sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

POSSO CRER NO AMANHÃ

Enquanto eu viver te bendirei,
E em teu nome levantarei as minhas mãos.
Sl 63:4

Terminei no último sábado de ler a autobiografia de Hélio Zampier Neto, o Neto, zagueiro da Chapecoense e sobrevivente do acidente aéreo que, no final de 2016, vitimou mais de setenta pessoas a caminho da Colômbia.
Quando vi numa entrevista que ele estava escrevendo um livro, logo entendi que sua leitura se mostraria indispensável. 
Sobre o livro, Leandro Castán, colega de profissão de Neto, assim o apresenta na contracapa: Posso crer no amanhã confirma o poder de um Deus que faz milagres e que continua a escrever lindas e marcantes histórias através de quem tem um relacionamento íntimo e uma vida dedicada a ele.
Então há pouco mais de um mês eu o encontrei na Livraria Shalom, do meu amigo Mangueira, aqui em Aracaju.  Com certeza trouxe uma cópia comigo.
Mas antes, comecei a leitura ainda na livraria.  Queria logo me jogar em todas aquelas páginas, mas a agenda pessoal e a correria retardaram a conclusão da leitura.  E aqui percebo uma cruel ironia: um livro que diz para se amar hoje, pedir perdão hoje, perdoar e aceitar perdão hoje, amar mais e ser mas feliz precisou ser trocado por compromissos burocráticos e rotineiros!
E aqui está exatamente a primeira lição da leitura.  O tempo hoje é uma dádiva e devemos valorizá-lo enquanto apenas esperamos o amanhã também como dom.
O livro.  Com certeza o relato é forte, impressionante, inspirador! E não poderia ser diferente.  Intercalando depoimentos de pessoas ligadas a ele e ao acidente com passagens da própria história e com reflexões e lições de vida que somente quem sobreviveu a uma tragédia aérea tem autoridade para apresentar, o livro não é piegas, mas é profundo, atual e relevante o suficiente para ser indicado como leitura indispensável para qualquer um, independente das preferências futebolísticas ou religiosas.
Neto conta no livro que depois de um início de carreira incerto – como a maioria das crianças brasileiras que sonham com o futebol – ele finalmente estava tendo a chance de se firmar como atleta profissional quando o avião que levava sua equipe para a final da Copa Sul-americana caiu e ele só chegou a ser resgatado ainda com vida horas depois do ocorrido.
Nas palavras do Dr.  Marcos Sonagli: o que manteve o Neto vivo foi um milagre, não há o que questionar.  Um homem de 2 metros de altura poderia ter sofrido muitos outros problemas irreversíveis, mas isso não aconteceu.
Confirmo: vale dedicar algum tempo nestas páginas.  São narrações como esta que indicam o verdadeiro caminho para se viver neste tempo e aguardar com tranquila fidelidade o amanhã.
Nas palavras do próprio Neto:
Literalmente noventas minutos definiram a minha vida – o primeiro e o segundo tempos juntos.  A minha grande final estava acontecendo.  Correndo mata adentro, mas, dessa vez, sendo defendido, não defendendo.  As forças eram mínimas.  Mas Deus é grande.  A minha comissão técnica tinha chegado a tempo.  Ele tinha ouvido a minha oração.


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