Eu,
como bom nordestino que sou, nunca vi a neve e só a conheço por fotos ou
imagens, mas tenho que confessar – sem empolgação é claro – que nesta época de
Natal o tema seja recorrente em muitas decorações, discursos e ambientes –
certamente reflexos das festividades do Hemisfério Norte onde o frio impera
nesta época do ano.
Agora,
o que vem a minha mente quando o tema é neve são os textos de Is 1:18 e Sl 51:7
– ambos maravilhosos! Continuo sem
conhecê-la, porém vejo o quanto tais textos me falam ao coração. Na profecia de Isaías, depois de advertir a
nação rebelde, o Senhor promete que embora
seus pecados sejam vermelhos, eles se tornarão como a neve. É a promessa divina. É o salmista Davi, por sua vez, que me mostra
de maneira bem prática como isso se dá.
Vejamos:
O
motivo que leva Davi a escrever o Salmo é o pecado cometido por ele e
denunciado por Natã, o profeta.
Adultério e assassinato pesavam sobre sua alma e isso a sujava e a
deixava encardida como a escarlate – cor do sangue derramado. O que fazer então? O que fazer diante do pecado cometido e da
culpa sentida? No Salmo, Davi reconhece,
confessa e suplica.
Sei que sou pecador – diz
o rei no Sl 51:5. É preciso reconhecer
que o pecado é inerente à vida humana e
ninguém está livre desta mácula (lembro que Paulo também falou sobre isso em Rm
3:23).
Mas o
problema não está neste pecado primordial herdado. Davi sabe que o pecado é pessoal e assim deve
ser encarado: contra ti, só contra ti,
pequei (é o verso do Sl 51:4). É
esta consciência de que meu pecado antes de tudo ofende a Deus que deixa a
minha alma pesada e apodrecida.
Tudo
começa a mudar quando há uma verdadeira confissão perante o Senhor. Vejo o mesmo Davi reconhecer que enquanto o
pecado não é confessado a mão do Senhor pesa sobre a nossa vida e o corpo
definha (leio isso no Sl 32:3-4). É bom
também acrescentar que quem confessa seu pecado alcançará sempre a misericórdia
(como dito em Pv 28:13).
Sentindo
a alma manchada e amargurada e tendo confessado o pecado que o perseguia (dito
no Sl 51:3), Davi então suplica pela graça divina. Só Deus pode levar a alma e livrar da culpa
(veja os versos do Sl 51:7 e 14). Mas
também só Deus pode criar um espírito novo e devolver a alegria da salvação
(veja os versos do Sl 51:10 e 12). E é
isto que está contido na oração do salmista.
Somente
quem já experimentou a alma lavada e testemunhou o que é ter o pecado sujo como
o sangue transformado em limpo como a neve pode glorificar ao Senhor com a
certeza de que o que agrada a Deus é um espírito e um coração quebrantado e
contrito (Davi disse no Sl 51:17). Por
isso, ao sentir-se livre da imundície do pecado ele agora poderia voltar a
oferecer um culto digno ao Senhor.
Hoje
quando falo na neve, quero trazer a minha lembrança – e celebrar com isso – a
realidade de que também já tive os meus pecados, que enlameavam minha alma,
lavados pelo sangue do Cordeiro tornando-me como a neve e, com certeza, estarei
incluído entre os bem-aventurados que tomarão da árvore da vida no grande Dia
do Senhor (sei disso através de Ap 22:14).
Glória a Cristo por isso!
(Saiu pela primeira vez no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 18/12/2009)
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