terça-feira, 16 de setembro de 2014

NÃO SEI, MAS...

Não sei por que Deus me fez livre, mesmo sabendo que eu iria pecar.  No inicio de Gênesis encontro a minha história, mesmo que os nomes das personagens sejam Adão e Eva.  Nessa narrativa aprendo que escolhi me afastar de Deus.  Nela, Adão põe a culpa em sua mulher por ter fracassado.  Presciente, Deus já sabia que nós iríamos pecar.  Assim mesmo, nos dotou de uma liberdade radical.  Por quê? Não sei, mas sei que aprecio a minha liberdade porque ela me torna à imagem e semelhança de Deus.  Quando errar, não quero fazer o mesmo que Adão e Eva, pondo a culpa em Deus.  Não porei a culpa nos meus ancestrais.  Contudo, de uma coisa eu sei e me basta: Deus apostou e aposta em nós.
Não sei por que Deus permite o sofrimento meu e dos outros, especialmente das crianças.  Entendo que alguns sofrimentos são realmente humanos, decorrendo de sua liberdade e suas consequências.  Não consigo ver, no entanto, a ação humana no sofrimento de nascença, na tragédia sem causas descobertas.  Contudo, eu sei que Deus está com os que sofrem como esteve com Jesus durante a sua execução.  Deus não explica o sofrimento, ele sofre conosco.  Que deus faz isso? Isso me basta!
Não sei por que pelo sacrifício de Jesus o meu pecado foi perdoado, mas sei que foi.  Não sei como será a vida no céu.  Leio todas as descrições bíblicas sobre o céu e me encanto com tanta poesia.  Lamento e agradeço que Paulo não ofereça seu relato da viagem que fez até o terceiro céu.  Aprendo com sua recusa a não especular porque quando especulo, encho-me com resultados da minha imaginação, quando devo me contentar com a revelação.  Sobretudo, eu sei que minha vaga (eu não teria uma palavra menos humana?) no céu está reservada.  É para lá que eu vou, não sei se ex-vivo ou ex-morto, não sei em que meio de transporte.  E para que saber?

(Texto escrito pelo Pastor Israel Belo de Azevedo – Igreja Batista Itacuruçá / RJ. 
Publicado originalmente em
O Jornal Batista – Ano CXIV / Edição 34 / 24.08.2014)

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