sexta-feira, 30 de julho de 2021

DAVI E A SUCESSÃO – parte 2

 


Leia a primeira parte dessa reflexãolink

 

Deus havia prometido a Davi que não faltaria sucessor ao seu trono (1Rs 2:4) e Salomão era o escolhido para continuar esta linhagem por ter sido concebido como fruto do amor (2Sm 12:24-25).

Davi tinha plena consciência destes fatos e por isso não demonstrou preocupação, medo ou frustração quando um outro tentou usurpar o trono. Ou seja, quando se tem certeza de que Deus está no controle da situação, não deve haver motivos para desesperos ou falta de fé. O próprio Davi declarou:

 

Comprometa com o Eterno a sua jornada, confie nele e ele vai fazer acontecer.
(Sl 37:5)

 

Davi, como um homem já velho e que já tinha experimentado várias vezes daquilo que o Eterno é capaz de fazer, sabia que em nenhuma circunstância ele deixaria de cumprir as suas promessas.

Um homem que viveu segundo o coração de Deus, aprendeu a esperar pela resposta certa do Senhor.

Porém Davi não ficou apenas deitado esperando que as coisas acontecessem.  Imediatamente convocou sua equipe mais próxima, deu ordens expressas e cobrou resultados.

Com sua atitude Davi nos deixou a lição de que esperar em Deus tira de nós todo o medo e a angústia em relação ao futuro, mas não deve ser um motivo para preguiça ou comodismo.

Esperar em Deus, pelo contrário, deve produzir em cada um o senso de responsabilidade e a disposição certa para trabalhar cada vez mais para que a vontade de Deus aconteça em nossa vida.

E mais uma lição ainda pode ser destacada: o conselho dado por Davi ao seu filho, é mais que a fala de um rei, representa as palavras de um velho e sábio pai que se importa com o futuro de seu filho.  Esse mesmo conselho foi repetido diversas vezes pelo seu filho Salomão no livro de Provérbios (confira Pv 2:1; 3:1; 3:11; 3:21; 4:20; 5:1 entre outros).

Para os pais fica a lição da necessidade de instruir e encaminhar seus filhos nos santos caminhos (veja Pv 22:6).

E para os filhos, a lição da obediência e respeito pelas palavras paternas (Ef 6:1).

terça-feira, 27 de julho de 2021

DAVI E A SUCESSÃO – parte 1

 


 

Com a velhice de Davi, Adonias, seu quarto filho, articulou uma manobra política para assumir o trono em lugar de seu pai, sem que o rei soubesse (leia o desenrolar dessa traição em 1Rs 1:1-27).

Quando Davi soube disso, ele chamou Bate-Seba, mãe de Salomão, o sacerdote Zadoque, o profeta Natã e Benaia, um dos seus generais e reafirmou sua intenção:

 

O meu filho Salomão me sucederá como rei e se assentará no meu trono em meu lugar.
(1Rs 1:30)

 

Assim, com instruções diretas (1Rs 1:32-35), estes assessores reais desautorizaram qualquer pretensão de Adonias e ungiram a Salomão como o futuro rei de Israel, conduzindo-o ao trono de Jerusalém.

Quando Adonias e seus seguidores souberam da unção dada a Salomão se acovardaram e se dispersaram (1Rs 1:49), mas o próprio Adonias foi se agarrar nas pontas do altar.

Como impostor ao trono, ele parecia reconhecer que aquele lugar não lhe era devido e que só lhe restaria apelar para que a clemência do Senhor poupasse a sua vida – o que num primeiro momento até que aconteceu, porém a sua própria presunção o traiu e o levou à morte (1Rs 2:23).

Com Salomão estabelecido no trono, Davi o chamou para uma última conversa, assumindo mais que o papel de rei preparando seu sucessor, mas sim o de um pai instruindo seu filho como se portar diante da vida:

 

Estou para seguir o caminho de toda a terra, por isso seja forte e seja homem.  Mantenha-se no que o Eterno, o seu Deus, exige: ande nos seus caminhos e obedeça aos seus decretos (...) e o Eterno manterá a promessa que me fez.
(1Rs 2:2-4)

 

E com estas instruções finais, o texto bíblico conclui a narração da vida de Davi afirmando que ele descansou com os seus antepassados e foi sepultado na Cidade de Davi (1Rs 2:10).

O que viria daí em diante extrapolaria em muito a vida deste servo de Deus, fazendo-o ponto de referência tanto para reis como para toda a nação escolhida por Deus e apontando para Cristo, o ungido Filho unigênito de Deus para todos as nações.

 

Leia a continuação dessa reflexãolink

sexta-feira, 23 de julho de 2021

NÃO CHAMES IMPURO

  


Foi para fazer a igreja entender que o Código de Santidade do AT deveria ser um distintivo dos adoradores de Deus e não um empecilho para qualquer pessoa se achegar à graça do evangelho, independentemente de sua origem ou condição social, que o Espírito agiu na história narrada no capítulo 10 de Atos dos Apóstolos.

 

Acompanhe a história em dois planos.

 

Em Cesareia, Cornélio, um oficial romano, foi visitado por um anjo que destacou seu coração piedoso e temente a Deus.  Embora ele não fosse herdeiro legal das tradições do AT, e por isso mesmo não seguisse as normas rituais determinadas, mas a sinceridade de sua alma em buscar ao Senhor foi percebida pelo Espírito Santo, que providenciou um modo de alcançá-lo pelo poder do evangelho.

Não seriam os rituais exteriores que impediriam um coração sincero de chegar-se a Deus.

Enquanto isso, o próprio Espírito cuidou de atrair Pedro para a missão evangélica na casa de Cornélio. 

Mas o apóstolo ainda estava dominado pela visão preconceituosa e limitada das interpretações da Lei, da vontade e da manifestação do amor de Deus.

Por volta do meio dia, enquanto esperava uma refeição, a visão espiritual tomou Pedro lhe ordenando comer alguns animais proscritos.

A princípio a situação incomodou o apóstolo: "de modo nenhum, Senhor! Jamais comi algo impuro ou imundo!" (At 10:14).

Ainda faltava a Pedro aprender que mais importante não eram formas e rituais.  O Senhor se ocupa prioritariamente com o interior do ser humano e seria exatamente lá onde deveria ser manifesta a santidade, e não em um conjunto de práticas.

A boa nova da graça tinha rompido com todas as barreiras culturais e religiosas e deveria a igreja levá-la a todos os que, com um coração sincero e temente a Deus, quisessem se comprometer com ele, mesmo que fora dos arraiais originais da fé.

Pedro foi sensível à lição espiritual da visão, e quando apareceu a oportunidade de expandir do evangelho na casa do gentio Cornélio ele de pronto se apresentou para o trabalho: "Eu sou quem vocês estão procurando" (At 10:21).

O que veio a seguir foi a abertura de uma igreja totalmente diferente em sua composição daquela que surgiu em Jerusalém.

Através da pregação de Pedro na casa de Cornélio, formou-se uma congregação cristã de gentios batizados em nome de Jesus Cristo e que receberam o mesmo Espírito divino da promessa (confira em At 10:44-48).

E são ainda do apóstolo Pedro as palavras que testificaram o novo modo de seguir adiante da igreja, tendo entendido que quem purifica e transforma é o próprio Deus, e faz isso de dentro para fora e não por rituais exteriores:

 

De verdade eu aceito que
Deus não tem preconceito com ninguém,
mas todos os que são fieis e retos
ele os acolhe.

(At 10:34-35)

 

terça-feira, 20 de julho de 2021

DISTRIBUINDO DONS – 3ª parte

  


Vou apresentar aqui mais uma lista de dons – ou capacitações – que são distribuídos pelo Espírito Santo para a igreja.

Dessa vez uma pequena relação que se encontra em Ef 4:11:

 

& Carisma – APOSTOLADO
Termo em grego:
ἀπόστολος
Vulgata latina:
apostolos
Português (NVI):
apóstolos
No dicionário:
um delegado, mensageiro, enviado com ordens.

 

& Carisma – PROFECIA
Termo em grego:
προφήτης
Vulgata latina:
prophetas
Português (NVI):
profetas
No dicionário:
aquele que fala e interpreta a vontade de Deus, um dos guardiões do oráculo.

 

& Carisma – PASTOREIO
Termo em grego:
ποιμήν
Vulgata latina:
pastores
Português (NVI):
pastores
No dicionário:
um pastor, alimentador, protetor e governante de um rebanho.

 

& Carisma – ENSINO
Termo em grego:
διδάσκαλος
Vulgata latina:
doctores
Português (NVI):
mestre
No dicionário:
um professor.  No NT, aquele que ensina sobre as coisas de Deus e os deveres do homem.

 

Veja também a relação referente a

1Co 12:28 - link

Rm 12:6-8 - link

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

OS PRIMEIROS PASSOS DA IGREJA

  


É certamente curioso que o livro de Atos dos Apóstolos, que conta a movimentação e expansão da igreja, comece sua narração com uma instrução para que os apóstolos ficassem parados em Jerusalém. Mas isto foi fundamental para o que viria a seguir.

Depois da ressurreição, o texto diz que em certa ocasião, enquanto comiam (em At 1:4) Jesus instruiu o grupo de seguidores que com ele estava a permanecerem em Jerusalém pois o Espírito prometido seria derramado sobre eles (confira em Jo 14:16).

Este grupo era constituído dos discípulos – apenas onze agora – mais cerca de uma centena de outros homens e mulheres que acompanharam o ministério de Jesus de perto e foram testemunhas de suas palavras e ações enquanto na terra. 

Embora eles fossem testemunhas oculares e discípulos dedicados, a missão que o Mestre tinha para eles não poderia ser realizada se o Espírito não estivesse no controle dele.

Aqui já devemos aprender uma lição importante: a igreja de Cristo só desempenha o seu papel e segue os passos do Mestre quando está revestida do poder do Espírito Santo.  Ou seja, mesmo tendo visto e ouvido coisas grandiosas, a igreja precisa do absoluto controle espiritual para que possa cumprir sua missão.

Jesus sabia desta necessidade (até porque já havia sido predito na profecia em Zc 4:6) e por isso instruiu a igreja a aguardar a manifestação sobrenatural do Espírito Santo (que será narrado no segundo capítulo de Atos).

Neste contexto, os discípulos perguntaram pela restauração política da nação de Israel e Jesus lhes respondeu que para tal questão ainda não era tempo de ser divulgada a resposta, mas o principal era que a missão da igreja seria baseada do poder do Espírito que desceria sobre eles:

 

Mas vocês receberão poder quando for realizado um download do Espírito Santo em vocês.  Então vocês serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como na Judeia e Samaria e [chegarão] até os extremos da terra.
(At 1:8)

 

Outra lição importante que aprendemos nesta passagem é que se faz necessário para o sucesso na vida cristã o esperar pelo tempo da manifestação do Senhor.  Os discípulos podiam até ter a impressão que estavam aptos para levarem adiante sua mensagem e missão, mas somente o Espírito poderia determinar os atos dos apóstolos.

Isso quer dizer que sempre a melhor estratégia de avanço missionário para a igreja é depender e aguardar pela manifestação sobrenatural divina e, quando ela acontecer, partir para a ação.

Que assim aconteça ainda com a igreja hoje.

 

terça-feira, 13 de julho de 2021

DISTRIBUINDO DONS – 2ª parte


  

Dando continuidade às relações de dons – ou carismas que o apóstolo Paulo nos apresentou, siga a relação conforme descrita em Rm 12:6-8:

 

& Carisma – PROFECIA
Termo em grego:
προφητεία
Vulgata latina:
prophetia
Português (NVI):
dom de profetizar
No dicionário:
um discurso que emana de inspiração divina e declara os propósitos de Deus.

 

& Carisma – SERVIÇO
Termo em grego:
διακονία
Vulgata latina:
ministerium
Português (NVI):
seu dom é servir
No dicionário:
ministério; serviço ativo, feito com uma atitude de boa vontade (voluntária).

 

& Carisma – ENSINO
Termo em grego:
διδάσκω
Vulgata latina:
docet  in doctrina
Português (NVI):
se é ensinar
No dicionário:
ensinar, entregar discursos didáticos, transmitir instrução, ensinar algo a alguém.

 

& Carisma – EXORTAÇÃO
Termo em grego:
παρακαλέω
Vulgata latina:
exhortatur
Português (NVI):
se é dar ânimo
No dicionário:
dirigir-se, falar, o que pode ser feito na forma de exortação, súplica, conforto, instrução.

 

& Carisma – CONTRIBUIÇÃO
Termo em grego:
μεταδίδωμι
Vulgata latina:
tribuit
Português (NVI):
se é contribuir
No dicionário:
compartilhar, conceder.

 

& Carisma – LIDERANÇA
Termo em grego:
προΐστημι
Vulgata latina:
præest
Português (NVI):
se é exercer liderança
No dicionário:
presidir, governar, dar atenção, dirigir, manter, praticar diligentemente.

 

& Carisma – MISERICÓRDIA
Termo em grego:
ἐλεέω
Vulgata latina:
misetetur
Português (NVI):
se é mostrar misericórdia
No dicionário:
ter misericórdia para ajudar um aflito ou levar ajuda aos miseráveis.

 

Veja também a relação referente a

1Co 12:28 - link

Ef 4:11 - link

sexta-feira, 9 de julho de 2021

A ÚLTIMA CEIA ÍNTIMA

  


Num contexto de tensão e expectativa, em que de certo modo todos se mostravam apreensivos pelo que estava por ocorrer, Jesus reuniu seus discípulos para uma última celebração íntima.

Era o tempo da Páscoa dos judeus e Jesus então celebrou aquela ceia pascoal lhe dando novos contornos e significados.

Se para o povo judeu a Páscoa celebrava a libertação do Egito, Jesus atribuía para si os elementos daquela celebração. 

Os Evangelhos contam que enquanto comiam Cristo declarou:  isto é o meu corpo e isso é o meu sangue (leia em Mc 14:22-24).  E com isso revestiu de simbolismo o pão e vinho presentes na ceia pascoal. 

Quanto a isso pelo menos dois destaques precisam ser feitos:  Jesus falou de uma nova aliança (em Mc 14:24).  Esta nova aliança – ou acerto e pacto – entre Deus e os seres humanos superava a antiga feita no Sinai pois agora seria selada com o sangue do próprio Filho de Deus que seria derramado.

Mas também Jesus se referiu da expectativa: ... até aquele dia (Mc 14:25).  Aquela celebração deveria apontar para a espera e certeza de que chegaria o dia do estabelecimento final e definitivo do Reino de Deus, Reino este que ele já tinha anunciado desde o início do seu ministério (confira lá em Mc 1:15 e Mc 13:24-27).

A celebração da ceia com os discípulos evidenciava a proposta de Jesus e do seu ministério.  O chamamento de Jesus ao discipulado era um desafio a se estabelecer uma nova aliança com Deus e viver da certeza do Reino de Deus. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

DISTRIBUINDO DONS – 1ª parte

  


O Novo Testamento se refere a uma diversidade de dons (χάρισμα) ou manifestações (φανέρωσις) do Espírito Santo.  Eles foram concedidos aos cristãos a fim de que se tornassem capazes de exercerem seus respectivos ministérios e com isso edificassem toda a igreja.

No texto bíblico não há uma lista definitiva desses carismas.  Mas, em geral, seguimos as indicações propostas pelo apóstolo Paulo aos Romanos, aos Coríntios e aos Efésios.

Veja na relação abaixo um pouco dessa relação como descrita em 1Co 12:28:

 

 

& Carisma – APOSTOLADO
Termo em grego:
ἀπόστολος
Vulgata latina:
apostolos
Português (NVI):
apóstolos
No dicionário:
um delegado, mensageiro, enviado com ordens.

 

& Carisma – PROFECIA
Termo em grego:
προφήτης
Vulgata latina:
prophetas
Português (NVI):
profetas
No dicionário:
um aquele que fala e interpreta a vontade de Deus, um dos guardiões do oráculo.

 

& Carisma – ENSINO
Termo em grego:
διδάσκαλος
Vulgata latina:
doctores
Português (NVI):
mestre
No dicionário:
um professor.  No NT aquele que ensina sobre as coisas de Deus e os deveres do homem.

 

& Carisma – OPERAÇÃO DE MILAGRE
Termo em grego:
δύναμις
Vulgata latina:
virtutes
Português (NVI):
os que realizam milagres
No dicionário:
poder que reside em uma coisa em virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa exerce.

 

& Carisma – CURA
Termo em grego:
χάρισμα ἰαμάτων (ἴαμα)
Vulgata latina:
gratias curationum
Português (NVI):
os que têm dom de curar
No dicionário:
remédio, um meio para a cura.

 

& Carisma – AUXÍLIO
Termo em grego:
ἀντίληψις
Vulgata latina:
opitulationes
Português (NVI):
os que têm dom de prestar ajuda
No dicionário:
ajuda, ministração; aquele que ajuda.

 

& Carisma – LIDERANÇA
Termo em grego:
κυβέρνησις
Vulgata latina:
gubernationes
Português (NVI):
os que têm dons de administração
No dicionário:
um governante, governo.

 

& Carisma – DIFERENTES LÍNGUAS
Termo em grego:
γένη γλωσσῶν (γλῶσσα)
Vulgata latina:
genera linguarum
Português (NVI):
os que falam diversas línguas
No dicionário:
a língua ou dialeto usado por um determinado povo distinto daquele de outras nações.

 

Veja também a relação referente a

Rm 12:6-8 - link

Ef 4:11 - link

sexta-feira, 2 de julho de 2021

TEORIA E PRÁTICA COM JESUS

  


A passagem de Jesus por nossa vida é sempre uma oportunidade de manifestação da obra de Deus.  E quando Deus age em nós, isso abala as estruturas do mundo que nos rodeia.

A ação do Senhor sempre escapa às definições humanas – vai além.  E são duas maneiras diferentes de conhecer e experimentar a vida cristã: uma é teórica e conceitual e outra prática e vivencial.  Não que elas sejam antagônicas ou contraditórias, elas devem ser complementares (considere o que diz Os 6:3).  Mas também é verdade que o Senhor é quem estabelece os critérios tanto para uma como para a outra (compare com o que diz Paulo em 1Co 1:27-31).

 

Pensando nessa introdução, considere o episódio da cura de cego de nascença narrado no Evangelho (em Jo 9) e a seguinte reação dos líderes judeus.

 

Os fariseus e o que fora cego estavam em lados opostos: enquanto os primeiros se satisfaziam apenas com as teorias humanas; o segundo expunha uma experiência prática de vida.

Enquanto o mundo busca respostas que satisfaçam a sua lógica científica; os que foram alcançados pela graça apresentam uma vida marcada pela manifestação da obra divina.

A lógica dos fariseus nos pergunta quem nos curou não por que deseje se encontrar com quem detém todo o poder, mas para enquadrá-lo e subjugá-lo ao seu modelo.  

O mundo não busca um relacionamento com aquele que pode fazer um cego de nascença milagrosamente ver; ou quer saber como pode alguém trazer à existência aquilo que não existe apenas pelo poder de sua palavra (confira Hb 11:3).

A formulação teórica que o mundo procura pode até ser importante na busca pelo conhecimento verdadeiro de Deus; mas com certeza não é suficiente.

A Bíblia fala em diversas passagens que por ser Deus um ser pessoal, a única maneira de conhecê-lo é tendo uma experiência também pessoal com ele.

Aqui reside o problema do questionamento farisaico: eles não querem se relacionar com quem pode curar um cego e nem muito menos se comprometer com ele, querem apenas satisfazer sua curiosidade intelectual e manter intacta sua construção teórica religiosa.

Porém a resposta apropriada ao questionamento é a que foi dada pelo que fora cego; exatamente por ele viver uma experiência real com quem tem todo o poder.  Este é o sentido das palavras dele:

 

Eu posso até não ter respostas a todas as suas questões teóricas,
mas com certeza eu sei como eu era e o que ele fez comigo.
(Jo 9:25)

 

Somente uma vivência real com Cristo pode nos capacitar para responder de maneira adequada sobre quem nos curou e quem faz a obra de Deus ser operada em nós.  É preciso ter experiências com Cristo e com o seu Espírito para conhecê-lo.