sexta-feira, 5 de setembro de 2014

DO SENHOR É A TERRA

Estamos chegando ao momento das decisões eleitorais.  Por opção ministerial, tenho me mantido em silêncio durante todo este processo.  Entendo e respeito os que assim não fizeram, mas repito: por vocação e opção me dediquei ao trabalho pastoral (gosto de assumir At 6:2).  Exatamente por isso, por ter me ocupado com o ministério da palavra, quero aproveitar a ocasião e olhar para a Bíblia buscando ver o que ela tem a me dizer para o dia de hoje.
Devo tomar como base o Sl 24, até por que este é um salmo de contornos bem políticos.  Observe que nele o Senhor é enfaticamente nomeado como o Rei da glória, para quem os portais devem ser abertos.
No contexto atual, contudo, o que deve chamar a minha atenção é o verso primeiro.  Enquanto muitos disputam legitimamente postos de poder (e continuo entendendo que não é este o espaço para debater o tema), Davi afirma: do Senhor é a terra...
Mas permita-me aprofundar esta compreensão a partir do próprio texto.  Inicialmente vejo que a Deus tudo pertence, pois foi ele quem o fez (verso dois).  O Senhor tem direito de posse e mando porque foi sua voz quem fez tudo existir (vá ao início da Bíblia em Gn 1 quando o poema sagrado atribui à voz do Senhor os atos criativos).
E mais: Hb 11:3 afirma que pela fé entendemos que tudo o que existe é resultado da vontade divina; e o Sl 90:2 declara que antes que houvesse firmamento, de eternidade a eternidade tu és Deus.  Antes que qualquer outra autoridade se levantasse, o Senhor já era soberano.
Deixe-me voltar ao Rei da glória (verso oito).  Além das prerrogativas que lhe cabem pela criação, o Senhor é o forte e valente nas guerras.  Assim foi cantado por Moisés em Êx 15; e assim foi dito a Isaias em Is 43:13. 
Não há força, poder ou domínio que possa se opor ao Senhor dos exércitos.  A sua vontade é soberana e seu trono eterno.  Como cristão devo ir ainda além: reconheço que a Jesus foi dado todo poder (veja Mt 28:18) e que não há sistema, entidade ou reino que possa deter o seu agir.
Neste tempo, quando dirigentes e líderes humanos estão sendo escolhidos para terem a responsabilidade de conduzir a nação e os estados brasileiros, possamos nós, acima de tudo, reconhecer que mais que mulheres ou homens no poder, ou mesmo que a força do voto popular: do Senhor é a terra e a ele pertencem domínio e poder sobre o universo e a história dos povos e nações.  Então, como pastor, desde já convoco a você se unir para aclamar o Todo-Poderoso, como o faremos na eternidade (cante Ap 19:6-7).  Para a glória do Rei.

(Escrevi esta reflexão quando da eleição de 2010 e a publiquei no sítio ibsolnascente.blogpsot.com em 1º de outubro daquele ano.  Como continuo com o mesmo posicionamento, resolvi republicá-la aqui)

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