terça-feira, 10 de outubro de 2017

ROSA DE SARON – alguns apontamentos

Andei fazendo algumas anotações na intenção de fazer um artigo sobre a expressão Rosa de Saron (é melhor mesmo com "n" para respeitar o hebraico).  Ela é usada em variados contextos em nossos ambientes e círculos, muitos deles se referindo a Jesus Cristo.
O artigo ainda não ficou pronto – no sentido de um texto final e organizado – mas vou adiantar e compartilhar um pouco do que pesquisei e no fim me dar o direito a apenas um breve comentário.  Talvez em outro tempo saia o artigo completo.
Vamos lá, começando pela imagem da flor (esta, a foto, eu colhi na internet):


A referência em geral é ao texto de Ct 2:1 que diz na NVI: Sou uma rosa de Sarom, um lírio dos vales.  Gosto mais da Tradução Brasileira de 1917: Sou um narciso de Sarom, uma açucena dos vales. 
A citação da Rosa de Saron com este fraseado, só aparece aqui em toda a Bíblia.

Em hebraico, o versículo consta de apenas cinco palavras:
1.  Eu – pronome (אני) – o verbo ser está implícito.
2.  Flor – substantivo comum (חבצלת) – no AT, esta palavra aparece somente aqui e em Is 35:1.
3.  Saron – nome de lugar (השרון) – citado por exemplo em Js 12:12; 1Cr 5:16 e Is 65:10.
4.  Lírio – substantivo comum (שושנת) – para os experts em língua hebraica: aqui na forma do construto.  Esta expressão nomeia alguns Salmos como o 45 e o 69 por exemplo e ainda aparece outras sete vezes no próprio Cantares.
5.  Vales – substantivo (העמקים) – no plural.  Acidente geográfico bastante citado no AT, como no Sl 84:6 e em Jr 49:4.

Sobre as flores, veja o que o sítio Wikipedia diz:

hibisco-da-síria, rosa-de-sarom ou mimo (Hibiscus syriacus) é um arbusto lenhoso com muitas fibras, que pode chegar aos 3 metros de altura, originário da China e partes da Ásia.  Pode ser usado com muito sucesso na arborização urbana, tanto pela ornamentabilidade como pelo forte aroma exalado às noites quentes.  A Coreia do Sul adotou o hibisco-da-síria como flor nacional.
Convallaria majalis, conhecida pelo nome comum de lírio-do-vale, é uma espécie de erva nativa da Europa da família das convalariáceas.  Tais lírios chegam a medir até 30 cm.  Também são conhecidos pelos nomes populares de campainhas, círio-de-nossa-senhora, convalária, flor-de-maio, lírio-convale, mugué, muguet, muguete e muguete-do-vale.  Embora venenosa, é cultivada como ornamental por suas flores que surgem no mês de maio.

Sobre o vale de Saron, o mesmo Wikipedia diz:

É a metade norte da planície costeira de Israel (...).  Esta planície situa-se entre o Mar Mediterrâneo a oeste e as colinas de Samaria (...) na orla da cidade atual de Tel Aviv (...).  Nos tempos antigos, a planície foi particularmente fértil e populosa (...).  Na época de Salomão, o vale de Saron era fértil e produzia belas e abundantes flores

Bem, deixando de lado esta informações iniciais, vamos ler o texto.

Que é a amada/noiva que se compara com uma flor do vale do Saron é bastante claro na citação – apesar da canção que conheci na voz de Luiz de Carvalho se referir a Jesus Cristo. 
No jogo de metáforas e poesia da canção conjugal que o livro dos Cantares de Salomão (algumas bem estranhas para nossa compreensão contemporânea!) a amada se apresenta linda, exuberante, singular e cheirosa para seu amado – e assim fecunda o desejo mútuo.
E mesmo que se leia como uma parábola entre Jesus / o noivo e a igreja / a noiva, o narciso de Saron, a açucena dos vales é a amada que se apresenta ataviada e adornada para suas núpcias (encontro eco na palavra de Ap 21:2).


Estes são alguns apontamentos iniciais que colhi, espero depois construir uma reflexão que nos edifique.  Mas se você quiser contribuir, vai enriquecer a todos nós.

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