Estamos
chegando ao momento das decisões eleitorais.
Por opção ministerial, tenho me mantido em silêncio durante todo este
processo. Entendo e respeito os que
assim não fizeram, mas repito: por vocação e opção me dediquei ao trabalho
pastoral (gosto de assumir At 6:2).
Exatamente por isso, por ter me ocupado com o ministério da palavra,
quero aproveitar a ocasião e olhar para a Bíblia buscando ver o que ela tem a
me dizer para o dia de hoje.
Devo
tomar como base o Sl 24, até por que este é um salmo de contornos bem
políticos. Observe que nele o Senhor é
enfaticamente nomeado como o Rei da glória, para quem os portais devem ser
abertos.
No
contexto atual, contudo, o que deve chamar a minha atenção é o verso
primeiro. Enquanto muitos disputam
legitimamente postos de poder (e continuo entendendo que não é este o espaço
para debater o tema), Davi afirma: do
Senhor é a terra...
Mas
permita-me aprofundar esta compreensão a partir do próprio texto. Inicialmente vejo que a Deus tudo pertence,
pois foi ele quem o fez (verso dois). O
Senhor tem direito de posse e mando porque foi sua voz quem fez tudo existir
(vá ao início da Bíblia em Gn 1 quando o poema sagrado atribui à voz do Senhor
os atos criativos).
E mais:
Hb 11:3 afirma que pela fé entendemos que tudo o que existe é resultado da
vontade divina; e o Sl 90:2 declara que antes que houvesse firmamento, de
eternidade a eternidade tu és Deus. Antes que qualquer outra autoridade se
levantasse, o Senhor já era soberano.
Deixe-me
voltar ao Rei da glória (verso oito).
Além das prerrogativas que lhe cabem pela criação, o Senhor é o forte e
valente nas guerras. Assim foi cantado
por Moisés em Êx 15; e assim foi dito a Isaias em Is 43:13.
Não há
força, poder ou domínio que possa se opor ao Senhor dos exércitos. A sua vontade é soberana e seu trono
eterno. Como cristão devo ir ainda além:
reconheço que a Jesus foi dado todo poder (veja Mt 28:18) e que não há sistema,
entidade ou reino que possa deter o seu agir.
Neste
tempo, quando dirigentes e líderes humanos estão sendo escolhidos para terem a
responsabilidade de conduzir a nação e os estados brasileiros, possamos nós,
acima de tudo, reconhecer que mais que mulheres ou homens no poder, ou mesmo
que a força do voto popular: do Senhor é
a terra e a ele pertencem domínio e poder sobre o universo e a história dos
povos e nações. Então, como pastor, desde
já convoco a você se unir para aclamar o Todo-Poderoso, como o faremos na
eternidade (cante Ap 19:6-7). Para a
glória do Rei.
(Escrevi esta reflexão quando da eleição de
2010 e a publiquei no sítio ibsolnascente.blogpsot.com em 1º de outubro daquele
ano. Como continuo com o mesmo
posicionamento, resolvi republicá-la aqui)
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