sexta-feira, 27 de novembro de 2015

CELEBRANDO A COMUNHÃO DOS SANTOS

Periodicamente celebramos em nossa Igreja a Ceia do Senhor, isto fazemos seguindo tanto à ordenança do Mestre (há ordem para partilhar em Lc 22:17) quanto à tradição que nos vem dos cristãos primitivos (veja a constatação do evento pentecostal em At 4:42).
Só por estas citações iniciais já fica clara a ligação entre ceia cristã e comunhão, relacionamento, partilha e fraternidade.  Chamá-la de Comunhão seria então reconhecer nesta celebração cristã mais que um rito, mas um momento de reafirmação de valores sagrados de nossa fé e prática.
Assim seguindo essa linha de raciocínio, deixe-me apontar algumas verdades que celebramos sempre ao compartilhar o pão e o vinho em culto ao Senhor (antes de prosseguir veja este conceito de ceia como adoração em 1Co 10:31).
Ter pão e vinho em nossa adoração é celebrar a obra de Cristo na cruz quando desfez a separação entre os seres humanos, e a todos nos deu acesso ao Pai, criando um novo homem e fazendo a paz entre nós (está dito em Ef 2:14-18).  A ceia deve nos trazer à memória que em Cristo não há mais distinção entre judeu e grego (claro em Rm 10:12).
Voltando a Efésios.  Sabemos, quando nos reunimos para celebrar a Cristo, o mistério finalmente revelado da suprema vontade de Deus, que agora somos co-herdeiros com Israel e membros do mesmo corpo (em Ef 3:2-6, mas veja a forma simbólica como Paulo diz isso em Rm 11:11-24).
O desdobramento desta celebração é que quando comemos e bebemos juntos em memória do crucificado, sabemos que foi por ele que deixamos de ser apenas um bocado de gente para nos tornar efetivamente povo de Deus (confira em 1Pe 2:9-10).  Se somos hoje o povo escolhido de Deus é porque por Cristo – simbolizado na mesa – ele nos resgatou para ser seu povo e reino (complete a leitura bíblica em Cl 1:12-13).
Em especial também nos elementos da comunhão celebramos o óleo da bênção derramado na fraternidade cristã (tome as palavras do Sl 133).  Quando comemoramos a nossa vida em união – e somente através de Cristo conseguimos transformar este projeto em realidade – trazemos para nossa vivência como comunidade de fé a certeza de que Deus tem interesse pleno nesta unidade (na oração do Mestre em Jo 17:21) e reafirmamos que aqui – e primordialmente aqui – é onde o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre (ainda no Sl 133:3).
É com esta visão que nos juntamos periodicamente para celebrar e reafirmar que em Cristo nos tornamos e nos mantemos como Comunhão dos Santos – essencialmente igreja de Cristo.  Nesta fraternidade e para glória do Senhor: celebremos a comunhão.

(Originalmente publicado no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 19 de junho de 2009)

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Os nomes de Deus no AT – YHWH

Já citei um primeiro quadro com nomes pelos quais Deus foi conhecido no AT (reveja aqui).  Como disse, cada nome expressa uma verdade sobre sua pessoa, seu caráter ou suas manifestações.  Veja mais neste quadro a relação dos diversos nomes pelos quais Deus se revelou, tendo como base o seu nome próprio – YHWH (em hebraico: יהוה)  foi conhecido no Antigo Testamento: 


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

POR QUE DEUS DÁ A PROFECIA?

A despeito das previsões do Positivismo, a modernidade tem visto ressurgir o espírito religioso.  Curandeiros, místicos e profetas povoam o nosso mundo secularizado.
Os cristãos não escapam desta tendência e aproveitam este tempo para vivenciarem os seus dons carismáticos e lançarem suas profecias.
O fenômeno da profecia antecede até o próprio movimento do cristianismo.  O profetismo clássico em Israel é um dos momentos mais significativos da história das religiões.  A certeza de que assim fala Javé... inspirou o judaísmo e transpirou para o cristianismo desde muito cedo.  Mesmo os cristãos tendo a convicção de que havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, também é certo que nestes últimos dias a nós nos falou pelo seu Filho (Hb 1:1-2).  Mas não se pode negar que ainda são vivas as palavras do profeta Amós quando diz que certamente o Senhor não fará coisa alguma sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas (Am 3:7).
Para qualquer lado que se olhe é inegável que o Deus dos cristãos dá a profecia aos seus servos, e faz isso consciente e intencionalmente, hoje, através do seu Santo Espírito.  Então, por que Deus dá a profecia?
Deus tem interesse na história da humanidade.  Homens e mulheres constroem a sua própria história ao longo da caminhada decidindo o que fazer nas diversas circunstâncias e situações do dia a dia, mas o Filho de Deus que tem nos falado dirige esta história conduzindo-a de modo a que o Reino de Deus possa achar espaço na construção dos seres humanos.
Nas diversas decisões, homens e mulheres têm se desviado do projeto original de Deus e assim se encaminhado a autodestruição quer como indivíduos quer como comunidade.  É nesta situação de inegável aniquilamento que Deus dá a profecia.
A História sagrada conta que Deus foi ao encontro de Jonas e lhe ordenou que fosse a grande cidade de Nínive e exortasse àquele povo para que se arrependesse antes que Deus os destruísse.  A profecia vem assim ao encontro do povo e o desafia a voltar-se para o Senhor enquanto há tempo de volta.  No caso de Jonas, parece que só o próprio profeta não entendeu o objetivo da profecia.
Com Ezequiel as palavras divinas parecem mais claras: Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca, avisá-los-á da minha parte.  Quando eu disser ao ímpio: “certamente morrerás”; se não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca de seu mau caminho, a fim de salvares a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniquidade; (...) por outro lado se tu avisares o justo, para que o justo não peque, e ele não pecar, certamente viverá, porque recebeu o aviso; e tu livraste a tua alma (Ez 3:17-21).
Deus dá a profecia porque tem interesse em que o ímpio se desvie dos seus maus caminhos e se converta ao Senhor; dá a profecia porque espera que o justo não venha a pecar e se afaste de Deus.  A profecia vem de encontro ao ser humano que está no processo da vida, diante da possibilidade de perecer, para que este possa escolher seus caminhos.
É certo que a alma que pecar, esta morrerá, mas Deus dá a profecia para que esta alma que está em pecado possa se reposicionar diante de Deus.  A palavra de Deus na boca dos profetas não é a predição do cataclisma final e fatal mas é o atestado do amor e do cuidado de Deus para com os seus filhos para que estes possam repensar e reconstruir as suas próprias histórias e assim evitarem o mal que está por vir.
A profecia dada por Deus não é o atestado da fatalidade diante da qual nada resta a humanidade a fazer a não ser se conformar às circunstâncias.  Nada mais estranho à profecia que o fatalismo, ou a visão de que o mundo está irremediavelmente perdido e portanto nos afastemos dele esperando que Cristo volte para exercer a sua justiça.  Deus dá a profecia para que o mundo – criação conjunta de Deus e seres humanos – possa não ser abandonado à sorte do tem de ser mas que possa ser vislumbrado sob a ótica do pode ser.

Eu escrevi este texto e ele foi publicado originalmente em O Jornal Batista em novembro de 1996.  

terça-feira, 17 de novembro de 2015

COMENTÁRIO BÍBLICO AFRICANO

Que ninguém sabe tudo e pode tudo sozinho é verdade inexorável (eita frase!!!).  Mas deixemos a frase de efeito e vamos ao que tenho para dizer.  Reconheço que em minha trajetória e formação teológica e pastoral sou devedor de cristãos do passado e presente que me enriqueceram com suas palavras, experiências, lições e visões da fé, do cristianismo e da própria Bíblia.  Se não fossem eles, eu não chegaria aqui.
— É assim que eu quero introduzir o Comentário Bíblico Africano – CBA.
Eu o encontrei por acaso (se é que existe acaso!!!) numa livraria aqui em Aracaju.  Estava procurando outra coisa e aquele volume maciço me chamou a atenção.  Resolvi levá-lo.
Alguns dados da obra: ela é apresentada em seu subtítulo como "um comentário em um volume escrito por 70 eruditos africanos".  O editor-geral é Tokunboh Adeyemo – bispo da Igreja Metodista de Gana.  Há autores (homens e mulheres) de várias nacionalidades e etnias: etíopes, angolanos, ganeses, nigerianos e outras tantas – percorri a lista e preciso confessar: até então nunca tinha sequer ouvido falar de nenhum deles.  A primeira edição em inglês é de 2006 pela ABC Editorial Board e a edição em português é de 2010 pela Mundo Cristão.
Vamos a uma visão geral da obra – bem geral, pois falar de 1625 páginas em poucas linhas não dá.
Até hoje nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente a igreja africana, mas as informações de colegas e amigos nascidos naquele continente com os quais mantenho contato (a internet continua uma excelente ferramenta), e leituras outras, dão conta que o cristianismo na África mantém uma vibração e dinamismo próprios.
— Pelo que vejo e ouço os cultos lá são fenomenais!
Gostei da visão geral proposta pelo Comentário, bem cristocêntrica e evangélica – contudo sem deixar de considerar e valorizar tanto a herança e tradição continental em suas diversas nuances como a riqueza cristã que ali se desenvolveu e continua aflorando.  É como se eles estivessem escrevendo para eles mesmos sobre sua compreensão do texto bíblico – e talvez seja mesmo – e nisto repousa a relevância da obra.
Não que tenha algo contra a tradição européia e norte-americana, elas têm seu lugar e importância em nossa herança; mas a contribuição africana só faz agregar ao rico cabedal (deixe-me trocar esta palavra: patrimônio) cristão.
Tenho mantido o CBA junto a minha mesa de trabalho e o consultado com relativa assiduidade.  Suas contribuições à minha reflexão bíblica são valorosas.

Antes de terminar, deixe-me ainda lançar uma ideia e desafio aos nossos biblistas e editores: Por que não produzimos e lançamos um COMENTÁRIO BÍBLICO NORDESTINO?

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O ESPÍRITO DA VIDA – 1ª parte

Resenha do livro: O ESPÍRITO DA VIDA: uma pneumatologia integral; de Jürgen Moltmann, publicado no Brasil pela Editora Vozes.

O fim do século XX e o início do século XXI assistiu não somente o declínio da modernidade com seus pressupostos de supremacia racionalista que se demonstrou hegemônica no Ocidente deste o fim da Idade Média, como também – e conseqüentemente – viu ressurgir valores menos “científicos”, ou seja menos empíricos e mais experienciais.  É claro que esta reação já vinha sendo engendrada há algumas décadas, mas é o fim das utopias históricas tal qual as conhecemos no século XX que vai decretar a chegada de novas perspectivas aos pensamento humano ocidental.
Neste rastro, o fazer teológico, até então dominado pelo cientificismo e racionalismo principalmente europeu (mas também norte-americano e do terceiro mundo) começa a exigir que se dê espaço a outras reflexões e se ouças outras vozes.  E estas outras vozes começam a falar.  E entre elas, o Espírito mais uma vez encontra lugar.  É neste veio que o livro de Jürgen Moltmann se encontra.  Curioso é que o autor seja um acadêmico europeu que se tornou famoso no universo teológico pela sua exposição técnico-científica sobre a esperança.  Mas agora o tema é o Espírito: Uma Pneumatologia Integral – um Espírito que dá Vida.  É claro que não se tem por objetivo “chegar a uma sistematização acabada” (pág. 252) do tema, como bem o frisou o próprio autor, mas tentar perscrutar o Espírito através de suas próprias ações e personalidade para se chegar a um conhecimento mais significativo.
Embora seja verdade que a ação do Espírito seja registrada nos textos bíblicos e sua presença seja atestada desde sempre no transcurso da histórica da fé em Israel, bem como de sua sucessora – a Igreja; também é verdade que o tema nunca mereceu maiores estudos por parte dos doutores da Igreja.  Outros temas como revelação, cristologia ou eclesiologia sempre tiveram prioridade na agenda das questões teológicas.  Somente grupos dissidentes, místicos e visionários falavam do Espírito e ainda assim de modo clandestino.  Ultimamente, contudo, o tema da pneumatologia vem ganhando destaque em todas as discussões, não só porque a pós-modernidade trouxe de volta a importância de uma reflexão menos racionalista e mais experiencial como também porque os discursos antes clandestinos sobre o se sentir espiritual agora podem se mostrar.
É aqui que o livro de Moltmann se mostra bastante relevante e atual.  O texto procura abordar o tema tanto sob a ótica da revelação sistematizada e mediada pelos textos, como pela própria experiência do crente em sua vivência com o Espírito, sem que nenhum dos dois aspectos seja esquecido, porém colocado em seu devido lugar.  Sem parecer contraditório, Moltmann apresenta os dois elementos necessários para a compreensão adequada do Espírito.  Citando Paul Tillich ele diz que “O Espírito Santo não é em absoluto apenas uma questão de revelação, mas também uma questão de vida e de fonte de vida” (pág. 19).  Mas por outro lado, “então o Espírito Santo não é um elemento de nossa experiência de Deus, mas sim um elemento da revelação de Deus a nós” (pág. 17) e mais adiante ele propõe a solução para a equação: “mas Revelação e experiência só são contraditórias nas estreitas concepções da filosofia moderna” (pág. 18).
Assim, “teologia da revelação é teologia da Igreja, teologia dos pastores e dos padres; teologia da experiência é prioritariamente uma teologia para leigos” (pág. 29).  E mais uma vez citando Tillich observamos que se Deus é “aquilo que nos toca incondicionalmente” (pág. 38) então o conhecimento do espírito divino tem que advir de um revelação que seja tanto experienciada quanto nos toque de maneira última – ou seja: eu só conheço Deus quando sou tocado pela revelação de maneira incondicional e isto só me acontece quando este tocar se dá pela experiência do Espírito que é ao mesmo tempo transcendente – para ser razão última – e imanente – para tocar.  Consequentemente dois aspectos da pneumatologia podem ser destacados no trabalho de Moltmann:  primeiro o Espírito está presente na shekiná de Deus quando a transcendência divina se faz experiência histórica do Espírito e segundo o Espírito na sua personalidade o qual é e será sempre o outro tanto na relação trinitária quanto na sua imanência em relação ao ser humano.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

PERDI MEU PEN DRIVE

Eu tenho (ou tinha) um pen drive azul, não é lá essa quintessência da tecnologia.  Com "apenas" 2 GB de capacidade de armazenamento, ele me serve muito bem para objetivos práticos: guardar momentaneamente alguns arquivos, enquanto os transporto daqui para ali.
Não tem muita coisa guardada nele: alguns documentos escaneados, algumas fotos e figuras que por qualquer razão ainda não apaguei, outros arquivos de texto, algumas poucas pastas de música e outras com filminhos que os amigos me mandam nas redes sociais e algum dia eu planejava organizar.  Nada de verdadeiramente indispensável.
Mas não o acho já faz algum tempo.  Sinto falta de sua função prática, bem mais que seu conteúdo em si.  Pus-me a procurá-lo (a frase ficou chique assim, com dois pronomes em ênclise!).  Mas nada...  não sei onde está...
E enquanto procuro, minhas idéias vão viajando, o impulso é quase irresistível (talvez seja por isso que ainda não encontrei – quem sabe?).  Uma ideia amarra na outra, e assim vai.  E nada de achar o dispositivo.
O primeiro pensamento é como a tecnologia se torna tão rapidamente obsoleta – obvio!  Não me acho assim tão velho, mas me lembro dos velhos disquetes e de como eles não têm mais lugar para serem sequer lidos no computador de mesa que eu trabalho agora; quanto mais no tablet que me acompanha e em outros gadgets que se tornaram extensões quase inseparáveis de nossa existência hoje.
Acontece que até pouco tempo ainda guardava uma caixa cheia dos tais disquetes.  Até que me dei conta que o tempo simplesmente o ultrapassou tudo o que eu havia guardado ali, como uma onda – decidi jogar tudo fora e não sinto falta. 
E não me venha com o argumento de que se estivesse em papel não se perderia tão facilmente.  Além de ser simplório, não se atém ao ponto principal: transitório => obsoleto / perene => essencial – quais as variáveis desta equação?
Mas a vida continuou.  E as idéias também.
Tem ainda a questão entre o valor das coisas e dos meios (pen drive é mídia) em detrimento das pessoas – o já percorrido caminho entre ter, usar e ser.
E as idéias prosseguem pipocando...
Daí uma avaliação do tempo gasto é inevitável: vale o tempo gasto na procura?  O que invariavelmente leva a: e o tempo com os filminhos e músicas? 
É verdadeiro que já não colecionamos nem juntamos suvenir, chaveiros, folhinhas, canetas e outras cositas (vá lá, tem gente que ainda guarda!!!) – hoje juntamos arquivos .doc .mid .jpg .mpeg .mp3 .mp4 .gif .mov .zip .wma .exe e por aí vai.  A maioria deles só acumulamos – ficam lá no pen drive, na memória do celular, ou em uma pasta esquecida qualquer para, quem sabe, um dia se mexer neles, nem que seja só para apagar e aliviar a memória da máquina (e talvez a nossa própria).  E depois baixar mais...
Então calmamente vou misturando tudo no caldeirão das idéias e lembro dos disquetes que se foram, assim como o pen drive sumido – e que depois deles virão outros, e outros, e outros, e outros.  Mas as idéias ainda estão na minha cabeça, e depois delas virão outras, e outras, e outras, e outras.  Só que elas germinarão, darão à luz mundos novos, coisas novas, surpresas novas, idéias mais novas.  E isso me moldará mais humano, mais à imagem do Criador.

Ah! Ainda não achei o tal pen drive.  Vou dar mais uma olhada, quem sabe!?

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Os nomes de Deus no AT – 1ª parte

O Deus único a quem adoramos se revelou no Antigo Testamento a partir de diversos nomes.  Cada um deles expressando uma verdade sobre sua pessoa, seu caráter ou suas manifestações.  Veja neste quadro uma relação dos diversos nomes pelos quais Deus foi conhecido no Antigo Testamento: 



Veja aqui uma relação dos Nomes de Deus com base no Tetragrama Sagrado - YHWH