teórico ou escape psicológico, é a certeza de que ele é um lugar acolhedor e seguro – é a casa do Pai – e o lugar onde cumpriremos nosso destino eterno (veja as palavras de Jesus em Jo 14:1).
Com certeza a Graça não é de graça, custou o sangue precioso do Cordeiro, mas foi exatamente por este sangue que hoje vivemos sob a tutela da graça.

(A partir de uma reflexão publicada no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 25 de junho de 2009)

2 comentários:

  1. Amém!!! Crescemos aprendendo aquele argumento de que "Deus é Amor, mas também é Justiça", parecendo entender que ora Ele era um, ora outro... Glórias a Ele, pois Deus é Amor E Justiça o tempo todo!!!

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    1. Glória a Deus sim!!! Ele é amor e justiça o tempo todo. Ele não pode se contradizer. Deus exerce a sua justiça através do seu amor e demonstra seu amor fazendo justiça.
      Mais uma vez: Glória a Deus.

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