Periodicamente
celebramos em nossa Igreja a Ceia do Senhor, isto fazemos seguindo tanto à
ordenança do Mestre (há ordem para partilhar em Lc 22:17) quanto à tradição que
nos vem dos cristãos primitivos (veja a constatação do evento pentecostal em At
4:42).
Só por
estas citações iniciais já fica clara a ligação entre ceia cristã e comunhão,
relacionamento, partilha e fraternidade. Chamá-la de Comunhão seria então reconhecer
nesta celebração cristã mais que um rito, mas um momento de reafirmação de
valores sagrados de nossa fé e prática.
Assim
seguindo essa linha de raciocínio, deixe-me apontar algumas verdades que
celebramos sempre ao compartilhar o pão e o vinho em culto ao Senhor (antes de
prosseguir veja este conceito de ceia como adoração em 1Co 10:31).
Ter pão
e vinho em nossa adoração é celebrar a obra de Cristo na cruz quando desfez a
separação entre os seres humanos, e a todos nos deu acesso ao Pai, criando um
novo homem e fazendo a paz entre nós (está dito em Ef 2:14-18). A ceia deve nos trazer à memória que em Cristo
não há mais distinção entre judeu e grego (claro em Rm 10:12).
Voltando
a Efésios. Sabemos, quando nos reunimos
para celebrar a Cristo, o mistério finalmente revelado da suprema vontade de
Deus, que agora somos co-herdeiros com Israel e membros do mesmo corpo (em Ef
3:2-6, mas veja a forma simbólica como Paulo diz isso em Rm 11:11-24).
O
desdobramento desta celebração é que quando comemos e bebemos juntos em memória
do crucificado, sabemos que foi por ele que deixamos de ser apenas um bocado de
gente para nos tornar efetivamente povo de Deus (confira em 1Pe 2:9-10). Se somos hoje o povo escolhido de Deus é
porque por Cristo – simbolizado na mesa – ele nos resgatou para ser seu povo e
reino (complete a leitura bíblica em Cl 1:12-13).
Em
especial também nos elementos da comunhão celebramos o óleo da bênção derramado
na fraternidade cristã (tome as palavras do Sl 133). Quando comemoramos a nossa vida em união – e
somente através de Cristo conseguimos transformar este projeto em realidade –
trazemos para nossa vivência como comunidade de fé a certeza de que Deus tem
interesse pleno nesta unidade (na oração do Mestre em Jo 17:21) e reafirmamos
que aqui – e primordialmente aqui – é onde o Senhor ordena a bênção e a vida
para sempre (ainda no Sl 133:3).
É com
esta visão que nos juntamos periodicamente para celebrar e reafirmar que em
Cristo nos tornamos e nos mantemos como Comunhão dos Santos – essencialmente
igreja de Cristo. Nesta fraternidade e
para glória do Senhor: celebremos a comunhão.
(Originalmente publicado no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 19 de junho de 2009)