Andei
fazendo algumas anotações na intenção de fazer um artigo sobre a expressão Rosa de Saron (é melhor mesmo com "n"
para respeitar o hebraico). Ela é usada
em variados contextos em nossos ambientes e círculos, muitos deles se referindo
a Jesus Cristo.
O
artigo ainda não ficou pronto – no sentido de um texto final e organizado – mas
vou adiantar e compartilhar um pouco do que pesquisei e no fim me dar o direito
a apenas um breve comentário. Talvez em
outro tempo saia o artigo completo.
Vamos
lá, começando pela imagem da flor (esta, a foto, eu colhi na internet):
A referência em geral é
ao texto de Ct 2:1 que diz na NVI: Sou
uma rosa de Sarom, um lírio dos vales.
Gosto mais da Tradução Brasileira de 1917: Sou um narciso de Sarom, uma açucena dos vales.
A citação da Rosa de Saron com este fraseado, só
aparece aqui em toda a Bíblia.
Em hebraico, o versículo
consta de apenas cinco palavras:
1. Eu – pronome (אני) –
o verbo ser está implícito.
2. Flor – substantivo comum (חבצלת) –
no AT, esta palavra aparece somente aqui e em Is 35:1.
3. Saron – nome de lugar (השרון) –
citado por exemplo em Js 12:12; 1Cr 5:16 e Is 65:10.
4. Lírio – substantivo comum (שושנת) –
para os experts em língua hebraica: aqui na forma do construto. Esta expressão nomeia alguns Salmos como o 45
e o 69 por exemplo e ainda aparece outras sete vezes no próprio Cantares.
5. Vales – substantivo (העמקים) –
no plural. Acidente geográfico bastante
citado no AT, como no Sl 84:6 e em Jr 49:4.
Sobre as flores, veja o
que o sítio Wikipedia diz:
O hibisco-da-síria, rosa-de-sarom ou mimo (Hibiscus syriacus) é um arbusto lenhoso
com muitas fibras, que pode chegar aos 3 metros de altura, originário da China
e partes da Ásia. Pode ser usado com
muito sucesso na arborização urbana, tanto pela ornamentabilidade como pelo
forte aroma exalado às noites quentes. A
Coreia do Sul adotou o hibisco-da-síria como flor nacional.
Convallaria majalis, conhecida pelo nome
comum de lírio-do-vale, é uma
espécie de erva nativa da Europa da família das convalariáceas. Tais lírios chegam a medir até 30 cm. Também são conhecidos pelos nomes populares
de campainhas, círio-de-nossa-senhora, convalária, flor-de-maio, lírio-convale,
mugué, muguet, muguete e muguete-do-vale.
Embora venenosa, é cultivada como ornamental por suas flores que surgem
no mês de maio.
Sobre o vale de Saron, o
mesmo Wikipedia diz:
É a metade norte da
planície costeira de Israel (...). Esta
planície situa-se entre o Mar Mediterrâneo a oeste e as colinas
de Samaria (...) na orla da cidade atual de Tel Aviv (...). Nos tempos antigos, a planície foi particularmente
fértil e populosa (...). Na época de
Salomão, o vale de Saron era fértil e produzia belas e abundantes flores
Bem, deixando de lado
esta informações iniciais, vamos ler o texto.
Que é a amada/noiva que
se compara com uma flor do vale do Saron é bastante claro na citação – apesar
da canção que conheci na voz de Luiz de Carvalho se referir a Jesus Cristo.
No jogo de metáforas e
poesia da canção conjugal que o livro dos Cantares de Salomão (algumas bem
estranhas para nossa compreensão contemporânea!) a amada se apresenta linda,
exuberante, singular e cheirosa para seu amado – e assim fecunda o desejo
mútuo.
E mesmo que se leia como
uma parábola entre Jesus / o noivo e a igreja / a noiva, o narciso de Saron, a açucena dos vales é a amada que se apresenta
ataviada e adornada para suas núpcias (encontro eco na palavra de Ap 21:2).
Estes
são alguns apontamentos iniciais que colhi, espero depois construir uma reflexão
que nos edifique. Mas se você quiser
contribuir, vai enriquecer a todos nós.
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