Não sei por que Deus me fez livre,
mesmo sabendo que eu iria pecar. No
inicio de Gênesis encontro a minha história, mesmo que os nomes das personagens
sejam Adão e Eva. Nessa narrativa
aprendo que escolhi me afastar de Deus. Nela,
Adão põe a culpa em sua mulher por ter fracassado. Presciente, Deus já sabia que nós iríamos
pecar. Assim mesmo, nos dotou de uma
liberdade radical. Por quê? Não sei, mas
sei que aprecio a minha liberdade porque ela me torna à imagem e semelhança de
Deus. Quando errar, não quero fazer o
mesmo que Adão e Eva, pondo a culpa em Deus.
Não porei a culpa nos meus ancestrais.
Contudo, de uma coisa eu sei e me basta: Deus apostou e aposta em nós.
Não sei por que Deus permite o
sofrimento meu e dos outros, especialmente das crianças. Entendo que alguns sofrimentos são realmente
humanos, decorrendo de sua liberdade e suas consequências. Não consigo ver, no entanto, a ação humana no
sofrimento de nascença, na tragédia sem causas descobertas. Contudo, eu sei que Deus está com os que
sofrem como esteve com Jesus durante a sua execução. Deus não explica o sofrimento, ele sofre
conosco. Que deus faz isso? Isso me
basta!
Não sei por que pelo sacrifício de
Jesus o meu pecado foi perdoado, mas sei que foi. Não sei como será a vida no céu. Leio todas as descrições bíblicas sobre o céu
e me encanto com tanta poesia. Lamento e
agradeço que Paulo não ofereça seu relato da viagem que fez até o terceiro céu. Aprendo com sua recusa a não especular porque
quando especulo, encho-me com resultados da minha imaginação, quando devo me
contentar com a revelação. Sobretudo, eu
sei que minha vaga (eu não teria uma palavra menos humana?) no céu está
reservada. É para lá que eu vou, não sei
se ex-vivo ou ex-morto, não sei em que meio de transporte. E para que saber?
(Texto escrito pelo Pastor Israel Belo de Azevedo – Igreja Batista Itacuruçá
/ RJ.
Publicado originalmente em O Jornal Batista – Ano CXIV / Edição 34 / 24.08.2014)
Publicado originalmente em O Jornal Batista – Ano CXIV / Edição 34 / 24.08.2014)
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