terça-feira, 17 de novembro de 2015

COMENTÁRIO BÍBLICO AFRICANO

Que ninguém sabe tudo e pode tudo sozinho é verdade inexorável (eita frase!!!).  Mas deixemos a frase de efeito e vamos ao que tenho para dizer.  Reconheço que em minha trajetória e formação teológica e pastoral sou devedor de cristãos do passado e presente que me enriqueceram com suas palavras, experiências, lições e visões da fé, do cristianismo e da própria Bíblia.  Se não fossem eles, eu não chegaria aqui.
— É assim que eu quero introduzir o Comentário Bíblico Africano – CBA.
Eu o encontrei por acaso (se é que existe acaso!!!) numa livraria aqui em Aracaju.  Estava procurando outra coisa e aquele volume maciço me chamou a atenção.  Resolvi levá-lo.
Alguns dados da obra: ela é apresentada em seu subtítulo como "um comentário em um volume escrito por 70 eruditos africanos".  O editor-geral é Tokunboh Adeyemo – bispo da Igreja Metodista de Gana.  Há autores (homens e mulheres) de várias nacionalidades e etnias: etíopes, angolanos, ganeses, nigerianos e outras tantas – percorri a lista e preciso confessar: até então nunca tinha sequer ouvido falar de nenhum deles.  A primeira edição em inglês é de 2006 pela ABC Editorial Board e a edição em português é de 2010 pela Mundo Cristão.
Vamos a uma visão geral da obra – bem geral, pois falar de 1625 páginas em poucas linhas não dá.
Até hoje nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente a igreja africana, mas as informações de colegas e amigos nascidos naquele continente com os quais mantenho contato (a internet continua uma excelente ferramenta), e leituras outras, dão conta que o cristianismo na África mantém uma vibração e dinamismo próprios.
— Pelo que vejo e ouço os cultos lá são fenomenais!
Gostei da visão geral proposta pelo Comentário, bem cristocêntrica e evangélica – contudo sem deixar de considerar e valorizar tanto a herança e tradição continental em suas diversas nuances como a riqueza cristã que ali se desenvolveu e continua aflorando.  É como se eles estivessem escrevendo para eles mesmos sobre sua compreensão do texto bíblico – e talvez seja mesmo – e nisto repousa a relevância da obra.
Não que tenha algo contra a tradição européia e norte-americana, elas têm seu lugar e importância em nossa herança; mas a contribuição africana só faz agregar ao rico cabedal (deixe-me trocar esta palavra: patrimônio) cristão.
Tenho mantido o CBA junto a minha mesa de trabalho e o consultado com relativa assiduidade.  Suas contribuições à minha reflexão bíblica são valorosas.

Antes de terminar, deixe-me ainda lançar uma ideia e desafio aos nossos biblistas e editores: Por que não produzimos e lançamos um COMENTÁRIO BÍBLICO NORDESTINO?

2 comentários:

  1. Está em fase final de preparação o Comentário Bíblico Latino-Americano. Se você soubesse quanto trabalho dá para fazer um volume desses, talvez repensaria sua ideia de um Nordestino!

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    1. Que bom, professora. Vou aguardar o Comentário Bíblico Latino-Americano. E quanto ao Nordestino, vamos trabalhar...

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