sexta-feira, 11 de março de 2016

USA-ME, SENHOR

No conhecido texto de Is 6:1-8 o profeta tem uma visão do Senhor em glória e a partir desta visão, toda a sua vida foi transformada: seus lábios impuros foram tocados e seu pecado perdoado. A consequência disto é que Isaías respondeu favoravelmente ao desafio missionário que ouviu naquele culto.
A resposta do profeta em se dispor a atender ao chamado é, com certeza, um modelo para nós cristãos modernos que também somos chamados à missão (confira em Mc 16:15).  Mas vejamos a que implicações Isaías estava disposto a se comprometer a partir de sua disponibilidade.
Quem diz ao Senhor para usá-lo estar-se colocando a disposição para se mover.  Com a sua resposta, Isaías sabia que, embora o santuário fosse o melhor lugar para se ficar, mas estar pronto para responder ao Senhor deve significar sair do lugar de conforto para o de trabalho missionário.  Quem ouve a voz do Senhor e atende, tem que se mexer – tem que sair da inércia e começar a agir.
Jesus inicia a grande comissão citada por Mateus dizendo que ela deve ser feita indo. Começando em Jerusalém e sem parar ou desistir chegar até os confins da terra (leia em Mt 28:19).
Em segundo lugar, quando há um verdadeiro comprometimento com a missão que o Senhor nos entrega deve haver também uma ruptura com os vínculos do passado.  É claro que para alguns isso vai significar deixar literalmente seu lugar e família como foi com Abraão (Gn 12:1) e ainda é com nossos missionários transculturais.  Mas o chamado à missão cristã tem que nos levar a uma separação dos valores deste mundo para que o Reino de Deus seja nossa prioridade.
Voltamos a ouvir Jesus declarando que para o discipulado cristão autêntico é preciso renunciar até a família – sendo ela um empecilho ou ocupando a primazia – e tomar a cruz para segui-lo com integridade (está em Lc 14:26-27).
E ainda, a principal implicação de ouvir e atender a vocação missionária está em se submeter de modo integral à vontade e aos planos de Deus.  Quando o cristão se compromete com o evangelho, ele deve vivê-lo de modo absoluto em todos os aspectos de sua vida, o que deverá resultar em abandono do eu com suas falsas prerrogativas e a entrega confiante àquilo que o Senhor tem reservado para os seus.
Aqui a referência é ao apóstolo Paulo, que entendia que o seu cristianismo tinha que ser reflexo não de suas próprias convicções e aptidões, mas da vida de Cristo – e sua vontade e deliberações – no controle de nossa existência (como dito em Gl 2:20).
Que esta seja a nossa resposta também ao ouvir o chamado divino para o cumprimento da missão: Usa-me, Senhor! Para que possamos viver a cada diz cumprindo-a para a glória de Deus.

(Esta reflexão foi apresentada em 24 de abril de 2009 em ibsolnascente.blogspot.com)

2 comentários:

  1. Depois de um encontro tão impactante com Deus, creio que assim como Isaías, não conseguimos negar nosso chamado e em prontidão dizemos "Sim Senhor"...
    Que Deus continue te abençoando em seu chamado! :)

    Lainy Anselmo
    www.vozdonoivo.blogspot.com
    Instagram: @vozdonoivo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amém, querida. É o chamado divino que nos põe no serviço.
      Abs

      Excluir