sexta-feira, 31 de outubro de 2014

QUANDO TRAGO MINHA OFERTA

A OFERTA DA VIÚVA – Conclusão

Temos compreendido que Jesus observa individualmente cada fiel adorador que se achega com o coração contrito.  Aprendemos que na contabilidade de Deus o que realmente conta é a sua graça e não os nossos esforços pessoais – muito menos monetários.  E ainda tendo como pano de fundo a atitude da viúva vimos que a vontade de Deus é nossa santificação e adoração e então nossa oferta, nosso culto e nossa vida têm que ser baseados nestas premissas.
Agora na última reflexão desta pequena série sobre a também pequena narração da oferta da viúva pobre, deixe-me apresentar três conclusões livres que o estudo do episódio me traz. 
Em primeiro lugar, na percepção de Cristo, a diferença das ofertas não está no esforço que cada um emprega em trazê-las: não é o sacrifício pelo sacrifício!  É bom lembrar que em meio às reprimendas feitas ao Israel obstinado, Deus fala através do profeta que mais importante que o sacrifício e os atos de culto em si é a atitude de misericórdia e aproximação – conhecimento – a Deus (leia Os 6:6).
No contexto da oferta da viúva, a diferença foi que os ricos trouxeram o sobejo, a sobra, o que não mais lhes servia, e Deus não aceita nada menos que o melhor (lembre das prescrições das ofertas em Lv 1:10; 3:6; 4:3 e outros).  A viúva, por sua vez, trouxe não somente o melhor, mas a totalidade de sua vida e a colocou no altar do Senhor e ela, junto com sua oferta, foram aceitas por Deus.
Uma segunda conclusão que a narração da oferta da viúva me traz é que minha relação com Deus, mesmo no culto público, é individualizada.  Assim, nem a minha oferta e culto pessoal, nem a resposta de Deus em termos de aceitação e bênção podem ser medidas, avaliadas ou comparadas com mais ninguém (veja a advertência paulina em Rm 14:4).
É importante aqui também lembrar que na contabilidade de Deus, ele usa critérios próprios e diferenciados na sua relação com seus servos.  Ou seja, nem os ricos foram julgados pela viúva, nem o contrário, mas para Deus cada um foi visto a partir do seu próprio interior e de sua própria atitude (considero fundamentais as palavras proféticas em Ez 18).
E finalmente, já extrapolando a própria narração da história da oferta, quando o meu culto e minha oferta são aceitos, sou também igualmente aceito pelo Senhor.  E isso sim faz toda a diferença!  Esta é a oração e o desejo do salmista: ser aceito por Deus e poder viver na sua casa (lá no Sl 27:4).
É, contudo, na parábola do fariseu e do publicano onde Jesus apresenta esta verdade mais claramente (leia toda a parábola em Lc 18:9-14).  Enquanto o primeiro apresentou uma oração liturgicamente correta mas vazia de santa intenção, o segundo na sua humildade apenas à distância batia no peito e sem os recursos da oratória clamava por misericórdia.  E Jesus conclui que este último voltou para casa recompensado.
Assim posso compreender também que a viúva voltou para casa com a alma recompensada por ter apresentado um culto agradável a Deus (penso que ela se enquadraria perfeitamente em Rm 12:1).  Que seja também assim a nossa oferta e o nosso culto para a maior glória de Deus.

Leia mais sobre a "A OFERTA DA VIÚVA":

Parte 1
Parte 2
Parte 3

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