terça-feira, 21 de março de 2023

CUSTODIADOS À MORTE

 

Levar a vida cristã à sério – com sinceridade e compromisso existencial – é se colocar em risco constante.  Isso foi atestado pelo Cristo quando afirmou que o mundo nos odiaria e que, vivendo em meio a ele, teríamos aflições (confira Jo 15:18 e 16:33).

Escrevendo mais uma vez aos Coríntios, Paulo afirma que em nossa vida cristã trazemos em nosso corpo a morte de Jesus e, por causa dele, somos custodiados à morte em todas as circunstâncias, na expectativa de que a própria vida dele seja manifestada em nós (2Co 4:10-11).

Para chegar a essa compreensão, Paulo lista algumas conjunções que acompanham a vida do cristão como setas que lhe chegam de todos os lados.  Vamos trabalhar com a lista apostólica (nos versos 8-9 anteriores):

 

§ Somos apertados, mas nunca sufocados –  

# Jesus disse que a vida cristã deve ser trilhada por um caminho estreito, apertado (no grego: θλίβω – em Mt 7:14).

# Mas não tem aperto nessa vida que nos tire a liberdade ou o movimento (no grego: στενοχωρέω).

 

§ Desnorteado, mas nunca desesperado –

# Algumas situações realmente nos deixam desnorteados, perplexos; como foi o caso de Paulo diante dos crentes da Galácia (no grego: ἀπορέω – em Gl 4:20).

# Isso contudo não descamba em estar totalmente perdido, renunciar a toda esperança ou entrar em desespero (no grego: ἐξαπορέομαι).

 

§ Perseguidos, mas nunca abandonados –

# Nas bem-aventuranças, o Mestre reconheceu a perseguição, mas afirmou que abençoados seriam os que fossem perseguidos, sendo justos (no grego: διώκω – em Mt 5:10).

# Seguindo o padrão da vida cristã, recai sobre nós a promessa de nunca ser abandonado ou desamparado (no grego: ἐγκαταλείπω).

 

§ Pisoteados, mas nunca destruídos –

# Situações nos colocam em posição que parece que somos tratados como estrado ou capacho (no grego: καταβάλλω).

# Mas sempre será melhor perder uma parte qualquer do corpo que ter toda sua vida destruída (no grego: ἀπόλλυμι – em Mt 5:29-30).

 

Em tais situações, porém, sempre nos fica evidenciado que o poder sobre as circunstâncias pertence ao Senhor – e não a nenhum de nós – para a glória de Deus.

 

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