Jacy
Maraschin afirmou que “não existe liturgia sem teologia”, aqui poderemos
compreender que o inverso também seja verdadeiro: não existe teologia sem
liturgia. Teologia e liturgia andam de
mãos dadas. Dietrich Bonhoeffer
compreendeu isto de maneira muita clara.
Vivendo numa época em que suas decisões poderiam lhe trazer
conseqüências de vida ou morte para si mesmo e para o seu povo, este jovem
teólogo alemão implicou a sua vida e a sua teologia de modo a fazer com que
cada ato de sua existência estivesse comprometido liturgicamente com a vida
cristã e com a existência enquanto cidadão neste mundo secularizado.
Bonhoeffer,
com a sua teologia, compreendeu que a vida e a liturgia do cristão devem
necessariamente está comprometidos com um discipulado que encarne no meio de
sua existência o seguir os passos de Jesus Cristo, como o encarnado,
crucificado e ressurreto que na posição de enviado e divino tanto promoveu o
relacionamento entre Deus e o ser humano como estabeleceu as bases para uma
nova vivência em comunidade, bases estas que o cristão – como discípulo – deve
seguir em qualquer tempo para que cumpra seu papel como parte do corpo de
Cristo vivo, atuante e transformador.
Na vida
de Bonhoeffer, contudo, um momento é mais significativo: sua experiência em
Finkenwalde. Lá ele pode vivenciar a
experiência da liturgia e comunhão levada às suas reais últimas conseqüências,
como seria o projeto cristão de uma comunidade que vive a sua fé, prega e
encarna a Palavra de Deus e se ocupa em fazer sentido no mundo em que vive. A liturgia e comunhão que brotou em
Finkenwalde é uma comunhão que começa e termina na busca sincera da presença de
Deus em oração, louvor e escuta da palavra de Deus que direciona o
cristão. Esta liturgia cristã também
passa por momentos de solidão, onde a fé deverá ser fermentada, passa pela
confissão mútua e tem seu ponto alto na celebração sacramental da Ceia que
reaviva na alma do fiel a experiência da cruz.
Tudo isto então deve não ser um fim em si mesmo, mas dar forças e
orientação para que cristão, nos seus trabalhos diários no meio da sociedade,
possa ser um cidadão melhor e assim dá a sua contribuição para que todos possam
viver de maneira mais justa e fraterna – valores do Reino de Deus os quais a
Igreja deve ser o primeiro instrumento na sua implementação.
Hoje a
Igreja evangélica é chamada a viver a sua fé e experimentar a sua liturgia de
modo significativo no meio do seu povo, fazendo com que o Reino de Deus se faça
presente no meio desta nação. Sua
comunhão litúrgica deverá ser então muito mais do que reuniões para momentos
devocionais, deve ser momentos em que a comunidade de discípulos de Cristo vem
e se reúne para se alimentar do contato sagrado com Deus e sua Palavra e assim
poderem voltar para suas vidas com os corações e mentes preparadas para viverem
o cristianismo real e significativo em seus dia-a-dia.
Compreende-se
que a situação na Alemanha nazista não se equipara a vivida no Brasil agora,
mas o exemplo do teólogo europeu com certeza ainda deve encontrar ecos em
nossas igrejas e academias, buscando produzir liturgias que incorporem o Cristo
encarnado, crucificado e ressuscitado em nossa sociedade, fazendo a Igreja
relevante com construção histórica nacional.
A IGREJA QUE NAO CRESCE E PORQUE NAO CRE EM FÉ AVANÇO DOUTRINARIO NA BIBLIA E DIZER QUE TUDO NA BIBLIA E VERADE
ResponderExcluirÉ verdade Neto: sem um verdadeiro conhecimento bíblico não também verdadeiro crescimento cristão.
ExcluirAbs